Mulher tem braço amputado após lipoescultura; cirurgião comenta riscos
A tatuadora Camila Gama, 41, teve o braço amputado por complicações depois de uma lipoescultura. Segundo ela, a amputação aconteceu por causa de um descuido do anestesista de plantão, o que acabou causando uma trombose arterial.
Em entrevista ao VivaBem Hoje, Alexandre Kataoka, cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, disse que é necessário identificar a diferença entre complicações pós-operação e erro médico, quando se está em uma situação assim.
"Todo procedimento invasivo tem seus riscos e pode causar complicações, como infelizmente aconteceu com a Camila. Por isso, é necessário sempre procurar um profissional que seja de fato cirurgião plástico, checar seu número de registro, checar se a clínica onde se vai fazer o procedimento tem aprovação da Anvisa e, se caso acontecer alguma coisa, procurar entender se foi uma complicação ou erro médico", disse.
Segundo o cirurgião, pode ser classificado como complicação aquela situação em que todos os protocolos recomendados são seguidos e mesmo assim algo extraordinário acontece. Já o erro médico acontece quando o profissional responsável não observa os sinais e comete alguma imprudência, mesmo que não intencionalmente.
"Esse é um caso bem extremo, não é comum isso acontecer. A amputação não teve nada a ver com a lipoaspiração, e sim com o que foi feito depois. Pelo que a Camila relata, essa medicação foi injetada na artéria e como ela leva o sangue para a parte periférica do corpo, o sangue foi juntamente com essa medicação para lá, o que deve ter ocluído os vasos e causado a necrose", explicou Kataoka.
A tatuadora é natural de Goiânia, mas mora nos Estados Unidos há nove anos. Em março de 2023, ela viajou até a cidade natal para realizar o procedimento estético em uma clínica conceituada na região. Depois de cinco dias da operação, ela passou mal e precisou retornar à clínica. Ela foi diagnosticada com anemia.
Após receber duas bolsas de sangue, ela se sentiu melhor e recebeu alta. No dia seguinte, porém, desmaiou novamente no banho. Depois perdeu as forças nas pernas e não conseguia se movimentar. "Liguei para o médico, que pediu que eu voltasse até a clínica. Mas ele não estava lá e pediu a um médico de plantão para receitar um suplemento à base de ferro injetável."
Depois de receber a medicação, os dedos da mão começaram a escurecer. Sua mãe, que estava com ela, fez uma foto e enviou ao cirurgião plástico que havia feito a cirurgia na filha. Ele chegou à clínica acompanhado de um angiologista e a tatuadora foi levada de ambulância para um hospital, onde passou por duas cirurgias.
"Não podemos banalizar nenhum tipo de procedimento estético. O que está em alta agora é harmonização facial. Pessoal, tomem cuidado! Harmonização facial também pode ter oclusão arterial e a pessoa perder nariz, parte do rosto, então tem que tomar cuidado", alerta Kataoka.
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