Conheça 8 situações de saúde que podem provocar cãibras à noite
Acordar com cãibra na panturrilha —a famosa batata da perna— não é incomum, afinal o incômodo pode ocorrer em qualquer hora do dia, até mesmo durante a prática de esportes, e afetar diferentes regiões do corpo, como os músculos das coxas, virilhas, dedos dos pés e mãos, e até o abdome.
A contração forte, súbita, involuntária e dolorosa dos músculos é imprevisível e o mecanismo exato desencadeador ainda é desconhecido.
"A causa pode estar associada à fadiga muscular, que é considerada o principal agente desencadeante, desidratação ou desequilíbrio eletrolítico e disfunção neurológica", lista Gilberto Antônio da Costa Júnior, fisioterapeuta do Hospital Português, de Salvador.
Na maioria das vezes, são inofensivas, apesar de provocar tensão, desconforto, dor moderada a intensa e sensação de aperto no local. Contudo, a frequência excessiva leva à suspeita de problemas de saúde —diabetes, alterações na tireoide, patologias hepáticas, insuficiência arterial grave, deficiências de sais minerais relacionadas a insuficiências renais, síndromes compressivas e neurológicas— e devem ser investigadas para o correto diagnóstico e tratamento.
Quando ocorrem, não há muito o que fazer —além de tentar esticar suavemente o músculo—, mas são evitáveis. Se a região ficar dolorida após o episódio, é indicado alongar, massagear, fazer compressas ou tomar relaxantes musculares e analgésicos.
Por que os casos são mais comuns à noite?
Durante o sono, os músculos estão mais relaxados e alongados, o que pode aumentar a probabilidade de contrações involuntárias, na explicação de Luiz Guilherme Barbarisi, médico coordenador do serviço de cirurgia vascular do Hospital Geral de Carapicuíba, gerido pelo Cejam (Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim").
Confira, agora, algumas possíveis causas das cãibras à noite:
1. Desequilíbrio hidroeletrolítico
Os eletrólitos corporais —os minerais: sódio, potássio, cálcio e magnésio, por exemplo— são importantes para a contração e o relaxamento muscular. Quando estão descompensados são capazes de provocar cãibras.
2. Exercícios físicos extenuantes
Quando a musculatura é muito exigida pelo esforço físico, o metabolismo é alterado, ocasionando sudorese excessiva e desidratação que desencadeiam a contração intensa e dolorosa das extremidades do corpo.
3. Problemas circulatórios
Permanecer em uma mesma posição pode levar a uma compressão em músculos específicos que fazem com que recebam uma menor quantidade de sangue arterial, aumentando a incidência de cãibras, de acordo com Fabiano Nunes, ortopedista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
4. Insuficiência arterial crônica
Pessoas com insuficiência arterial crônica, ao manterem a perna elevada, possuem tendência em reduzir ainda mais o fluxo sanguíneo, causando o espasmo muscular agudo.
5. Hérnia de disco
O ortopedista da BP explica que as compressões dos nervos periféricos por desgaste, como hérnia de disco e bico de papagaio, podem resultar no incômodo involuntário devido à permanência em uma postura desconfortável e não adequada.
6. Envelhecimento
As cãibras noturnas reduzem a qualidade do sono e de vida, e atingem, aproximadamente, 37% da população com mais de 60 anos de idade.
"Com o envelhecimento, os músculos perdem massa e força, o que pode aumentar a probabilidade de cãibras", explica Barbarisi.
Além disso, os idosos são mais propensos a apresentar alterações das funções renais, do metabolismo hidroeletrolítico, do fluxo sanguíneo, entre outras disfunções.
7. Gravidez
As cãibras são frequentes, também, nas grávidas e são causadas pelo ganho de peso, mudanças hormonais, na circulação sanguínea e no aporte de sangue aos músculos.
Metade delas apresentam o desconforto no último trimestre da gestação à noite.
8. Medicamentos
Muitas substâncias apresentam o desconforto muscular entre os efeitos colaterais, como diuréticos, remédios para controle da pressão arterial e colesterol.
Como prevenir as cãibras?
Dieta rica e balanceada com ingestão de líquidos, frutas e alimentos ricos em cálcio, potássio, magnésio;
Fortalecer a musculatura e mantê-la sempre alongada;
Respeitar os limites do corpo ao se exercitar;
Hidratar-se durante os exercícios, tomando água ou isotônicos —que repõem as perdas hídricas na execução do exercício e compensam os nutrientes e eletrólitos eliminados;
Evitar a prática de exercícios intensos antes de dormir e
Se a cãibra ocorre à noite, é indicado melhorar ou modificar a postura na hora de dormir a fim de evitar a compressão e facilitar a circulação sanguínea.
Fontes: Fabiano Nunes, ortopedista da BP - A Beneficência Portuguesade São Paulo; Gilberto Antônio da Costa Júnior, fisioterapeuta do Hospital Português, em Salvador, e professor de pós-graduação no Centro Universitário Unisba e Unifan; e Luiz Guilherme Barbarisi, médico coordenador do serviço de cirurgia vascular do Hospital Geral de Carapicuíba, na Grande São Paulo, gerido pelo Cejam (Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim")..
Para complementar o treino
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