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Remédios para enxaqueca: o que funciona mesmo para diminuir a dor?

O que é bom tomar para aliviar a enxaqueca?  - iStock
O que é bom tomar para aliviar a enxaqueca? Imagem: iStock

Samantha Cerquetani

Colaboração para VivaBem

03/05/2023 04h00

É difícil encontrar alguém que nunca teve uma crise de enxaqueca na vida. Doença neurovascular, a enxaqueca é a dor de cabeça crônica, desconforto latente que pode ser moderado ou intenso nas regiões da fronte e da têmpora.

A enxaqueca também provoca outros sintomas, como enjoos, distúrbios visuais, dormências no corpo, sensibilidade aumentada às luzes (fotofobia) e intolerância a odores.

Por ser bastante incapacitante, geralmente, as pessoas recorrem à automedicação para tentar se livrar da dor. No entanto, essa atitude não é recomendada, uma vez que há o risco do agravamento dos sintomas.

Além disso, aumentam os riscos de usar medicamentos inadequados e comprometer o funcionamento do organismo de forma geral. Muitos deles aumentam o risco cardiovascular, causam desconforto no estômago, hepatite medicamentosa e insuficiência renal.

A seguir, veja detalhes de quais medicamentos podem ser indicados para quem tem enxaqueca —vale ressaltar: procure sempre um médico para receitar os remédios corretos.

Remédio para enxaqueca: o que tomar?

Anti-inflamatórios não esteroides e analgésicos

Tanto os anti-inflamatórios quanto os analgésicos são usados em momentos de crise de enxaqueca. Isso porque atuam no controle da dor.

Vale destacar que o máximo de uso seguro é de até nove dias ao mês. Os analgésicos mais comuns para enxaqueca são o paracetamol (Tylenol®) ou a dipirona (Novalgina®).

Já os anti-inflamatórios não esteroides atuam reduzindo a produção de substâncias inflamatórias no organismo, o que alivia a dor. Entre os mais comuns, estão ibuprofeno (Advil®) e ácido acetilsalicílico (Aspirina®).

Triptanos

Os triptanos e a diidroergotamina são medicamentos específicos para enxaqueca. Uma das suas ações é a vasoconstrição, ou seja, diminuição do calibre dos vasos sanguíneos, o que diminui a dor de cabeça.

No entanto, seu uso é contraindicado para pessoas com fatores de risco cardiovascular, como os hipertensos e também gestantes.

Os mais comuns são: sumatriptano (Sumax® ou Imigran®), naratriptano (Naramig®) e zolmitriptano (Zomig®).

Antieméticos

Os antieméticos são indicados sempre que houver náusea e/ou vômito, sintoma muito comum nas crises de enxaqueca.

O mais comum é a metoclopramida (Plasil®).

Corticoides

Os corticoides são indicados nas situações de emergência, quando outros medicamentos não foram efetivos. Geralmente, indica-se a dexametasona.

Antidepressivos

Várias classes de medicamentos antidepressivos são usadas para tratar enxaqueca. Os principais são do tipo tricíclicos, que são opções eficazes de tratamento preventivo.

De forma geral, os antidepressivos inibem a recaptação da serotonina, substância importante para o bem-estar, que diminui com a enxaqueca. Portanto, o medicamento atua na diminuição das crises.

Entre os mais indicados estão: amitriptilina e nortriptilina.

Efeitos colaterais dos medicamentos

Os principais efeitos colaterais dos medicamentos para controlar a enxaqueca são:

  • Sonolência;
  • Tontura;
  • Alteração do apetite: com aumento ou diminuição da fome;
  • Boca seca;
  • Visão turva;
  • Constipação;
  • Sudorese;
  • Formigamentos;
  • Náuseas;
  • Diarreias;
  • Dificuldade de concentração;
  • Alterações de humor.

O que comer durante as crises de enxaqueca?

Para quem convive com a enxaqueca, é preciso ficar de olho na alimentação, uma vez que alguns itens podem prevenir ou aumentar as crises.

Alguns alimentos aumentam a inflamação do corpo, por isso são considerados gatilhos para dor de cabeça. Por outro lado, alguns possuem propriedades antioxidantes e aliviam o desconforto.

De forma geral, a indicação é evitar o jejum prolongado e o consumo de alimentos com excesso de açúcar, frituras e ultraprocessados. E, sempre que possível, beber bastante água, consumir frutas e vegetais, peixes gordos, leguminosas, grãos integrais e ovos.

Além disso, vale a pena reduzir o consumo de cafeína: a indicação é beber no máximo 400 mg por dia. Lembrando que uma xícara grande de café (150 ml) contém cerca de 100 mg de cafeína. E outros itens, como chocolate ou refrigerantes, podem ter a substância.

Outras formas de controlar a enxaqueca

Além dos medicamentos, algumas atitudes do dia a dia são eficazes para controlar as crises de enxaqueca. Veja abaixo as recomendações dos especialistas:

  • Manter uma rotina de atividade física regular: o ideal é realizar pelo menos 150 minutos por semana;
  • Gerenciar o estresse, ter momentos de lazer e descansar;
  • Não fazer jejuns ou ficar muito tempo sem se alimentar;
  • Ter uma alimentação equilibrada: consumir grãos integrais, legumes, frutas e vegetais com regularidade;
  • Evitar consumir alimentos gordurosos ou lácteos;
  • Não exagerar no consumo de álcool ou cafeína;
  • Praticar técnicas de relaxamento, como meditação;
  • Não fumar;
  • Evitar o excesso de automedicação;
  • Ter um sono regular, ou seja, dormir cerca de 8 horas por noite.

Fontes: Aline Vitali, neurologista e coordenadora do Ambulatório de Atendimento em Cefaleia da PUC-PR; Alexandre Bossoni, neurologista do Hospital Santa Paula (SP); e Marcos Eugenio Ramalho, neurologista do Hospital das Clínicas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).