Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Bálsamo descongestionante: você pode não saber o que é, mas já usou

iStock
Imagem: iStock

Marcelo Testoni

Colaboração para VivaBem

16/05/2023 04h00

Disponível para comercialização desde o começo do século 20, o produto, de consistência macia e pastosa e cor branca meio acinzentada, inicialmente era utilizado para tratar inflamação de articulações causadas por artrite e gota e danos em nervos (neuralgias).

O que é bálsamo descongestionante?

Trata-se de uma pomada vendida em lata, pote ou bisnaga e de uso tópico, para ser aplicada diretamente na pele, e produzida à base de mentol, cânfora e óleo de eucalipto, componentes com propriedades analgésicas e que aliviam sintomas como tosse, entupimento ou excesso de coriza nasal, dor muscular e mal-estar, relacionados a gripes, rinites alérgicas e resfriados.

Onde encontrar e com quais nomes?

É vendido em farmácias ou drogarias sob os nomes comerciais de Vick Vaporub®, Nasorub®, Mentalol®, Transpulmin® sem necessidade de apresentação de receita médica. Porém, deve ser utilizado com orientação de um médico, que deve investigar o problema e acompanhar sua evolução, principalmente se os sintomas persistirem e para evitar eventuais intercorrências.

Como aplicar e em quais áreas?

O bálsamo, pomada ou unguento, como alguns ainda preferem chamar, pode ser aplicado manualmente como uma fina camada na pele, para que seus vapores medicinais liberados possam alcançar o nariz e a boca. Massageie peito, pescoço e costas, que também se beneficiam com um aquecimento local, promotor de relaxamento muscular e alívio da dor.

Qual a duração do efeito e uso?

Geralmente, após a aplicação, o produto age entre 2 e 5 minutos e por até 8 horas, sendo possível reaplicá-lo de 3 a 4 vezes ao dia, ou conforme recomendação médica. Porém, caso os sintomas respiratórios não cessem ou até piorem e venham acompanhados de febre, deve-se consultar o médico para avaliação e tratamento adequado.

Serve para se fazer inalação?

Sim. Em um recipiente com meio litro de água quente adicione duas colheres de chá do bálsamo e inale profundamente o vapor por cerca de 10 a 15 minutos. Nunca acrescente o medicamento enquanto a água estiver sendo aquecida, sendo que ela também não deve chegar no ponto de fervura. Há risco de a mistura espirrar sobre você e causar queimaduras.

Como manter o produto?

Fora do alcance de crianças, em sua embalagem original e não exposto a luz, umidade (portanto não guarde-o no banheiro) e a nenhum tipo de fonte de calor excessiva (temperatura superior a 40°C), como almofada térmica ou bolsa de água quente e forno micro-ondas.

Crianças podem usar bálsamo?

O medicamento é contraindicado para menores de 2 anos e após essa idade até 6 anos só deve ser utilizado com indicação do pediatra. Entretanto, algumas marcas dispõem de versões feitas para relaxar e acalmar bebês a partir dos 3 meses, com formulação apropriada, contendo, por exemplo, aloe vera, camomila, além de óleos que hidratam a pele após feita a troca de fraldas.

Quando não é indicado utilizar?

Além da contraindicação por crianças pequenas, o bálsamo não deve ser usado em caso de alergia a qualquer componente de sua fórmula, presença de doença crônica respiratória ou condições de hipersensibilidade das vias respiratórias como asma, por dificultar a respiração.

Mulheres grávidas devem se orientar com o médico e evitar a aplicação do produto no peito durante a amamentação, pois existe, em teoria, o risco de reflexo de apneia na criança.

No mais, não use o medicamento com o prazo de validade vencido. Ele costuma durar, em média, 24 meses a partir da data de fabricação.

Quais os efeitos do uso incorreto?

Por se tratar de um produto para uso externo e inalatório, efeitos colaterais comuns costumam ser alergias leves de pele, sobretudo quando irritada, ferida, com queimadura, e aumento de sensibilidade e muco em vias aéreas já muito inflamadas. Nesses casos, deve ser suspenso. Também não deve ser aplicado em olhos, boca, genitais nem ingerido ou inserido nas narinas.

Se por engano for ingerido em pequena quantidade, podem ocorrer sintomas gastrointestinais leves. Mas se o consumo acidental for grande, há relatos de intoxicação severa, com vômitos, diarreia, dor de cabeça, vertigem, falta de ar, convulsão e coma. Já nos olhos, pode causar vermelhidão, ardor e lacrimejamento e, nas mucosas, igualmente sensação de queimação.

O que fazer em caso de acidente?

Em caso de superdosagem acidental, ou presença de sintomas graves e persistentes, procure socorro médico imediato e leve consigo a embalagem ou bula do medicamento. Não induza vômito, nem ingira ou aplique nada no local afetado na tentativa de cortar as reações indesejáveis. Se possível, posteriormente, também informe o fabricante sobre o ocorrido.

Fontes: Cícero Matsuyama, médico pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e otorrinolaringologista do Hospital Cema, em São Paulo; David Jucá, doutor em farmacologia pela UFC (Universidade Federal do Ceará) e autor do estudo "Efeitos do Óleo Essencial do Ecalyptus"; e Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra e neonatologista, membro da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

Referência: https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/6573.