Açaí ou cupuaçu: qual é melhor? Veja benefícios de cada fruta e compare-as

Ambos são nativos da região amazônica e populares no estado do Pará, mas cada vez mais vêm conquistando consumidores em todo o Brasil. O açaí e o cupuaçu podem ser consumidos de forma natural ou com outras preparações. Mas na hora de comparar, somente um leva a melhor: o açaí.

Seu valor energético mais alto se dá pelo elevado percentual de lipídeos, como ômegas 6 e 9. E ele tem mais nutrientes do que o cupuaçu, como vitaminas A, C e E, cálcio, magnésio e fósforo.

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"No geral, ele tem mais nutrientes e carboidratos complexos excelentes para dar energia. Outro fator em que ele ganha é na quantidade de fibras. Pensando no consumo em geral para a saúde, melhor o açaí, pois obtemos mais nutrientes em menos quantidade de polpa", diz Adriana Araújo Cruz, nutricionista clínica que atua na Perfil Saúde, na Audimed Homecare e é voluntária na Fundação Centro de Oncologia do Amazonas.

Além disso, a fruta também contém um composto bioativo chamado antocianina, um antioxidante que atua na eliminação dos radicais livres. "Em termos de riqueza de composição, o açaí é melhor porque ele é muito rico em antocianina, um supercomposto funciona, consolidado já na literatura", diz Samantha Rhein, nutricionista e investigadora da Universidade do Chile - Instituto de Nutrição e Tecnologia dos Alimentos.

A seguir, veja a comparação de 100 g de polpa das frutas*:

Açaí

67 kcal

7,6 g de carboidratos

0,9 g de proteínas

5 g de gordura

5,8 g de fibras

20,8 mg de cálcio

20,9 mg de magnésio

20,2 mg de fósforo

110 mg de potássio

28,6 mcg de vitamina A

14,8 mg de vitamina E

42 mg de vitamina C

Cupuaçu

51 kcal

11,4 g de carboidratos

0,8 g de proteínas

0,5 g de gorduras

1,5 g de fibras

5,4 mg de cálcio

13,9 mg de magnésio

14,2 mg de fósforo

291 mg de potássio

10,5 mg de vitamina C

Cupuaçu não fica muito atrás

Apesar de na comparação o açaí levar a melhor, o cupuaçu é muito saudável. Ele é pobre em gorduras e proteínas, mas apresenta boas quantidades de carboidratos, fibras, enzimas e é rico em potássio, mineral responsável pelo bom funcionamento celular.

A fruta ainda tem alto teor de pectina, um tipo de fibra solúvel que atua no bom funcionamento do sistema digestivo; está relacionada ao controle dos níveis de açúcar no sangue e à diminuição do colesterol no organismo; tem efeitos na prevenção do câncer e de doenças cardiovasculares; proporciona saciedade, facilita o trânsito intestinal e estimula o crescimento e a manutenção das bactérias boas que vivem no intestino.

"Em termos de composição, os dois alimentos assumem papeis semelhantes na alimentação e têm igual importância quando o aspecto é nutrir nosso corpo", avalia Rhein.

E quanto às calorias?

Quando o assunto são calorias, a fruta roxinha perde para o cupuaçu por pouco. Cada 100 gramas de açaí contém em média 60-65 calorias, enquanto o cupuaçu possui cerca de 50 calorias, considerando a mesma quantidade de gramas.

Mesmo com tantas vantagens nutricionais, se consumido em excesso, seja na forma in natura, em sucos ou em creme, seja acompanhado de outros ingredientes, como leite condensado, granola, xarope de guaraná, uma porção de açaí pode chegar a 1.000 calorias, tornando-se uma espécie de 'bomba calórica'. Isso pode levar ao aumento de peso e à elevação da glicose no sangue. Adriana Araújo Cruz, nutricionista clínica

Apesar de levar vantagem neste quesito, os valores calóricos do cupuaçu também podem subir dependendo do tipo de receita que for feita com a fruta ou a polpa, o que inclui: sucos, refrescos, compotas, doces, sorvetes, biscoitos, licores, iogurtes.

"O creme de cupuaçu, por exemplo, tem ingredientes como a polpa, leite condensado e creme de leite, e pode apresentar de 120 a 190 calorias em 100 gramas", comenta Amanda Chaves Marcuartú, nutricionista e idealizadora do grupo de Estudos em Neurociência e Comportamento Alimentar de Belém, o Enca.

Apesar de serem versáteis e utilizadas em diversas preparações, a melhor maneira de aproveitar os benefícios do açaí e cupuaçu é consumindo os alimentos in natura e sem a adição de químicos, conservantes, açúcar.

Para se ter uma ideia, a ingestão mínima recomendada de frutas é entre duas a três porções, o que corresponde a cerca de 160 a 240 gramas por dia.

Fontes: Amanda Chaves Marcuartú, nutricionista do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos, em Belém, no Pará, e idealizadora do grupo de Estudos em Neurociência e Comportamento Alimentar de Belém (ENCA); Adriana Araújo Cruz, nutricionista clínica que atua na Perfil Saúde, na Audimed Homecare e é voluntária na Fundação Centro de Oncologia do Amazonas; e Samantha Rhein, nutricionista, investigadora da Universidade do Chile - Instituto de Nutrição e Tecnologia dos Alimentos (INTA) e pós-doutoranda do Centro Mente Aberta de Mindfulness (Universidade Federal de São Paulo).

*Valores da TBCA (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos).