Tem gordura no fígado? Dieta japonesa pode retardar progressão da doença
Quem tem o fígado gorduroso, quadro também conhecido como esteatose hepática, sabe que a alimentação é parte fundamental do tratamento.
Agora, um novo estudo descobriu que alimentos tradicionalmente incluídos na dieta japonesa podem atrasar a progressão da doença. Os resultados foram publicados no periódico Nutrients em fevereiro deste ano.
Como o estudo foi feito
Os autores acompanharam a dieta e a progressão da doença de 136 pessoas com gordura no fígado, que estavam fazendo tratamento no Hospital Universitário Metropolitano de Osaka, no Japão.
Os pesquisadores pontuaram a dieta de cada indivíduo de acordo com sua adesão a um índice da dieta japonesa, que conta com 12 componentes (arroz, sopa de missô, picles, produtos de soja, vegetais verdes e amarelos, frutas, frutos do mar, cogumelos, algas marinhas, chá verde, café, carne de vaca e de porco).
Conclusões do estudo
As pontuações mais altas na dieta japonesa foram associadas a uma desaceleração da progressão da fibrose hepática (cicatrização), quadro relacionado ao não tratamento da gordura no fígado.
Dentro da dieta japonesa, as pessoas que consumiam mais soja, frutos do mar e algas marinhas tiveram uma redução mais significativa da progressão da fibrose.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas que comiam mais produtos de soja construíam uma quantidade maior de massa muscular, além de apresentarem baixas taxas de progressão da fibrose.
Doença exige tratamento
Se não tratada ou controlada, a esteatose hepática (gordura no fígado) pode gerar uma inflamação, também chamada de esteatoepatite, que leva à morte celular e a um processo de fibrose.
Com o passar dos anos, a condição pode progredir para cirrose hepática e também pode resultar em câncer de fígado. Em situações mais graves, o transplante é necessário.
O que priorizar na dieta
Verduras, legumes, frutas e grãos integrais, que são ricos em fibras, antioxidantes e nutrientes benéficos para o fígado, como a betaína;
Peixes, carnes brancas e ovos (na quantidade permitida pelo seu profissional de saúde), que contém colina e metionina, também importantes para a função hepática;
Itens ricos em gordura "do bem", como salmão, sardinha, azeite extravirgem, abacate e amêndoas podem e devem ser consumidos, já que têm efeito anti-inflamatório, desde que o excesso de calorias seja evitado;
Atividades aeróbicas (cerca de 30 minutos pelo menos cinco vezes por semana) e exercícios de resistência muscular (pelo menos duas vezes por semana) também são medidas que auxiliam o metabolismo e a queima de gordura.
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