Corrosivo e ineficaz: MMS não é solução para o autismo e ainda faz mal
O MMS (sigla em inglês para Solução Mineral Milagrosa) continua sendo vendido em marketplaces conhecidos, apesar de ter sido proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O produto é composto por dióxido de cloro e divulgado na internet com a promessa de curar o autismo e algumas doenças —o que não ocorre. Segundo a Anvisa, trata-se apenas de um alvejante altamente corrosivo e sem nenhuma comprovação científica de benefícios para a saúde de seres humanos.
MMS provoca diarreia e sobrecarrega rins
Além de não alterar o quadro de quem tem autismo, Alzheimer e qualquer outra condição de saúde, o uso do produto pode gerar problemas no sistema digestivo.
Por ser altamente corrosivo, o MMS provoca diversos danos ao organismo quando ingerido. Os sintomas mais comuns são vômito e diarreia.
Em casos mais graves, pode machucar o tubo digestivo, prejudicando os tecidos e células da região, principalmente se aplicado pelo reto, umas das formas de uso indicadas na internet.
Há até mesmo relatos de descamação das paredes do intestino e reto, o que é equivocadamente visto como um sinal de melhora, pois os tecidos são confundidos com vermes que, segundo os anúncios na internet, causariam o autismo (obviamente, não existem evidências científicas que relacionem verminoses ao transtorno do espectro autista).
O uso do MMS pode ser ainda pior se feito de maneira contínua. Ele pode provocar desidratação e sobrecarregar os rins, deixando o indivíduo extremamente fraco e provocando anemia.
O que diz a Anvisa?
O órgão proibiu a comercialização e fabricação do MMS em junho de 2018, mas ainda é fácil encontrá-lo em anúncios da internet.
A Anvisa já reiterou que o dióxido de cloro não tem aprovação como medicamento em nenhum lugar do mundo e que, de fato, sua ingestão traz riscos imediatos e a longo prazo para os pacientes, principalmente às crianças.
*Com reportagem de Priscila Carvalho, publicada em 27/05/2019
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