Criança ou bebê com garganta inflamada: que remédio dar e como aliviar?
Com a chegada do frio, todos os anos é a mesma coisa: crianças doentes e hospitais lotados. A lista de motivos que contribui para isso é imensa, sendo uma delas a inflamação de garganta. Ao receber o diagnóstico dos filhos, os pais querem saber como aliviar e tratar o problema, mas é necessário primeiramente identificar algumas questões, como etiologia, faixa etária e outros sinais.
Em bebês e crianças de até 3 anos, as inflamações de garganta são comumente causadas por vírus e podem vir acompanhadas de sintomas como febre, choro excessivo, irritabilidade, dores de garganta, de ouvido, de cabeça, coriza, tosse, aftas, salivação excessiva, perda de apetite, dor e dificuldade para engolir, ingerir líquidos e se alimentar, entre outros.
Em crianças a partir de 4 anos, a inflamação de garganta ainda decorre de quadros virais, mas as infecções provocadas por bactérias ocorrem de maneira mais frequente do que naquelas abaixo dessa idade. Nesses casos, os principais sintomas são febre alta, vômitos, dor abdominal, dor de garganta com formação de placas de pus nas amígdalas e ínguas dolorosas no pescoço etc.
Como aliviar a garganta inflamada em crianças e bebês?
Nas infecções virais, algumas medicações como dipirona (Novalgina®, Magnopyrol®, Maxalgina®); paracetamol (Tylenol®, Tyflen®, Tylemax®); ibuprofeno (Alivium®, Dalsy®) e cetoprofeno (Bi-Profenid®, Ceprofen®) podem ser utilizados durante o tratamento. Todos têm efeitos analgésico e antitérmico, mas o ibuprofeno e o cetoprofeno também possuem ação anti-inflamatória.
É importante conversar com o médico e ficar atento às orientações da bula para saber em que faixa etária cada medicação pode ser usada e qual a dose correta de acordo com o peso do bebê/criança.
Importante: não pratique a automedicação, principalmente em bebês e crianças. É necessário consultar um médico antes de dar algum remédio.
Antibiótico só deve ser administrado em quadros bacterianos
O tratamento de infecções bacterianas é feito com o uso de antibióticos, o mais recomendado é a amoxicilina (Amoxil®, Novocilin®, Velamox®). Uma segunda opção pode ser a amoxicilina com clavulanato (Sinot Clav®, Sigma Clav®BD, Clavulin®BD, Novamox®). Ambos possuem uma ação direta destruindo a parede celular da bactéria, alterando sua estrutura ou capacidade de se dividir.
Vale ressaltar que o uso de antibióticos é recomendado somente em infecções bacterianas e não deve ser utilizado em quadros virais, pois isso pode causar maior resistência bacteriana aos antibióticos quando seu uso for realmente necessário, além de gerar efeitos colaterais como vômitos e diarreia. Os medicamentos devem ser tomados sob orientação médica e após anamnese e exame clínico.
Remédios caseiros para garganta inflamada em crianças e bebês
- Invista na hidratação oferecendo mais líquidos como água, sucos e frutas ricas em água. Isso pode melhorar a sensação de "garganta arranhando".
- Em crianças com obstrução, secreção nasal e tosse, pode-se estimular a lavagem nasal ou fazer inalação, ambos com soro fisiológico.
- Mel pode melhorar a lubrificação da mucosa local, mas seu uso só é indicado para maiores de 2 anos. É importante saber a procedência do produto.
- Gargarejo com água morna pode auxiliar.
- O uso de própolis sem álcool, na forma de gotas ou spray, pode ajudar na redução inflamatória e contribui para o sistema imune.
Quando devo me preocupar?
A inflamação de garganta se torna preocupante quando o bebê/criança tem dificuldade para engolir, beber e comer, levando a um quadro de desidratação. Além disso, fique de olho nesses casos:
- Vômitos intensos e surgimento de pus em um dos lados da garganta.
- Dor e febre que persistem por mais de 48 horas.
- Em quadros de repetição, ou seja, quando a inflamação de garganta ocorre com frequência e em um curto período de tempo.
- Quando o estado geral dos pequenos fica debilitado, eles ficam mais "caidinhos" e não querem brincar.
FONTES: Hamilton Henrique Robledo, pediatra, chefe do Departamento de Pediatria do Hospital São Camilo Santana, membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Paulista de Pediatria e professor assistente da Universidade de Mogi das Cruzes (SP); Bianca Seixas Soares Sgambatti, pediatra geral do corpo clinico do Hospital Israelita Albert Eisntein, especialista em urgências e emergências pediátricas, atua em consultório de pediatria há mais de 20 anos; e Ricardo Godinho, coordenador da subespecialidade de Otorrinolaringologia Pediátrica do Hospital Mater Dei Belo Horizonte, professor de Otorrinolaringologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Minas Gerais.
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