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Tatá Estaniecki descobre que tem 'terceiro mamilo'; o que é polimastia?

Tatá Estaniecki diz que descobriu terceiro mamilo após gestação do segundo filho, Caio - Instagram
Tatá Estaniecki diz que descobriu terceiro mamilo após gestação do segundo filho, Caio Imagem: Instagram

Do VivaBem*, em São Paulo

25/05/2023 17h47

A youtuber Tatá Estaniecki chamou a atenção de seus seguidores ao compartilhar que tem um "terceiro mamilo", condição tecnicamente conhecida como polimastia. A influencer disse que achou que estivesse com um pelo encravado na axila, mas soube, em uma consulta com a obstetra, que tinha uma "mama acessória".

Ela notou a "mama extra" após o nascimento de Caio, seu segundo filho com Julio Cocielo, e segundo ela, isso também já tinha ocorrido durante a gestação de Bia, de três anos de idade.

"Na minha última consulta com a minha obstetra, eu falei: 'Acho que eu estou com um pelo encravado na axila e está me incomodando, queria que alguém avaliasse'. Aí ela pediu para ver e falou: 'Não, menina, isso é uma mama acessória'", contou Tatá.

Eu achei que era um pelinho encravado na axila, esse 'pelinho' só encravou nas duas gestações —na gestação da Bia também encravou, mas eu nem dei bola. Agora, com o Caio, voltou. Pensei: 'Nossa, que estranho, só encrava quando eu estou grávida'. Isso acontece quando você tem o tecido mamário fora da região do peito, e acabou vindo para a axila. Agora, se eu apertar essa bolinha, sai leite.

O que é polimastia?

A polimastia é o nome dado para o aparecimento de glândulas mamárias em outros locais fora da linha do peito, como nas axilas —caso de Tatá— ou na virilha.

Trata-se de uma variação anatômica, isto é, uma característica da anatomia de algumas pessoas. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, a condição atinge entre 1% e 5% da população de ambos os sexos.

Mas de onde ela vem? De acordo com Wagner Rodrigues Hernandez, obstetra do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista, a "mama adicional" é um resquício embrionário: os embriões de todos os mamíferos se desenvolvem na barriga da mãe e surgem vários "brotos" de glândulas mamárias espalhados pela pele do embrião, em uma linha que vai das regiões axilares até as regiões das virilhas bilateralmente, conhecida como "linha do leite".

Durante a gestação, as mamas do bebê regridem e se localizam somente na linha mediana do tórax, onde estão normalmente. Em pessoas com polimastia, porém, algumas glândulas mamárias não regridem por completo e podem apresentar um ou mais conjuntos de mamilos ou de glândulas mamárias em outros lugares do corpo.

"Na maior parte das mulheres, elas [as mamas adicionais] vão regredir por completo, mas em um pequeno percentual elas vão persistir", explica Hernandez.

Há riscos?

A confirmação da condição pode ser feita por exame físico ou ultrassonografia e, eventualmente, ressonância magnética. A polimastia não requer tratamento, pois não é uma doença.

É mais uma questão estética do que qualquer outra coisa. Então, se a mulher se incomoda com isso, pode fazer cirurgia para remoção do tecido, operação que pode ser feita por um mastologista ou cirurgião plástico. Isso pode ser feito por lipoaspiração ou, dependendo do tamanho, por uma remoção do tecido inteiro. Wagner Rodrigues Hernandez, obstetra do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista

Uma vez retirada, a mama extra não volta a aparecer.

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, as mamas acessórias não apresentam um risco maior de câncer de mama, sendo que a incidência de carcinoma no tecido mamário acessório é rara, correspondendo a apenas 0,3% dos carcinomas de mama.

"É algo benigno, o risco de malignizar e ter câncer nessa região é muito pequena", reitera Hernandez.

No entanto, quando o assunto é check-up, é preciso tratar a mama acessória como os outros mamilos.

Uma atenção que essas mulheres têm que ter é que, como é um tecido mamário, além de fazer o check-up de mama, ultrassom e mamografia, essa região também pode ter câncer de mama, então existe uma necessidade de acompanhar esse tecido da mesma maneira que a mama. Wagner Rodrigues Hernandez, obstetra do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista

Qual a relação com a gravidez?

Como o tecido mamário é mais sensível à ação dos hormônios, no período pré-menstrual, na gravidez e no período de amamentação, as mamas podem ficar mais inchadas.

"É por isso que a maioria das mulheres descobre que tem uma 'mama extra' nesses períodos, porque um negócio que normalmente fica 'sequinho' acaba ficando mais 'gordinho' e chama a atenção", comenta o obstetra, segundo o qual a condição é frequentemente confundida com uma "gordurinha" ou um absesso (nome técnico do "pelo encravado").

Hernandez explica que a mama extra também pode produzir leite, mas isso é menos comum. Além disso, algumas mulheres também têm, além da mama acessória, a auréola ao redor, condição conhecida como politelia, que também não representa riscos para a saúde.

*Com informações da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional São Paulo.