Posso doar meu rim para uma criança, mesmo eu sendo adulto?
Sim, pode. Crianças maiores de 2 anos geralmente podem receber um rim de um adulto. O principal fator nesse caso, além da compatibilidade entre o doador e o transplantado, é existir espaço disponível no abdome da criança para receber o órgão.
Isso porque, se o rim for muito grande ou de um doador muito alto, por exemplo, não caberá na estrutura corporal de uma criança muito pequena. Por isso, normalmente, no caso das crianças, é preferível órgãos de pessoas um pouco mais jovens.
Portanto, vale saber que, antes de doar o rim, você irá passar por uma avaliação feita por uma equipe multidisciplinar. Após realizar vários exames laboratoriais, de imagem e o teste de compatibilidade, estando tudo certo, estará liberado para o procedimento.
A doação de rim de uma pessoa que morreu também é possível. Neste caso, além do teste de compatibilidade, é averiguado se o doador não tinha doenças crônicas ou apresentava enfermidades que possam ser transmitidas para o receptor, como doenças infecciosas.
Quando transplante é indicado
O transplante de rim é o tratamento ideal para pacientes com doença renal crônica avançada, ou seja, aquele cujo órgão executa a filtragem abaixo de 10 ml/min.
Em algumas situações especiais também é indicado o transplante para o paciente cuja filtração do rim seja abaixo de 15 ml/min, como em indivíduos com menos de 18 anos e diabéticos.
Após o transplante, o doador seguirá com a vida normalmente. Só é recomendado que a cada ano seja feito um acompanhamento médico para realizar exames físicos e laboratoriais para monitoramento da saúde do rim que ficou.
É essencial também manter hábitos saudáveis como alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos, cessar o tabagismo e evitar substâncias tóxicas aos rins como os anti-inflamatórios.
Já para o paciente transplantado, após receber o rim, a qualidade de vida melhora muito. Afinal de contas, não será mais necessário seguir com a hemodiálise (tratamento em que uma máquina filtra e limpa o sangue, fazendo exatamente parte do trabalho que deveria ser feito pelo rim).
Será apenas preciso manter um tratamento para manter o órgão doado funcionando adequadamente e não haver rejeição. Essa terapia é permanente. Por isso, os especialistas não falam em cura, mas sim em controle da doença renal.
Fontes: Marcelo Schneider Goulart, urologista do Hospital Baía Sul, em Florianópolis; Maria Júlia Araújo, nefrologista do Hospital Nove de Julho, em São Paulo; Teresa Ferreira, médica nefrologista e responsável técnica pelo serviço de transplante renal do HU-UFMA (Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão), vinculado a Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).
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