'Adesivo' usado por José Loreto no bumbum controla o diabetes; entenda
José Loreto, 39, subiu na passarela da moda na 55ª edição da SPFW (São Paulo Fashion Week), nesta sexta-feira (26/5), com o bumbum de fora. Além da performance e do corpo definido do ator, que desfilou de fio dental, chamou a atenção das pessoas a presença de um pequeno adesivo em uma de suas nádegas.
Do tamanho de uma moeda de 1 real, o adesivo utilizado pelo artista é, na verdade, um sensor que faz o acompanhamento do nível de glicemia, ou seja, a quantidade de glicose (açúcar) no corpo. José Loreto tem diabetes tipo 1 e faz tratamento desde a adolescência.
Como funciona sensor para diabéticos
Quem possui diabetes precisa verificar o índice de glicemia no sangue com alguma frequência, para evitar os picos de glicose, que são prejudiciais à saúde e podem causar complicações crônicas a longo prazo, como problemas nos rins e no coração, além da cegueira.
No caso do aparelho utilizado por José Loreto, a tecnologia é composta de um sensor e um leitor. O sensor é redondo e normalmente é aplicado na parte traseira superior do braço, por meio de uma cânula de silicone (uma "agulha" bem molinha). É indolor e pode ser utilizado por, no máximo, 14 dias consecutivos.
Seu diferencial em relação ao glicosímetro convencional (picada no dedo) é o monitoramento contínuo da glicose. Este sensor capta os níveis de glicose no sangue por meio de um microfilamento (0,4 milímetro de largura por 5 milímetros de comprimento) que, sob a pele e em contato com o líquido intersticial (um fluído presente nas células), mensura a cada minuto a glicose presente na corrente sanguínea.
O leitor é escaneado sobre o sensor e mostra o valor da glicose medida. O scanner também pode ser feito pelo celular.
O aparelho captura as informações de glicose do sensor em um rápido scan de 1 segundo e cria gráficos e relatórios. Ele mostra, por exemplo, a quantidade de tempo que a pessoa ficou, nas últimas 24 horas, com hipoglicemia (queda de açúcar no sangue), hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue) ou no 'tempo no alvo'.
Outro gráfico oferecido pela tecnologia são as setas de tendência, que indicam se a glicose está estável, subindo ou descendo, e qual a velocidade disso (rapidamente ou lentamente). Desta forma, é possível tomar alguma medida para ajustar os números.
Preço é salgado. O custo do aparelho pode variar de R$259 a R$354, em média. Ou seja, para tê-lo, o paciente precisa gastar cerca de R$500 a R$700 por mês, o que dificulta o acesso à tecnologia.
Glicosímetro e sensor são aliados
Sem esse aparelho, também é possível acompanhar os índices de açúcar no sangue pelo glicosímetro convencional, medidor que funciona com pequenas espetadas no dedo. A diferença é que o glicosímetro não tem um monitoramento contínuo mas, sim, pontual. Apesar disso, especialistas explicam que um aparelho não exclui o outro.
O glicosímetro é o que temos de mais estabelecido, de muitos anos, para o controle do diabetes. Mas, com ele, não dá para fazer essa monitorização contínua, igual ao sensor. Infelizmente, é um monitoramento pontual, mas que ainda assim nos ajuda muito. Virgínia Fernandes, endocrinologista do Hospital Universitário Walter Cantídio, da UFC (Universidade Federal do Ceará), da Rede Ebserh, em matéria de VivaBem publicada em 22/07/2021
A medida pela ponta do dedo é válida quando a tecnologia falha. Caso apareçam dados muito divergentes, o exame pelo glicosímetro pode trazer uma outra visão. Isso mostra como ambas medidas são aliadas. A diferença é que uma usa o sangue capilar pela ponta do dedo e o sensor pega o líquido intersticial.
Entenda o diabetes
O diabetes mellitus é uma doença do metabolismo que tem como principal característica o excesso de glicose no sangue. A glicose é um tipo de açúcar, produzido a partir dos alimentos que a gente ingere, e nossa principal fonte de energia.
O diabetes pode ter duas causas diferentes: nos pacientes com diabetes tipo 1, o organismo deixa de produzir insulina, o hormônio que leva a glicose para dentro das células, para que o açúcar seja usado como combustível.
Já em pacientes com diabetes tipo 2, o organismo não produz quantidade suficiente de insulina ou não consegue empregar o hormônio produzida de forma adequada.
* Com informações de reportagem publicada em 27/05/2022, 22/07/2021 e 24/07/2018.
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