Homem fratura o pênis em três regiões após posição sexual perigosa; entenda
Um homem de 36 anos sofreu uma fratura em três pontos diferentes do pênis após posição sexual perigosa. O caso ocorreu na Tanzânia e foi descrito pelos médicos como uma "emergência urológica extremamente rara".
O incidente foi relatado no periódico científico International Journal of Surgery Case Reports. Segundo o artigo, o homem contou que sua parceira estava em cima dele, quando o pênis saiu da cavidade vaginal. Ao tentar penetrar novamente, o órgão escorregou, perdeu o caminho e atingiu a área perineal feminina (região entre as coxas).
Foi quando ele ouviu "um som de estalo", seguido de dor e rápida perda de ereção. O paciente foi diagnosticado com uma "fratura peniana tripla": ele rompeu os dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso, com lesão uretral associada.
Fratura peniana envolvendo todos os três corpos e lesão uretral associada é uma emergência urológica extremamente rara. Embora o diagnóstico de fratura peniana seja clínico, a ressonância magnética pode ajudar no diagnóstico e delinear a extensão da lesão. O reparo cirúrgico urgente da fratura peniana tripla tem excelente resultado, incluindo a recuperação da função erétil. Autores do estudo publicado no periódico International Journal of Surgery Case Reports.
O que é uma "fratura peniana"?
"Fratura" é só modo de falar —o pênis não tem ossos. O que acontece, na verdade, é a ruptura da túnica albugínea, uma capa grossa de pele que envolve as estruturas internas do pênis (os dois corpos cavernosos e o corpo esponjoso) e permite sua ereção.
Pênis fraturado é conhecido como "pênis berinjela". Se a túnica albugínea romper, libera uma grande quantidade de sangue, deixando o órgão sexual extremamente inchado, roxo e curvado para um dos lados, com aspecto de "quebrado".
Caso raro. Segundo o estudo, a lesão geralmente é unilateral em 91,2% dos casos, enquanto a lesão bilateral representa apenas de 5% a 14% das ocorrências. Já uma lesão que rompe os dois corpos cavernosos e ainda afeta a uretra, caso relatado na Tanzânia, é ainda mais rara, responsável por 9% a 20% de todas as fraturas penianas.
Sintomas. De acordo com a pesquisa, o paciente deu entrada em um centro de saúde público e hospital de ensino relatando queixas como inchaço e dor, que são os sintomas mais comuns nesses casos. Além disso, ele relatou sangue na uretra por cinco horas.
Em alguns casos, o homem só sente dor depois de um tempo. Mas pelo barulho é possível perceber que houve um rompimento da túnica albugínea.
Fratura peniana é rara, mas algumas posições sexuais favorecem a lesão
A fratura do pênis é uma emergência urológica considerada incomum, mas pode acontecer durante relações sexuais muito intensas e em posições sexuais nas quais a mulher fica por cima do homem, como ocorreu com o paciente tanzaniano.
Um estudo realizado em Campinas, no interior de São Paulo, revelou que 50% dos casos de fratura peniana ocorrem através de posições sexuais que as mulheres ficam por cima. A segunda posição mais perigosa é a de quatro (29%) e a mais segura é a do "missionário", onde o homem fica por cima (21% dos casos).
Por que? Quando a mulher fica por cima, o seu peso e controle sobre o pênis ereto torna mais difícil para o homem poder reagir com rapidez diante de uma sensação ou movimento doloroso. Em alternativas em que o homem fica acima da mulher ou atrás dela, os riscos de uma fratura como essa acontecer diminuem consideravelmente.
Alguns estudos indicam como outras causas da lesão movimentos masturbatórios acelerados e bruscos em homens com problemas de ereção ou em jovens que se masturbam escondido com medo de serem flagrados.
No relatório que descreveu o caso da Tanzânia, os médicos concluíram que o impacto do pênis ao atingir o períneo da mulher pode ter sido "muito alto", causando uma elevada pressão intracorporal, que levou a "uma ruptura tão grave envolvendo os três corpos, bem como a uretra".
Tratamento deve ser imediato para evitar sequelas
O paciente teve que passar por uma cirurgia imediata para reparar o problema —que é o tratamento mais indicado.
Os especialistas aconselham procurar um médico imediatamente, já que a lesão pode ter mais complicações para aqueles que demoram para buscar ajuda, como cicatriz peniana e disfunção erétil.
O paciente foi conduzido para cirurgia de emergência e reparo da fratura peniana e lesão uretral, que foi realizada por um urologista.
A reparação de ambos os corpos cavernosos foi realizada, enquanto a uretra (considerada corpo esponjoso) passou por uma emenda cirúrgica com um tipo de sutura que é absorvida pelo organismo com o passar do tempo. Em três dias ele recebeu alta do hospital e um cateter em sua uretra foi removido após 21 dias.
O pós-operatório exige alguns cuidados, já que envolve cirurgia, desinchaço do membro e tempo de cicatrização, podendo levar entre 30 e 60 dias. Seis meses após a operação, o paciente retornou à clínica, relatando aos médicos que havia retomado sua vida sexual sem dificuldades.
*Com informações de reportagens publicadas em 28/06/2016 e 27/07/2021.
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