Remédio para anemia: o que é bom contra a doença? Entenda o tratamento

Segundo estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde), a anemia ferropriva, que é causada pela carência de ferro no organismo, afeta cerca de 30% da população mundial. Por ser tão comum, muitas pessoas têm dúvidas sobre qual remédio para anemia tomar.

O paciente com anemia ferropriva pode apresentar cansaço, desânimo, fraqueza generalizada, palidez, falta de ar, queda de cabelo, dificuldade de raciocínio e falta de memória, prejudicando a capacidade de aprendizagem das crianças e atrasando seu desenvolvimento neuropsicomotor. Nos adultos, a condição ainda impacta a produtividade.

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Tratamento para anemia ferropriva

Caso o motivo da anemia seja alguma doença (câncer, má absorção pelo intestino, gastrite etc.), o paciente precisará tratá-la, além de fazer a reposição do mineral. Se este não for o caso, apenas será indicada a suplementação de ferro, que pode ser por via oral nos quadros mais leves e endovenosa, naqueles mais intensos.

O tratamento deve ser feito e acompanhada por um médico, uma vez que o consumo do mineral sem orientação pode encobrir um quadro mais sério a ser investigado, sem contar que o excesso de ferro é tóxico ao organismo.

A dosagem e a duração do uso da suplementação devem ser individualizadas para cada paciente, sendo necessária a realização de novos exames para avaliar sua eficácia.

Em casos muito graves e com risco de vida, pode ser indicada a transfusão de sangue, para normalizar rapidamente os níveis do mineral e possibilitar que o paciente enfrente uma cirurgia, por exemplo.

Remédios para tratar a anemia ferropriva

Opções de remédios para a anemia são:

• Sulfato ferroso (Arte Nativa®, Hematofer®, Prevent Pharma®, Natunéctar®, Ferronil®, Natulab®, Vitafer®, Masteferol®), que inclusive está disponível no sistema público de saúde, e pode ser ministrado em comprimidos ou suspensão oral.
• Complexo ferroso polimaltosado (ou a ferripolimaltose), uma combinação de ferro com polissacarídeos (Ultrafer®, Biolab®) que ajuda a melhorar a absorção e a tolerância ao suplemento.
• Fumarato ferroso (Swanson®, que é importada) e o bisglicinato ferroso (Neutrofer®, Lauton Nutrition®, Biogens®), também indicados aos pacientes que apresentam dificuldade de absorção ou intolerância gastrointestinal ao sulfato ferroso, porém são mais difíceis de serem encontrados prontos, podendo ser manipulados.
• Carboximaltose férrica (Ferinject®), é para uso endovenoso, assim como o hidróxido férrico (Sucrofer®, Noripurum®). No entanto, a primeira oferece cinco vezes mais ferro por ampola, normalizando os níveis do mineral no organismo em cerca de 15 dias, por outro lado, apresenta um custo bem mais elevado.

Como manter bons níveis de ferro no organismo

Consuma diariamente alimentos fontes do mineral, como vegetais escuros, carnes vermelhas e vísceras (fígado, coração), frango, peixes e crustáceos, gema de ovo, feijão e outras leguminosas.

As gestantes devem fazer a suplementação profilática de ferro durante toda a gravidez até o terceiro mês pós-parto.

Bebês que iniciam a alimentação sólida precisam de uma atenção adequada no consumo de alimentos fontes de ferro, sendo também recomendada a suplementação para todas as crianças entre os seis e os 24 meses de idade.

Consuma os vegetais escuros, que são ricos em ferro, combinados a alimentos que possuem boas doses de vitamina C (frutas cítricas) ou de vitamina A (frutas ou legumes alaranjados, como abóbora, cenoura, mamão e manga), para aumentar a absorção do micronutriente.

A partir dos 50 anos, realize a colonoscopia e a endoscopia preventivas, pois esses exames ajudam a fazer um diagnóstico precoce de úlceras e tumores que possam causar sangramentos e levar à anemia.

Quadros de gastrite também levam à anemia por conta das alterações no pH do estômago, atrapalhando a absorção do ferro. Portanto, se você suspeita que tem o problema, alerte o médico.

O que prejudica ou não funciona para tratar a anemia

• Evite consumir alimentos fontes de ferro com aqueles que são ricos em cálcio, pois os dois minerais competem entre si, atrapalhando a absorção de ambos pelo organismo.
• Evite consumir cafeína junto às refeições, já que ela também prejudica a absorção do ferro.
• Ao contrário do que se imagina, alimentos roxos, como beterraba e açaí, apesar de saudáveis, não são boas fontes de ferro.
• Usar os polivitamínicos não trata a anemia. Isso porque eles possuem apenas a quantidade de vitaminas e minerais que a pessoa deveria garantir diariamente, portanto, não corrigem uma deficiência. Converse com o médico, ele está capacitado a analisar o seu quadro e poderá prescrever a suplementação segura de ferro.
• A alimentação sozinha não consegue reverter a anemia, portanto todos os casos precisam ser tratados.

Fontes: Janaíra da Silva Nascimento, médica hematologista da Fundação Hemop e da Clínica Unionco, em Recife (PE), que também atua como coordenadora da Agência Transfusional do HC-UFPE (Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco) e médica assistente do setor de hematologia do HC-UFPE, ligado à rede Ebserh; Sara Olalla Saad, coordenadora do Hemocentro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e professora titular das disciplinas de Hematologia e Hemoterapia da Unicamp; e Marcella Garcez, médica nutróloga, mestre em ciências da saúde pela Escola de Medicina da PUC-PR e docente do curso nacional de nutrologia da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).