Afta que demora para passar pode ser sinal de câncer de cabeça e pescoço
Julho é o mês da Campanha de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, conhecida como Julho Verde. De acordo com o Inca, são mais de 40 mil novos casos desse tipo de câncer a cada ano. A região da cabeça e do pescoço engloba algumas subdivisões, dependendo de onde o tumor a afeta.
"A região da cabeça e pescoço é colocada num conjunto porque os sintomas e as causas deles são bem parecidos. Esse segmento diz respeito à boca, mais especificamente à língua; à garganta, com amígdala; e à laringe, com as cordas vocais", explica o médico Dorival Carlucci, cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Os principais sintomas envolvem:
Qualquer alteração na região, seja uma afta ou uma rouquidão, com uma duração maior que duas semanas, já é preocupante e necessita de um acompanhamento profissional.
Um nódulo no pescoço, que também não desaparece, pode ser um indício de um possível tumor na amígdala.
Quanto mais precoce, maior a chance de cura, e também menor vai ser a agressividade do tratamento. Uma afta pequena na língua, a remoção da lesão gera cura de quase 80%. Um tumor na corda vocal, de 95%. Dorival Carlucci, cirurgião de cabeça e pescoço
Tratamento
"O grande problema dos tumores da região da cabeça e do pescoço é que, se eles forem detectados tardiamente, causam mutilações muito grandes no paciente. Pode levar à alteração da voz, de deglutição e até da estética", diz Carlucci, que coloca que o diagnóstico é, normalmente, visual ou com aparelhos endoscópicos, sendo o Hospital das Clínicas um local com diversas possibilidades de identificação desses cânceres.
Alguns tipos podem ser tratados por meio da rádio ou quimioterapia, mas, como colocado, quanto antes diagnosticado, menor a necessidade de mutilações na região afetada pelo câncer.
Conscientização
O HPV (Papilomavírus humano) é transmitido pelo contato sexual, mas possui uma vacina que o previne. Uma das possibilidades da manifestação dos seus sintomas é o câncer de amígdala, que se soma aos outros agressores.
"Se a gente pensar que o cigarro, que é o principal vilão, o álcool, e agora a gente está tendo um aumento das infecções pelo vírus do HPV, se a gente pensar na exposição de todo o segmento do trato aerodigestivo, toda essa região recebe a agressão desses fatores. Eu posso até ter mais do que um tumor: posso tratar um tumor no lugar e, depois, ele voltar ou aparecer numa outra sub-região", indica.
"Quando a gente fala tabagismo, está incluindo tudo. Esses cigarros eletrônicos eu considero até mais perigoso: a gente não tem nem controle do que tem dentro daquilo e isso fica sendo consumido por uma população jovem", diz.
Assim, a conscientização — tanto em relação à vacinação contra o HPV quanto ao diagnóstico precoce dos cânceres de cabeça e pescoço — é extremamente importante e fundamental para o tratamento, sobretudo para o sucesso dele.
"O que a gente mais busca é conscientizar a população. Precisa mudar os padrões de vida para que esses agressores diminuam". Carlucci ainda completa: "A cabeça e o pescoço são uma área muito exposta. É preciso perceber, prestar atenção e não achar que é normal. Conhecer o próprio corpo é importantíssimo".
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