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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Preta Gil vai iniciar rádio e químio oral; entenda tratamentos do câncer

Alex Santana
Imagem: Alex Santana

Do VivaBem*, em São Paulo

01/05/2023 12h18Atualizada em 02/05/2023 09h03

Preta Gil, 48, vai dar início a uma nova fase do tratamento contra o câncer de intestino. A artista, que já passou por algumas sessões de quimioterapia na veia, contou nas redes sociais que deverá ser submetida a químio oral e radioterapia nos próximos dias. Ela também disse que há planos de fazer uma cirurgia no futuro.

A quimioterapia —seja intravenosa ou oral—, e a radioterapia, assim como a cirurgia, são algumas das opções de tratamento disponíveis para diferentes tipos de câncer. Entenda a seguir como é cada procedimento e quando ele é indicado.

Estou aqui, depois de uma semana muito importante nesse meu processo de cura, fui a São Paulo e conheci o cirurgião que vai me operar futuramente. Vou começar, em uma semana, meu tratamento com radioterapia e quimioterapia oral. Estou entusiasmada e esperançosa, com muita certeza de que no final dessa estrada tem uma cura me esperando. Preta Gil, em vídeo publicado neste domingo (30/4) em seu perfil no Instagram

Quimioterapia

O que é? Uso de quimioterápicos (medicamentos) com a função de matar e/ou interromper a reprodução desordenada de células, que caracteriza o câncer.

Como cada substância age de forma diferente no organismo, os médicos utilizam várias de uma vez. A quimioterapia pode ser curativa (tem o objetivo de controlar completamente o tumor), adjuvante (quando é um complemento da cirurgia, a fim de eliminar as células residuais e diminuir a incidência de metástase), neoadjuvante (feita antes da operação para reduzir o tamanho do tumor) e paliativa (para melhorar a qualidade de vida do paciente).

É geralmente indicada para tumores mais avançados, incluindo os do sangue (leucemia e linfomas, por exemplo).

Como funciona? Sua aplicação, na maioria das vezes, se dá de forma intravenosa, mas também pode ser via oral, intramuscular, subcutânea e tópica. Nesse tipo de tratamento, os quimioterápicos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes e impedindo que elas se espalhem.

Qual a duração? O tempo de tratamento depende do tipo de tumor, se a medicação está sendo usada isoladamente ou combinada com outros métodos e também do objetivo final. A administração dos quimioterápicos geralmente se dá em ciclos (por exemplo, a cada 28 ou 21 dias), mas recentemente também surgiram as aplicações semanais.

Quais são os riscos e efeitos colaterais? Por não serem seletivos, os quimioterápicos podem afetar as células saudáveis, como as responsáveis pelas ações no trato digestivo e no sangue. Entre as suas principais reações estão queda de cabelo, ferida nas bocas, náusea, dores, vômito, diarreia, perda de apetite, fraqueza, dor no corpo e febre.

Radioterapia

O que é? Aplicação localizada de radiação terapêutica para matar as células tumorais ou impedir que elas aumentem, buscando sempre causar o menor dano possível às células normais vizinhas.

É indicada para tumores que têm sensibilidade à radiação, incluindo cânceres de cérebro, mama, próstata, colo do útero, laringe, pulmão, próstata, estômago. Via de regra, é realizada nos estágios iniciais da doença.

Como funciona? O paciente recebe doses de radiação localmente com a utilização de aparelhos específicos. A quantidade é calculada pelo radioterapeuta com a ajuda de programas de computador. Pode ser curativa (para acabar totalmente com o tumor), remissiva (reduzir o tamanho do câncer), profilática (eliminar possíveis células neoplásicas dispersas) e paliativa (melhorar a qualidade de vida).

Qual a duração? As sessões são realizadas diariamente, com descanso no sábado e no domingo. O número total depende do estágio e do tipo da doença.

Quais são os riscos e efeitos colaterais? Estão relacionados aos órgãos tratados. Por exemplo, se for a bexiga, corre-se o risco de infecção urinária; o pescoço, boca seca e dificuldade para engolir. Fora isso, pode ocorrer queimaduras na pele, vômito, náusea, diarreia, perda de apetite e cansaço.

Cirurgia

O que é? Principal tratamento para muitos tipos de câncer, suas abordagens são variadas, incluindo abertas, laparoscópicas (por vídeo), minimamente invasivas e robóticas. Tem como objetivo remover o tumor em sua totalidade e, ao mesmo tempo, manter o órgão onde ele se encontra preservado. Em casos mais avançados, sua função pode ser apenas fornecer uma melhor qualidade de vida ao paciente.

É indicada para praticamente todos os tumores cancerígenos sólidos em estágio inicial.

Como funciona? Os nódulos primários são retirados com margem de segurança —varia de acordo com a localização e o tipo — e, se necessário, também os linfonodos das cadeias de drenagem linfática.

Qual a duração? Depende do tipo de tumor, da sua localização e da complexidade da operação. Algumas cirurgias são realizadas em poucas horas, outras passam de 12 horas ou até são realizadas em mais de uma etapa.

Quais são os riscos e efeitos colaterais? Assim como em qualquer operação, a de câncer tem seus riscos. Eles incluem complicações da anestesia, infecções e formação de coágulos sanguíneos. Além disso, pode causar dor, falta de apetite e alteração nos hábitos intestinais.

Imunoterapia

O que é? Uso de anticorpos monoclonais para estimular o sistema imunológico. Nesse caso, as drogas não visam as células do tumor e, sim, as células de defesa do organismo, a fim de que elas detectem e combatam a doença. Segundo o Inca, a imunoterapia ainda é um método experimental e é necessário aguardar resultados mais conclusivos sobre sua eficácia e aplicabilidade clínica.

A imunoterapia responde bem ao câncer de pulmão e ao melanoma, em especial no caso de tumores em estágio avançado.

Como funciona? A aplicação se dá de forma intravenosa (na veia), fazendo com que as células cancerosas —que têm o "poder" de enganar o mecanismo de defesa do organismo — sejam percebidas e combatidas.

Qual a duração? Por ser um tratamento relativamente novo, ainda não existe um período predeterminado. Porém, o prazo padrão atual é de dois anos.

Quais são os riscos e efeitos colaterais? São poucos, e todos resultam da ativação imunológica do corpo. Isso significa que as células de defesa podem atacar partes do próprio organismo, comprometendo órgãos e tecidos. Alguns dos problemas comuns são alterações gastrointestinais, endócrinas e na pele.

Transplante

O que é? Substituição da medula óssea doente ou deficitária por células saudáveis. O transplante pode ser autogênico (a medula vem do próprio paciente), alogênico (ela vem de um doador) ou ainda feito a partir de células obtidas do sangue de um doador ou do cordão umbilical.

É indicado para doenças hematológicas que afetam as células do sangue, como leucemia, linfomas e mieloma.

Como funciona? Quase sempre o paciente passa por um tratamento prévio —normalmente quimioterapia — para reduzir a doença. Depois, recebe as células saudáveis como se fosse uma "transfusão de sangue".

Qual a duração? O transplante em si é rápido, no entanto, quase sempre o paciente precisa ficar internado por algumas semanas para minimizar o risco de infecções e complicações. A recuperação da produção de sangue, normalmente, se dá entre dez e 21 dias. Depois, é preciso fazer acompanhamento ambulatorial semanal durante alguns meses e, mais para frente, anual.

Quais são os riscos e efeitos colaterais? Complicações infecciosas, reativação viral (citomegalovírus, por exemplo) e doença de enxerto contra hospedeiro (quando as células recebidas reagem ao organismo do paciente e acatam alguns de seus órgãos, como fígado e pele).

*Com informações de reportagem publicada em 31/08/2018.