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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Sintomas da febre maculosa: o que a doença causa e qual o perigo?

Carrapato-estrela é o causador da febre aftosa; veja sintomas - Christopher Paddock James Gathany / CDC - Reprodução
Carrapato-estrela é o causador da febre aftosa; veja sintomas Imagem: Christopher Paddock James Gathany / CDC - Reprodução

De VivaBem, em São Paulo*

14/06/2023 18h53Atualizada em 14/06/2023 18h53

Os casos de febre maculosa que resultaram em mortes após um evento na cidade de Campinas (SP) têm assustado os brasileiros.

Abaixo, entenda mais sobre os sintomas da doença e como ela é transmitida.

Quais os sintomas da febre maculosa?

Os principais sintomas atrelados a ela são:

  • Febre,
  • náuseas,
  • vômitos,
  • cansaço,
  • fadiga
  • manchas vermelhas no corpo.

O período de incubação vai de dois a 15 dias, com manifestações aparecendo, em média, por volta do sétimo dia. Ela pode ser confundida com uma virose comum ou com dengue, por isso é necessário acompanhamento médico.

Uma das caraterísticas mais comuns da febre maculosa é o comprometimento da coagulação sanguínea. Se não for tratada de forma rápida, ela evolui e atinge os vasos sanguíneos da região cerebral.

O que provoca e o que capivara tem a ver com isso?

Acontece pela picada do carrapato-estrela, que transmite a bactéria Ricketsiia rickettsii. Ao picar uma pessoa e se alimentar do sangue dela, o carrapato transmite a bactéria por meio de sua saliva.

Geralmente, os animais como capivara e cavalos são os hospedeiros desse tipo de carrapato. No entanto, ele também é visto em capim, frestas dos muros e locais com grama alta.

A febre maculosa não passa de pessoa para pessoa - afastando o medo de epidemias como o da covid-19, por exemplo.

Comum na região sudeste do Brasil, a febre maculosa se manifesta principalmente em áreas de mata. Praticantes de esportes radicais ou pessoas que moram nessas regiões devem ficar atentos.

Se o contato com carrapato na pele for por um tempo maior que quatro horas, é fundamental procurar um médico para investigar os sintomas.

Não é incomum a doença se manifestar de forma rápida, às vezes, em até 48 horas. Se a pessoa permanecer com o carrapato por mais de seis horas no corpo, deve procurar ajuda médica imediatamente. O período de reprodução dos carrapatos começa em março e atinge seu pico entre junho e outubro.

O carrapato-estrela - ou micuim

Não é o dos cães. Diferentemente dos encontrados mais comumente em pets domésticos (geralmente o carrapato-vermelho-do-cão), o carrapato-estrela é mais visto em animais de grande porte, como bois e cavalos - por isso, também é chamado de carrapato do cavalo. Ele até pode ser encontrado em cães e gatos, mas com menor incidência, e aparece ainda em aves, gambás e coelhos.

São aracnídeos ectoparasitas. Isto quer dizer que eles ficam na parte externa de outros bichos, como na pele e no pelo.

São hematófagos, ou seja, se alimentam de sangue. Eles usam seu aparelho bucal para "grudar" na pele e ingerem o sangue do seu hospedeiro.

Têm três ciclos de vida: larva, ninfa e adulto. O ciclo consiste no adulto achar um hospedeiro, acasalar, permanecer alguns dias no animal, desprender-se dele e ir ao chão para botar ovos. As larvas podem passar meses à espera de um hospedeiro. Quando o encontram, passam um período curto antes de retornar ao chão, onde se tornam ninfas e passam a procurar um novo "lar" para a vida adulta.

Para o carrapato pegar e transmitir a febre maculosa, ele precisa ingerir o sangue de outro animal já infectado com a Rickettsia. Assim, ele o transporta para o próximo hospedeiro, que pode ser um humano.

Febre maculosa tem tratamento?

Embora se desenvolva de forma rápida, a doença tem cura e pode ser tratada com antibióticos, acompanhamento médico e internação.

Como prevenir

  • Nunca tire os carrapatos com as mãos, use pinças para fazer isso;
  • Vista roupas claras ao entrar em locais de mata, assim você consegue ver melhor o carrapato;
  • Deixe os animais domésticos livres de parasitas;
  • Em regiões de risco, use repelentes que inibem carrapatos.
*Fonte: Tânia Chaves, infectologista e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia