Tem ponta de lápis de estimação na pele? Isso não é tão ok quanto parece
Relatos de pessoas que têm pontas de lápis presas à pele viralizaram no Twitter nos últimos dias. Elas contaram que têm o fragmento de grafite retido em regiões do corpo como mãos, braços e pernas.
Segundo esses relatos, o objeto estaria preso ao corpo há anos, após a ponta de lápis ter penetrado na pele quando eram crianças. VivaBem conversou com especialistas para entender como isso acontece e quais os riscos.
O que acontece?
A ponta de lápis, ao penetrar na pele, pode atingir camadas mais profundas, como a derme, segundo explica Rodrigo César Davanço, dermatologista e preceptor do Departamento de Dermatologia da USP (Universidade de São Paulo).
Essa situação provoca um processo inflamatório em que as células de defesa do corpo tentam destruir o objeto.
Pode haver a formação de um granuloma de corpo estranho no local atingido, caso a destruição do objeto estranho (a ponta de lápis) não ocorra. Os granulomas, segundo Davanço, são um arranjo ordenado de células de defesa do nosso corpo. Esse arranjo se forma ao redor do corpo estranho; nesse caso, a ponta do lápis.
Por que presa por anos?
A ponta de lápis, aprisionada pelo granuloma, pode ficar durante muitos anos na região da derme, mesmo sem nenhum sintoma.
Há relatos na literatura (médica) de fragmento de ponta de lápis aprisionado na derme há 25 anos. Rodrigo César Davanço
O grafite não gera muita reação ao ser inserido na pele —por isso, pode ficar lá por muitos anos. Fabiane Brenner, diretora da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), afirma que o grafite tem a característica de não ser muito imunogênico.
Normalmente, quando a gente coloca um produto sobre a pele, é gerada uma reação chamada de corpo estranho. E o grafite não gera muita reação no momento em que ele é inserido na pele. Fabiane Brenner
A ponta de lápis não é de fácil destruição pelo corpo, ainda que haja uma reação inflamatória para tentar eliminá-la.
O que fazer?
A lesão na pele, provocada pela penetração da ponta de lápis, pode servir como uma "porta de entrada" para bactérias. Caso ocorra alguma infecção no local, é indicado tratá-la inicialmente. Depois de resolvido o processo infeccioso, pode ser retirado o corpo estranho.
É recomendada a remoção sempre que ocorrer a penetração de um objeto estranho como a ponta de lápis na pele, segundo Davanço.
A retirada é recomendada até mesmo para quem tem o grafite preso à pele por muitos anos.
A remoção deve ser feita por um médico e sob anestesia local.
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