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Como saber qual é o momento de ir para o hospital numa crise alérgica?

Colaboração para VivaBem

20/06/2023 15h17

A alergia pode ser desencadeada por diversos fatores e entender isso é importante para prevenir e controlar as crises. Este é o tema do quinto episódio da sétima temporada do Conexão VivaBem. A seguir, a imunologista Martina Cattaccini tira dúvidas:

Quais os vilões mais comuns das alergias respiratórias?

Em primeiro lugar o ácaro, seguido de pelo de gato e cachorro, fungos e pólen.

Vale ressaltar que, quando se pensa nos fatores de risco das alergias respiratórias, é algo relacionado ao ambiente, em que o alérgico inala algo e faz com que o sistema imunológico reaja e cause sintomas.

Dá para evitar que um bebê alérgico vire um adulto alérgico?

Dá para reduzir os riscos ao se trabalhar em prol do sistema imunológico. Isso significa que uma criança que tem hábitos mais saudáveis, vive no campo, é exposta ao sol, está com a vitamina D em dia, tende a ter uma melhor evolução e um menor risco de desenvolvimento de problemas a longo prazo.

Mas, de forma geral, ressalta a imunologista, o fator principal para que isso aconteça tem a ver com a genética e a ação do organismo que vai direcionar qual caminho ele vai seguir. "Quando se pensa em alergias não existe um segredo maravilhoso, do tipo faça isso ou use este remédio que não vai desencadear o restante", pondera a médica.

Em que ambientes da casa devemos nos atentar para achar os causadores de alergia?

No quarto, por ser o local em que mais passamos tempo. A cama é o principal foco dos ácaros, porque eles se alimentam da descamação da pele. Trocar as roupas de cama com frequência, mas principalmente usar capas antialérgicas no colchão e travesseiros pode ajudar.

Outra dica é se atentar às estantes com livros, itens de decoração e bichos de pelúcias.

Qualquer lugar com mais acúmulo de mofo, como o banheiro, pode contribuir para que pessoas alérgicas a ácaros e fungos apresentem mais sintomas. Um outro gatilho pode ser o uso de produtos de limpeza com aroma mais forte ou amaciantes na roupa.

Uma criança que tem alergia a pelo de gato e vai visitar os avós que têm o animal na casa, dá para fazer algo para evitar a reação?

Sim, quando a exposição ao desencadeante é pontual, o uso do antialérgico é indicado para impedir que aconteça a reação no corpo.

No entanto, se o contato ao agente for frequente, não é recomendado usar o antialérgico toda hora. Será necessário fazer um tratamento contínuo com corticoides, medicamentos que reduzam o processo inflamatório ou até mesmo a imunoterapia.

O mofo pode oferecer riscos à saúde além de uma alergia respiratória?

Sim, há algumas toxinas que podem ser liberadas pelo mofo. São as chamadas micotoxinas, que geram sintomas diferentes dos usuais das alergias, como rinite, asma e bronquite.

Pessoas, por exemplo, que têm parede com mofo em casa e não conseguem resolver o problema de infiltração podem ter uma exposição maior as micotoxinas e isso causar problemas mais sérios de saúde.

Ar-condicionado é pior que ventilador para quem é alérgico?

Depende do ambiente em que o indivíduo estiver. Em uma casa empoeirada, o ventilador pode ser pior porque levantará mais poeira. No caso do ar-condicionado, devido ao ar mais gelado, pode ocorrer a rinite vasomotora onde a inversão de temperatura pode causar crise.

Estilo de vida influencia a questão da alergia?

Sim, desde a infância, mas principalmente adultos que fazem uma mudança no estilo de vida, como se alimentar bem, dormir o número de horas recomendado e na hora certa, entre outras questões.

O sistema imunológico tem um eixo dentro do organismo que está relacionado à microbiota do intestino, as informações nervosas que vêm do cérebro, a parte endócrina da produção de hormônios.

"Existe uma permeabilidade, uma passagem de substâncias. Toda vez que a gente tem uma passagem maior de carga tóxica, ou seja, pesticidas, agrotóxicos, alimentos processados que vêm com conservantes, corantes, aditivos químicos, esse sistema imunológico pode ser ativado de forma inadequada", explica a especialista.

Sendo assim, o fator ambiental não é o causador, mas é a chave para que haja um melhor controle da doença associado aos tratamentos convencionais, como antialérgicos, corticoides e imunoterapia.

Como saber qual o momento de ir para o hospital numa crise alérgica?

Numa consulta de alergia, existe algo chamado de plano de ação ou plano de emergência. Dependendo do tipo de reação, a pessoa tem a orientação exata de qual medicação deve tomar.

De forma geral, quando ocorrer uma reação por medicamentos e alimentos, como tosse, desconforto para respirar, inchaço, especialmente na região da boca, é hora de correr para o hospital.

As reações a ácaros e poeira costumam ser mais leves e mais fáceis de serem controladas em casa com o uso do antialérgico.