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Ana Clara diz estar em tratamento de síndrome do pânico; veja os sintomas

A apresentadora Ana Clara - Reprodução/Instagram
A apresentadora Ana Clara Imagem: Reprodução/Instagram

Do VivaBem*, em São Paulo

02/05/2023 11h54

Uma "ansiedade muito grande" levou a apresentadora Ana Clara, 26, a ser hospitalizada no final do ano passado. Ela falou sobre a experiência em entrevista à coluna de Patrícia Kogut, de O Globo. De acordo com a coluna, Ana recebeu o diagnóstico de síndrome do pânico na época e faz tratamento desde então.

"Passei um período no hospital no dia que tive os sintomas. Os sintomas não foram superados naquele momento [apesar da alta médica]. Tive diagnóstico de uma ansiedade muito grande. Comecei a fazer tratamento para essa questão do pânico", disse ela.

A jornalista, que é ex-BBB e apresenta quadros do reality há cinco anos, afirmou que está bem melhor agora. Ela contou que faz acompanhamento médico e destacou a importância de sua rede de apoio.

Acho que isso aconteceu porque foi tudo ao mesmo tempo para eu administrar de uma vez só. Estou me cuidando. Tenho psicóloga, médicos e amigos que estão comigo para amparar. Ana Clara, em entrevista à coluna da Patrícia Kogut

Quais são os sintomas de síndrome do pânico?

A síndrome do pânico é um transtorno e as crises de pânico são um de seus sintomas.

As crises são episódios repentinos em que a pessoa sente muito medo e mal-estar. Os sintomas dos ataques são os seguintes:

  • Palpitação, coração pulsando forte ou acelerado;
  • Suor;
  • Tremores;
  • Falta de ar;
  • Sensação de desmaio;
  • Náusea ou desconforto abdominal;
  • Formigamentos;
  • Dor ou desconforto no peito;
  • Calafrios e sensação de calor;
  • Despersonalização (sentir-se fora de si mesmo);
  • Medo de perder o controle, enlouquecer ou morrer.

Qualquer pessoa está sujeita a sofrer um ataque de pânico em algum momento da vida. Quando alguém presencia ou vivencia uma situação de muito estresse —como um assalto ou sequestro, por exemplo— ou tem dificuldade de lidar e assimilar informações estressantes, isso pode desencadear uma crise de pânico.

Porém, quando os ataques de pânico são recorrentes, o quadro é classificado como um transtorno de saúde mental associado à ansiedade. O ataque vem sem dar aviso e é uma resposta corporal a um estímulo imaginário que libera adrenalina, hormônio que prepara o corpo para fugir ou lutar.

Se um leão entra na minha casa, meu cérebro está pronto para reagir e dispara uma cascata de sensações associadas à adrenalina para fugir ou lutar com essa ameaça. Na crise de pânico, é como se o leão estivesse na minha sala, sem ele estar. Essa desconexão culmina na sensação de estar morrendo, adoecido ou perdendo a sanidade. Lucas Giustra Valente, médico psiquiatra do Hospital das Clínicas de Botucatu e coordenador do Ambulatório de Transtornos Ansiosos e Obsessivo-Compulsivos, em reportagem publicada em dezembro de 2022

O que causa? A grande maioria das pessoas associa dificuldades no convívio interpessoal e a falta de bem-estar físico com o surgimento dos episódios, sendo a vivência do estresse um importante fator no desencadeamento das crises.

O ataque de pânico é diferente da crise de ansiedade, que é quando o pensamento vem antes dos sintomas físicos, como quando aquela pulga atrás da orelha com problemas do trabalho toma conta de você e traz falta de ar, tremores e palpitação.

Em um ataque de pânico, os sintomas físicos aparecem subitamente e fazem com que a pessoa imagine desfechos catastróficos de outras doenças (como achar que está infartando).

Normalmente, a crise demora cerca de cinco minutos.

Como funciona o tratamento?

O tratamento para síndrome do pânico envolve uso de medicamentos e psicoterapia, como a apresentadora Ana Clara fez. Mas o grande divisor de águas para os especialistas é a prevenção e ficar atento aos sinais.

Uma primeira crise pode ser muito assustadora, e, por vezes, culmina em consequências mais duradouras. Por isso, é importante estar atento ao nível diário de preocupações e estresse, assim como o modo de lidar com esses sentimentos.

Outras recomendações importantes dos médicos são sobre mudanças de estilo de vida do paciente, como inclusão de atividade física na rotina e hábitos alimentares mais saudáveis, que têm ação direta sobre os processos neurobiológicos e hormonais que gerenciam a ansiedade.

O lazer também é importante para prevenir o adoecimento mental e mitigar os riscos de uma crise de pânico.

Se você sentir algum dos sintomas, procure a ajuda de um psiquiatra.

*Com informações de reportagens publicadas em 01/12/2022 e 04/05/2022.