Fofa, mas perigosa: capivara é um risco como pet por culpa de um carrapato
Ter uma capivara como animal de estimação pode parecer uma ideia fofa e incomum, como muita gente achou do caso de Agenor Tupinambá e a Filó, mas os riscos devem ser levados a sério. Além de toda a problemática de ser um animal silvestre, que precisa de espaço e da natureza, as capivaras podem ser portadoras de diversas doenças, como a febre maculosa, transmitida pelo carrapato-estrela.
Os riscos
As capivaras são os maiores roedores do mundo e possuem dentes grandes que podem ser perigosos. Assustadas ou em modo de defesa, elas podem morder.
Vida na natureza traz vetores de doenças. Por necessitarem de uma vida ao ar livre, em contato com água e mato, podem se tornar hospedeiras do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa brasileira.
Risco de mais doenças. Além da febre maculosa, estes mamíferos também podem ser acometidos por outras patologias, como raiva, leptospirose, leishmaniose e tripanossomíase, enterobacterioses e doenças fúngicas.
O carrapato-estrela - ou micuim
Não é o dos cães. Diferentemente dos encontrados mais comumente em pets domésticos (geralmente o carrapato-vermelho-do-cão), o carrapato-estrela é mais visto em animais de grande porte, como bois e cavalos - por isso, também é chamado de carrapato do cavalo. Ele até pode ser encontrado em cães e gatos, mas com menor incidência, e aparece ainda em aves, gambás e coelhos.
São aracnídeos ectoparasitas. Isto quer dizer que eles ficam na parte externa de outros bichos, como na pele e no pelo.
São hematófagos, ou seja, se alimentam de sangue. Eles usam seu aparelho bucal para "grudar" na pele e ingerem o sangue do seu hospedeiro.
Têm três ciclos de vida: larva, ninfa e adulto. O ciclo consiste no adulto achar um hospedeiro, acasalar, permanecer alguns dias no animal, desprender-se dele e ir ao chão para botar ovos. As larvas podem passar meses à espera de um hospedeiro. Quando o encontram, passam um período curto antes de retornar ao chão, onde se tornam ninfas e passam a procurar um novo "lar" para a vida adulta.
A febre maculosa
É uma doença provocada pela bactéria Ricketsiia rickettsii, transmitida pelo carrapato-estrela. O contato com o carrapato na pele por um tempo maior que quatro horas pode ser suficiente para a transmissão da doença.
Os sintomas da febre maculosa incluem febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Também pode causar cansaço, fadiga e, quando em estágio avançado, manchas vermelhas no corpo.
A doença tem alta letalidade se não tratada precocemente. Por isso é importante procurar ajuda médica imediatamente se houver suspeita de infecção.
A febre maculosa tem cura. Para maior sucesso, é preciso agir rapidamente, evitando que ela atinja os vasos sanguíneos da região cerebral.
A doença pode se manifestar em até 48 horas após o contato com o carrapato. Já os sintomas podem se manifestar de dois a 15 dias depois.
Previna-se com roupas e repelentes. A melhor forma de evitar o contato com é usar roupas claras ao entrar em locais de mata - para que se veja o animal, caso ele se prenda às roupas —, usar repelentes que inibem carrapatos e manter os animais domésticos livres de parasitas.
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