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Não afeta só a pele: entenda o albinismo de Cristian em 'Terra e Paixão'

Na nova novela das nove "Terra e Paixão", Cristian (Felipe Melquiades) é filho de Lucinda (Débora Falabella) e Andrade (Ângelo Antônio) - Reprodução / Instagram / Globo
Na nova novela das nove 'Terra e Paixão', Cristian (Felipe Melquiades) é filho de Lucinda (Débora Falabella) e Andrade (Ângelo Antônio) Imagem: Reprodução / Instagram / Globo

Colaboração para VivaBem*

16/05/2023 09h20Atualizada em 16/05/2023 09h51

O albinismo é tema de uma das tramas de "Terra e Paixão", novela da Globo que estreou no início de maio. Na história, o filho de Lucinda (Débora Falabella) e Andrade (Ângelo Antônio), Cristian (Felipe Melquiades), tem a condição e sofre preconceito na escola.

O que é o albinismo?

É uma condição de natureza genética que tem como principal característica a falta de melanina, um pigmento produzido em nosso organismo e que apresenta diversas funções, entre elas, a proteção do material genético (DNA) que se encontra em nossas células, e o desenvolvimento correto de estruturas oculares, como no caso da retina.

A produção de melanina é um processo complexo que envolve os produtos de diversos genes. Quando há falhas em um desses genes, a produção da melanina é comprometida, causando as características do albinismo, como a falta de pigmentação e o comprometimento visual.

Exames realizados no pré-natal não detectam o albinismo. No ultrassom, por exemplo, a falta de pigmentação não aparece nas imagens porque não se reflete em alterações morfológicas visíveis em exames como esse. Sendo assim, os pais descobrem que a criança tem albinismo no nascimento.

Geralmente, pessoas com albinismo apresentam uma característica comum que é a falta de pigmentação — seja na pele, olhos, cabelos e pelos —, além de algum grau de comprometimento visual, com a visão podendo variar de normal a subnormal.

Estima-se que 1 a cada 17 mil - 20 mil pessoas tenha albinismo. As prevalências podem variar de população para população —existem algumas localidades em que este número é bem maior, chegando a cerca de 1 por 200 em algumas populações indígenas nas Américas do Norte e Central, e 1 por 1.000 em algumas comunidades isoladas na África.

No Brasil, não existem dados oficiais, mas estima-se uma prevalência de 1 por 18 mil com variação entre grupos, possivelmente mais alta entre populações indígenas e quilombolas. Estudos raros sobre albinismo no Brasil apontam para essa tendência.

Quais problemas de saúde são associados ao albinismo?

Uma pessoa com albinismo é mais suscetível a queimaduras solares e a desenvolver cânceres de pele, uma vez que a falta de melanina deixa o indivíduo vulnerável aos efeitos nocivos da radiação ultravioleta, os famosos raios UV. Portanto, a condição vai demandar a necessidade de proteção solar por toda a vida, com uso de protetor solar com alto fator de proteção, roupas, chapéus e óculos escuros.

A baixa visão também pode ter impacto na autonomia devido à falta de acessibilidade dos ambientes (escola, trabalho, etc), dificultando a inserção na sociedade. Para a baixa visão não há correção, mas para os demais problemas oculares, como os erros refrativos, os óculos de grau podem corrigi-los e melhorar a acuidade visual.

Além disso, o desconhecimento sobre a condição, em muitos casos, alimenta o preconceito e a discriminação, levando ao isolamento social. Vale ressaltar que a condição atinge qualquer tipo de pele — estima-se que a população negra seja mais atingida.

*Com reportagem de Bárbara Therrie, publicada em 09/11/2022