Febre em bebês e crianças: como baixar e quando se preocupar?
É só a criança ficar mais quentinha que muitos pais já ficam preocupados. Apesar de não ser uma doença, mas um mecanismo de defesa do organismo que alerta quando estamos sofrendo alguma agressão, a febre está entre as principais causas da procura de atendimentos em serviços de emergência (65%), em consultórios pediátricos (30%) e contato com pediatras por telefone e via WhatsApp (75%), segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria.
De forma geral, considera-se febre temperatura axilar igual ou acima de 37,3°C, mas ela pode variar de acordo com a parte do corpo (oral, auricular e retal) em que é medida e de fatores como ambiente, clima, região geográfica, estação do ano, vestimenta, entre outros.
Medidas caseiras contra febre em crianças: o que fazer e o que não fazer
- Em caso de febre, o melhor complemento é manter o bebê/criança bem hidratado e confortável.
- Não superaqueça com roupas e cobertores.
- Não dê banho frio -- apesar de possuir um efeito de curta duração --, tem risco de choque de temperatura, sensação de calafrio, irritabilidade e piora do mal-estar.
- Não faça compressas geladas e nem com álcool.
Remédios para baixar a febre em bebês e crianças
A forma mais eficaz de baixar a febre em crianças é por meio dos antitérmicos, mas seu uso só é recomendado quando está associado a outros desconfortos como choro intenso, irritabilidade, redução da atividade, diminuição do apetite, alteração do sono etc.
O uso da medicação não está condicionada à temperatura registrada, mas sim ao estado geral dos pequenos.
No Brasil, três antitérmicos são indicados como sintomáticos para a febre: dipirona (Novalgina®, Magnopyrol®, Maxalgina®); paracetamol (Tylenol®, Tyflen®, Tylemax®); e ibuprofeno (Alivium®, Dalsy®). Todos têm efeitos analgésico e antitérmico, mas o ibuprofeno possui uma ação anti-inflamatória quando usado em doses mais altas.
Os três medicamentos agem numa enzima que diminui a produção de uma proteína chamada prostaglandina, responsável pela elevação da temperatura. Todos são efetivos no controle da febre e bem tolerados para bebês e crianças, mas existem algumas ressalvas.
É recomendado usar o paracetamol em menores de 1 mês e o ibuprofeno em crianças acima de 6 meses, podendo ser usado antes com prescrição médica. Os antitérmicos possuem apresentações variadas, entre solução infantil, gotas, xarope (com indicação de dose conforme o peso) e cápsulas/comprimidos (indicados para crianças maiores e adolescentes).
É importante destacar que os três antitérmicos, dipirona, paracetamol e ibuprofeno, não devem ser usados simultaneamente sob o risco de potencializar os eventos adversos das medicações.
Atenção: jamais pratique a automedicação, principalmente em bebês e crianças. Os antitérmicos são a classe de fármacos que mais apresentam automedicação e são comumente associados a intoxicações devido a erro na administração de dose ou intervalo, ou ainda por interação medicamentosa. Sendo assim, é importante a avaliação e prescrição médica para maior segurança do paciente.
O que causa febre e qual o jeito adequado de monitorar
A causa mais comum de febre em crianças são infecções causadas por vírus, como resfriados, gripes, bronquiolite e gastroenterocolite aguda. Ela também pode decorrer de agentes infecciosos bacterianos (otite, sinusite e infecção urinária). Em casos raros, pode estar associada a processos inflamatórios de origem autoimune e a alguns tipos de tumores.
Diante de infecções, recém-nascidos não costumam apresentar febre, mas hipotermia (abaixo de 35°C) devido à imaturidade do centro termorregulador.
Deve-se monitorar a febre da criança usando termômetros digitais nas axilas sempre que os pais notarem alteração na temperatura ou quando acharem necessário. Caso o antitérmico tenha sido administrado, é indicado fazer uma nova aferição após cerca de 4-6 horas, período de ação dos medicamentos.
Quando se preocupar e qual o momento de ir ao médico
Apesar de um sinal de alerta, a elevação da temperatura corporal pode se tornar preocupante nas seguintes situações:
- Febre em menores de 3 meses ou crianças maiores portadoras de doenças de base (cardiopatias ou imunodeficiências).
- Febre por mais de 48 horas em crianças menores de 2 anos ou por mais de 72 horas em crianças maiores de 2 anos.
- Febre acima de 39°C em qualquer idade.
- Febre acompanhada de prostração, irritabilidade, desidratação, vômitos, manchas pelo corpo e dor de cabeça.
- Convulsão febril ou desconforto respiratório.
- Quando não há melhora do estado geral após normalização da temperatura.
Na presença de febre associada a algum dos sinais/sintomas acima, a criança necessita de avaliação médica.
FONTES: Bianca Seixas Soares Sgambatti, médica pediatra geral do corpo clinico do Hospital Israelita Albert Eisntein, especialista em urgências e emergências pediátricas, atua em consultório de pediatria há mais de 20 anos; Luciana Issa, também pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein e da clínica Ciclo de Vida Saúde e Desenvolvimento Infantil; e Cleonice Aguiar Justino, pediatra, membro do Comitê Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, pesquisadora em Saúde Pública da Seção de Virologia do Instituto Evandro Chagas, órgão da Secretaria de Vigilância em Saúde e Meio Ambiente do Ministério da Saúde, e professora adjunto de Pediatria da Universidade Federal do Pará
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