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Dá para saber se uma coriza é de rinite ou resfriado? Médica esclarece

Colaboração para VivaBem

27/06/2023 15h30

No sexto episódio da sétima temporada do Conexão VivaBem, Martina Cattaccini, pediatra, alergista e imunologista, fala sobre coriza, um dos sintomas mais comuns das alergias e doenças respiratórias.

Por que a coriza aparece?

A coriza é uma forma de proteção do corpo, quando ocorre uma inflamação da mucosa do nariz, nosso organismo reage produzindo o muco/secreção a fim retirar as substâncias que estão causando o problema.

Ácaros, poeira, pelo de cachorro ou de gato e vírus podem gerar o sintoma. No entanto, muitas vezes esses fatores se sobrepõem e podem ser confundidos, ou seja, a pessoa está com uma crise alérgica, mas acha que é um resfriado ou vice-versa.

Sendo assim, a coriza pode ser o sintoma tanto de uma coisa quanto de outra.

Como identificar se é uma coriza de rinite, de sinusite e de começo de resfriado/gripe?

De forma geral, deve-se pensar se existe um antecedente alérgico, ou seja, se o indivíduo já tem uma rinite, por exemplo. Se ele não tem, dificilmente uma coriza vai aparecer do nada por conta de uma alergia.

Se ele tem o diagnóstico pode-se considerar que pode ser um dos dois, a rinite ou o início do resfriado/gripe.

Neste caso é possível fazer um teste terapêutico com antialérgico. Exemplo: os pais levam ao pronto-socorro uma criança que está tossindo e o médico prescreve o antialérgico de forma errada —isso é errado porque não se deve usar antialérgico em quadros virais— e não tem nenhuma resposta, significa que não é quadro alérgico.

Se a criança tem uma alergia de base, está doente e o antialérgico melhora os sintomas, pode associar com um tratamento adjuvante no resfriado, mas geralmente não vai controlar os sintomas.

"A gente descobre que na verdade o que está causando é um vírus, porque antialérgico serve para alergia, não é um antiviral, então não vai cortar o sintoma", afirma a pediatra.

Testes genéticos para identificar a predisposição genética a desenvolver determinados tipos de doença têm sido uma ferramenta usada pelos alergistas?

Não, de acordo com Cattaccini. Para fazer o diagnóstico de alergia, a base é sempre clínica porque a pessoa até pode ter a genética, mas a epigenética, a real deflagração dos sintomas não tem a ver só com a genética.

O indivíduo só tem sintomas de doença por conta da genética em 20% dos casos. Na maioria das vezes existe o gene, o exame aponta o risco para rinite, por exemplo, mas se a pessoa tem 80% de risco de desenvolver isso ou não, vai depender do fator ambiental.

"A genética é uma arma, mas quem puxa o gatilho somos nós. O que vai fazer com que realmente a doença dispare é o fator ambiental. O risco de a gente ter ou não uma doença tem a ver com o estilo de vida —obviamente que em alguns casos não têm relação— mas na maior parte das vezes é algo a longo prazo, é uma somatória de fatores que faz com que a doença desencadeie. Nessas situações, o exame não ajuda, mas atrapalha. O que auxilia mesmo é o médico fazer uma boa anamnese e entender o que está acontecendo com o paciente", avalia a especialista.