Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


A rara mutação que pode explicar erro com 'pior serial killer' da Austrália

Australiana Kathleen Folbigg passou 20 anos na prisão, acusada de sufocar seus quatro filhos enquanto bebês - Fairfax Media/Getty Images
Australiana Kathleen Folbigg passou 20 anos na prisão, acusada de sufocar seus quatro filhos enquanto bebês Imagem: Fairfax Media/Getty Images

De VivaBem, em São Paulo

06/06/2023 14h14

Kathleen Folbigg, conhecida como "a pior assassina em série da Austrália", foi inocentada e solta após passar 20 anos na prisão, acusada de matar seus quatro filhos. Agora, cogita-se que uma mutação genética possa ter causado as mortes, ocorridas com intervalos de tempo.

O que aconteceu

Folbigg era conhecida como "a pior assassina em série da Austrália", acusada de ter sufocado os filhos. Os pequenos morreram um depois do outro, ao longo de dez anos, entre 1989 e 1999.

Mutação genética pode causar morte súbita, segundo cientistas. A versão é citada pela professora Carola Vinuesa, professora de imunologia e medicina genômica da Universidade Nacional Australiana.

A variante estava em um gene chamado CALM2 (que codifica a calmodulina). As variantes da calmodulina podem causar morte cardíaca súbita.

Em 2015, legista disse que não havia evidências que crianças tivessem sido mortas. "Não há suporte para dizer que qualquer uma ou todas essas crianças foram assassinadas", disse Stephen Cordner, patologista forense. "Não há sinais de asfixia".

A mutação

Exames genéticos revelaram que Folbigg e suas filhas Sarah e Laura tem a mutação conhecida como CALM2-G114R. Os filhos, Caleb e Patrick, não carregam a mesma característica.

O gene CALM2 codifida a proteína calmodulina, que é essencial para que um coração siga batendo.

Segundo Jozef Gecz, professor de genética humana da Universidade de Adelaide, ao site ABC, o papel da calmodulina é garantir que a proteína esteja "protegida". Estudos apontam que mutações trazem sérias consequências para os indivíduos afetados.

"Uma vez que se constate a mutação, há uma explicação potencial para um coração que pare", explicou ele.

O corpo humano tem 20 mil genes, e os três de calmodulina são creditados entre os 15 mais importantes da evolução humana. A rara condição afeta 1 em 35 milhões de pessoas e só tem 135 registros no mundo.