Por que a saúde intestinal é importante para a sua imunidade e bem-estar?
O intestino tem um papel em nosso organismo que vai muito além da digestão dos alimentos. A boa saúde do órgão favorece o humor, o bem-estar e até o fortalecimento da imunidade.
Para entender essa relação, é preciso antes compreender a importância do equilíbrio da microbiota intestinal —conjunto de micro-organismos que habitam o trato gastrointestinal, como bactérias, fungos e vírus.
Manter um número similar de bactérias boas e ruins em nosso organismo ajuda na digestão dos alimentos, na absorção de nutrientes, na manutenção da barreira intestinal e na regulação da resposta inflamatória, como explica o médico Matheus Marques, especialista em coloproctologia e cirurgia geral, em Salvador.
Eubiose ou simbiose é o estado de equilíbrio da microbiota, em que a colônia de micro-organismos do intestino favorece os processos de digestão e de defesa imunológica.
Disbiose é a alteração do estado de equilíbrio, quando há um maior número de bactérias ruins ou até mesmo baixa diversidade de micro-organismos. Isso está associado a um maior estado inflamatório no organismo e a doenças intestinais, obesidade, ansiedade e depressão, entre outros problemas.
A relação entre o sistema imune e a saúde intestinal
Nosso intestino tem certa permeabilidade e conta com uma "barreira imunológica", capaz de inibir a entrada de vírus, bactérias, fungos, protozoários e toxinas na corrente sanguínea, mas que permite a passagem de água, nutrientes e outras substâncias importantes para o corpo.
"O equilíbrio da microbiota favorece, principalmente, essa boa permeabilidade intestinal. Dessa forma, colabora com a imunidade [já que dificulta a entrada de seres nocivos ao corpo]", explica a nutróloga Liliane Oppermann, especialista pela Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).
A disbiose (alteração crônica da microbiota) afeta a impermeabilidade do órgão e faz com que diminua sua capacidade de barrar a entrada de toxinas e micro-organismos na corrente sanguínea.
"Nesses casos, o intestino se torna uma verdadeira 'peneira', o que favorece o desenvolvimento de um estado de inflamação crônica de baixo grau no organismo", diz ensina Jéssica Fraga, médica coloproctologista formada pela UFBA (Universidade Federal da Bahia).
Algumas consequências são: constipação intestinal, múltiplas alergias alimentares e enxaqueca. Há também uma queda na imunidade e a pessoa pode passar a sofrer repetidamente com infecções como gripes, resfriados, candidíase, micoses etc.
Bem-estar e saúde mental
A saúde intestinal e o equilíbrio da microbiota também estão relacionados com o equilíbrio da mente.
Acontece que o intestino produz mais de 90% da serotonina do nosso corpo, além de outros neurotransmissores.
Essas substâncias são responsáveis por regular o humor, diminuir a tensão e aumentar o bem-estar.
É por isso que o desequilíbrio da microbiota já foi associado a problemas como ansiedade, depressão e compulsão alimentar.
Como melhorar a saúde intestinal
Pode parecer um tanto óbvio, mas manter um bom estilo de vida é o caminho para garantir o equilíbrio da microbiota e a regulação intestinal. Claro que a dieta saudável é primordial, mas isso também passa por hábitos como praticar exercícios regularmente, não beber álcool, não fumar, hidratar-se adequadamente e não usar antibióticos sem orientação médica.
O que comer regularmente:
- Frutas de todos os tipos, verduras, legumes e grãos integrais;
- Gorduras boas (mono e poli-insaturadas), presentes no azeite, nas castanhas etc.;
- Proteínas magras (frango, peixe e carnes bovinas com menor teor de gordura);
- Iogurte, leite fermentado, kefir, kombucha e outros alimentos probióticos, que contêm bactérias boas para o intestino.
O que evitar:
- Excesso de açúcar;
- Produtos ultraprocessados e fast-food;
- Frituras e outros alimentos gordurosos (incluindo carnes, como bacon e alguns cortes bovinos).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.