Estudo: semaglutida, substância do Ozempic, é eficaz para perda de peso

Estudo apresentado no Congresso Europeu sobre Obesidade deste ano analisou o uso de semaglutida em pessoas com obesidade e sobrepeso por um ano e mostrou que a substância é eficaz na perda de peso. A pesquisa é uma das poucas que avalia o uso da semaglutida —princípio ativo do Ozempic e do Wegovy— a médio prazo.

O Ozempic, disponível nas doses de 0,25 mg + 0,50 mg e 1 mg, já é vendido no Brasil para tratar o diabetes tipo 2, mas também é usado de forma off label (quando a indicação não está na bula) para tratar obesidade.

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Já o Wegovy, outra caneta, mas com dosagem máxima de 2,4 mg de semaglutida, é usado apenas para tratar a obesidade. Ele já foi liberado pela Anvisa, mas ainda não está disponível nas farmácias do Brasil.

Como o estudo foi feito

Os pesquisadores realizaram uma coleta de dados sobre o uso de semaglutida para o tratamento da obesidade em três hospitais diferentes.

Foram incluídos pacientes com IMC (índice de massa corporal) maior ou igual a 27 kg/m² (sobrepeso e todas as categorias de IMC mais altas) que receberam injeções subcutâneas semanais de semaglutida (doses 0,25; 0,5; 1; 1,7; 2; 2,4 mg; no entanto, a maioria estava usando a dose mais elevada de 2,4 mg, ou seja, a quantidade presente no Wegovy).

Os pesquisadores excluíram pacientes que tomavam outros medicamentos para obesidade, aqueles com histórico de cirurgia de obesidade, aqueles com câncer e aqueles que estavam grávidas.

Ao todo, 305 pacientes foram incluídos na análise (73% do sexo feminino, idade média de 49 anos, 92% brancos, IMC médio de 41, 26% com diabetes do tipo 2).

Quais foram os resultados

Em toda a coorte, a média de perda de peso foi de 13,4% em um ano (para os 110 pacientes que tinham dados de peso nesse período de tempo).

Em um ano, a porcentagem de pacientes que perderam mais de 5% do peso corporal foi de 82%; mais de 10% foi de 65%; mais de 15% foi de 41%; mais de 20% foi de 21%.

O tratamento com semaglutida também diminuiu significativamente a pressão arterial, o colesterol total e "ruim" (LDL) e triglicerídeos.

Metade dos pacientes apresentou efeitos colaterais relacionados ao uso de medicamentos (154/305), sendo os mais relatados náuseas (38%) e diarreia (9%).

Os efeitos colaterais foram em sua maioria leves, não afetando a qualidade de vida, mas em 16 casos resultaram na interrupção da medicação.