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Xarope para tosse: veja tipos, diferenças e quando tomar cada um

Xarope para tosse: quais os tipos e o que tomar quando está doente?  - Getty Images/iStockphoto
Xarope para tosse: quais os tipos e o que tomar quando está doente? Imagem: Getty Images/iStockphoto

Simone Machado

Colaboração para VivaBem, em São José do Rio Preto (SP)

30/06/2023 04h00Atualizada em 01/07/2023 09h55

Basta uma pequena mudança no clima, para mais frio ou seco, para surgirem os primeiros sinais de tosse, que incomoda tanto quem está tossindo quanto quem está ao redor. O tratamento mais simples e mais indicado para os sintomas da tosse é com o uso de xaropes, mas com tantas opções é difícil escolher qual tomar.

Na maioria das vezes, a tosse reflete um problema nas vias aéreas, podendo ser seca, quando não tem secreção, ou associada, ou produtiva, quando apresenta secreção (o famoso catarro). Ela ainda ainda é diferenciada em três tipos:

  • Aguda - quando dura até 3 semanas
  • Subaguda - quando dura entre 3 e 8 semanas
  • Crônica - quando dura mais de 8 semanas

É importante saber que, assim como as tosses não são todas iguais, os xaropes também não são: eles possuem ativos específicos, cada um com uma finalidade e que age de maneira diferente no organismo.

Existem xaropes sedativos da tosse que podem mascarar os sintomas de doenças; xaropes com corticoide e broncodilatadores que podem alterar a pressão arterial e xaropes antialérgicos que podem dar sonolência e prejudicar o dia de quem precisa de atenção mantida nas atividades, como dirigir ou operar máquinas, por exemplo.

Há também xaropes baseados em fitoterápicos e tinturas de iodo que podem causar alergia a pessoas sensíveis a estes componentes.

Veja os tipos de xaropes, para qual situação cada um é indicado e seus efeitos colaterais: Mas atenção: só é possível tomar cada um com orientação médica, já que a automedicação pode piorar seus sintomas.

Tipos de xarope para tosse

  • Expectorantes ou fludificantes: utilizados para fluidificar e eliminar o muco. São mais indicados para a tosse produtiva, quando há secreção. São contraindicados para crianças menores de dois anos. Alguns dos xaropes expectorantes: Expec®, Fluimucil®, Bisolvon®, Melagrião® e Mucosolvan®.
  • Supressores: buscam suprimir a tosse em si e são particularmente indicados nos casos de tosse seca e irritativa. Alguns dos xaropes supressores: Benalet®, Benatux® e Bisoltussin®.
  • Antialérgicos: indicados em casos de tosse causada por alergias, como asma ou rinite aguda. Não é indicado para casos de infecções de vias respiratórias. Alguns medicamentos desta categoria também não são indicados para menores de dois anos. Alguns dos xaropes supressores: Loratadina®, Histadin®, Loratamed® e Loritril®.
  • Antitussígenos: atuam suprimindo o reflexo da tosse, podendo agir no sistema nervoso central. Seu uso em crianças menores de dois anos é extremamente específico, devendo ser exclusivamente prescrito por profissional de saúde. Pode causar efeitos colaterais como náuseas, constipação ou sedação excessiva, podendo apresentar, ainda, efeitos mais graves, como arritmias, dependência, distúrbios comportamentais ou de sono. Alguns exemplos desse tipo de xarope são: Neolefrin®, Alivitoss® e Vick 44-E®.
  • Broncodilatadores: têm indicação exclusiva para casos de tosse associada a broncoespasmo, devendo, na maioria das vezes, ser usado na sua forma inalatória. Alguns dos xaropes broncodilatadores são: Abroxmel®, Guaco® e Vick Mel®.
  • Corticoides: podem ser indicados nos casos em que se suspeita de asma ou laringite. Seu uso recorrente e prolongado pode levar a alguns efeitos colaterais como taquicardia, aumento da pressão arterial, alterações na calcificação dos ossos, distúrbios de sono e irritabilidade. Um xarope corticoide é o Koide-D®.
  • Antibióticos: indicados quando existe evidência de infecção bacteriana, também podendo ser indicados nos quadros crônicos com suspeita de rinossinusopatia ou bronquite bacteriana. Seu uso indevido pode causar alergias ou até anafilaxia, além de desencadear resistência bacteriana. O Clobutinol® é um exemplo de xarope antibiótico.

Orientação médica é importante

Apesar de não ser recomendado o uso de qualquer medicamento sem orientação médica, a maioria dos xaropes podem ser vendidos nas farmácias sem prescrição. No entanto, há vários riscos neste tipo de prática.

A automedicação pode trazer consequências como:

  • Intoxicação
  • Piora do desconforto respiratório
  • Reações alérgicas
  • Choque anafilático
  • Alteração da pressão arterial e problemas cardíacos
  • Sonolência excessiva

Além disso, ao fazer a automedicação, o paciente pode estar tratando o sintoma e não a causa e, dessa forma, pode estar atrasando o diagnóstico correto e a assistência médica devida.

Armazenamento

Não tem problema guardar um vidro de xarope por meses em casa, no entanto, é preciso ficar atento à orientação específica de armazenamento e conservação.

A maioria dos xaropes deve ser armazenado refrigerado, mantido em seus frascos originais, longe de umidade ou fontes de calor e, claro, fora do alcance de crianças.

Medicamentos na forma líquida podem perder até 75% do prazo de validade após abertos, sugerem alguns estudos. Ou seja, um xarope com validade de um ano, seu tempo real de uso será de apenas três meses após a abertura do frasco, desde que armazenado conforme orientações da bula.

Fontes: Elnara Negri, pneumologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo; Silvio Vasconcelos, diretor da Academia Brasileira de Laringologia e Voz e professor de otorrinolaringologia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco); e Chahine Pereira Marinho, pediatra do Hospital Esperança Recife.