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Vídeo mostra antes e depois do peeling de fenol; como é feito? Tem riscos?

Vídeo mostrando antes e depois do peeling de fenol viralizou no TikTok - Reprodução/TikTok @joaoocastros
Vídeo mostrando antes e depois do peeling de fenol viralizou no TikTok Imagem: Reprodução/TikTok @joaoocastros

De VivaBem*, em São Paulo

31/05/2023 17h59

Vídeos que mostram a evolução da pele de um jovem que fez peeling de fenol viralizaram nas redes sociais. Uma das publicações já atingiu mais de 19 milhões de views e a mais recente, publicada nesta terça-feira (30), mostra como está a pele 18 dias após o procedimento.

"Faz com a pessoa ainda viva?", brincou uma internauta, nos comentários. "Vi um monte de gente falando que já fez e que com o tempo as cicatrizes voltaram, acho que por isso eu não teria coragem", escreveu outra pessoa.

Nas imagens, o jovem aparece com marcas de acne no rosto e, semanas após o peeling de fenol, a pele já não tem mais cicatrizes.

Como é feito o peeling de fenol?

Na técnica, o fenol penetra na epiderme (a camada mais superficial da pele), o que causa sua necrose e induz reação inflamatória controlada não só na epiderme como também na derme (camada localizada abaixo da epiderme).

O procedimento estimula a produção de colágeno, proteína determinante no processo de rejuvenescimento facial.

O peeling de fenol em camadas profundas só deve ser feito por um médico dermatologista ou cirurgião plástico especializado no método, devido aos picos de arritmia cardíaca que podem ser causados pelo fenol enquanto a substância não é metabolizada pelo organismo. Por isso, há contraindicação para grávidas ou pessoas com doenças crônicas.

O método, que pode variar entre R$ 15 mil e R$ 30 mil, exige anestesia ou sedação para evitar a sensação de dor ou ardência no momento da aplicação.

O período pós-intervenção costuma ser doloroso e pode levar até um ano e meio até que o rosto cicatrize por completo.

Quais os riscos?

A intervenção, considerada invasiva, é conhecida por estimular o rejuvenescimento da pele, mas requer cuidados.

Se os protocolos não forem corretamente seguidos, é alto o risco de infecção por vírus, bactérias e fungos.

Além disso, mesmo se a técnica for conduzida de maneira adequada, especialistas alertam que ainda existe a possibilidade de alterações permanentes na cor da pele e manchas.

Também pode haver formação de queloides, cicatrizes protuberantes que surgem devido ao excesso de proteína (colágeno) na pele durante a cicatrização.

O fenol é um antisséptico potente, mas pouco utilizado, porque é altamente tóxico quando usado em concentrações mais eficientes. Na dermatologia, ele pode ser usado a partir de 50%, sendo que em concentrações acima de 80% é quando causa mais necrose, que a gente chama de querato coagulação. É o que acontece, por exemplo, com os peelings mais profundos. Carla Gayoso, chefe de dermatologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley (PB), em entrevista ao VivaBem em 2022

Antes, durante e depois do peeling de fenol

Antes

Para evitar o surgimento de herpes, o paciente deve se comprometer a tomar antivirais, além de utilizar protetor solar e ácidos para afinar a pele de 15 a 30 dias antes da intervenção.

Quem tem infecções locais só poderá fazer depois de tratá-las, e alguns especialistas atentam para o potencial efeito colateral de clareamento da região onde a mistura foi aplicada —o que a torna insegura para pessoas de pele escura.

Durante

No centro cirúrgico, o paciente recebe sedação ou anestesia e tem o seu rosto limpo e desengordurado.

A aplicação em si dura por volta de 1h30 se feita em toda a face e é realizada por etapas —assim, o fenol é metabolizado pelo corpo em concentrações que não oferecem perigo.

Em geral, a alta é dada no mesmo dia ou no dia seguinte e, se feita a técnica clássica, a pessoa sai com uma máscara oclusiva que deve ser retirada após dois dias.

Depois

Daí vem o pós-operatório, quando a pele começa a cicatrizar e ganha o aspecto de queimadura.

O normal é não sentir dor ou ardência durante este período —caso sinta, o médico deve intervir com a análise da situação e prescrição dos remédios cabíveis.

Depois que a crosta sai, por volta do oitavo dia de recuperação, surge uma pele nova e ainda rosada —aspecto que desaparece após três meses.

Então o paciente pode desfrutar do resultado expressivo e duradouro, mantendo apenas os cuidados rotineiros e de fotoproteção.

* Com informações de reportagens publicadas em 25/10/2022 e.19/01/2023.