Cigarro, vape, rapé: 10 formas de consumir tabaco que fazem mal à saúde

Responsável por cerca de 50 tipos de enfermidades incapacitantes e uma das principais causas evitáveis de mortes prematuras em todo o planeta, o tabagismo é reconhecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma doença epidêmica crônica.

É causada pela dependência química dos fumantes à nicotina, a substância das folhas de tabaco e que acaba misturada juntamente com milhares de outros ingredientes, a maioria igualmente tóxica.

Para piorar, estão sujeitos a prejuízos não só fumantes como quem masca tabaco e o inala em pó e tabagistas indiretos: pessoas que não fumam, mas se expõem à fumaça.

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Como resultado, são perdidas por ano, no mundo todo, mais de 5 milhões de vidas, podendo as mortes anuais ultrapassarem os 8 milhões até 2030, caso o consumo dos produtos de tabaco não desacelere. Portanto, o melhor para sua saúde e a de quem você ama é passar longe da lista a seguir:

1. Cigarro industrializado

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Quase todo fumante começa com o cigarro, que é mais popular e cuja dependência instala-se aos poucos, pois as concentrações de nicotina são menores, o que leva a fumar muitos. Mas nem por isso o cigarro é menos prejudicial e mesmo os mentolados devem ser evitados.

Cigarro causa infarto, AVC, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), câncer, impotência sexual e até incêndios, em geral associados à ingestão de álcool.

2. Charuto

Lucas Seixas/UOL (750x421)

Se "tragado", o que não é indicado, o charuto causa tonturas e desmaios por conta do nível de nicotina concentrado. Quem fuma charuto tem um risco aumentado de 45% em desenvolver DPOC e 27% de sofrer doenças cardíacas.

Tem mais. A folha usada no charuto tem pH diferente da do cigarro e acaba absorvida pela mucosa da boca em vez de pelo pulmão. Por isso e pela falta de filtro, o risco de se desenvolver câncer oral é maior do que no cigarro industrializado.

3. Narguilé

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Nesse dispositivo de origem oriental, a fumaça passa por um filtro d'água antes de ser aspirada por uma mangueira. Mas isso só resfria os gases, o que inclusive potencializa o surgimento de doenças.

Estudos apontam que uma sessão de narguilé de 80 minutos equivale a fumar 100 cigarros, acelerando o risco de doenças, como câncer de boca, amolecimento e queda de dentes e dependência, ainda que se fume pouco, devido à enorme quantidade de nicotina.

4. Cachimbo

Existem diversas misturas de tabacos disponíveis para cachimbos, que ainda podem ser usados para fumar drogas ilícitas, como crack.

Quem fuma tabaco pelo cachimbo pode ficar tão viciado como fumantes de cigarros, apresentar elevadas concentrações de nicotina no sangue como os que fumam charuto e vir a sofrer de uma série de doenças, principalmente cânceres de boca, laringe, esôfago e pulmão. Já o crack afeta os sistemas respiratório, cardiovascular e nervoso.

5. Cigarro eletrônico (vape)

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A proibição no Brasil, desde 2009, não impediu seu crescimento de consumo, sobretudo entre os jovens.

Segundo o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), 2,2 milhões de adultos afirmaram em 2022 que utilizam o dispositivo, que é oriundo do contrabando, pode equivaler sozinho a cinco maços e, por meio da liberação de vapores tóxicos, causar lesões pulmonares graves, dependência em nicotina, falta de ar, dor no peito, febre, pneumonia.

6. Cigarro de palha

Não se engane! Embora artesanal, já que é montado com fumo de corda picado, ou fumo industrializado, envolto em palha e não papel, pode ser mais prejudicial do que o cigarro industrializado. É que não possui filtro e a palha impede a passagem do ar de dentro para fora do cigarro, tornando as tragadas mais fortes.

Dessa forma, um único cigarro de palha equivale a três dos convencionais e potencializa os riscos de se ter câncer, infarto, enfisema e gastrite.

7. Cigarrilha

Como um charuto, só que mais curto e fino, é enrolado em folhas de fumo e não papel, como nos cigarros industrializados. Contém mais nicotina do que a soma de muitos cigarros, bem como de nitrito e alcatrão, gerando mais monóxido de carbono e amônia quando queimados e consequentemente aumentando o risco de se desenvolver doenças como as já citadas, além de elevação do colesterol ruim (LDL), menopausa precoce, bronquite e tromboangeite.

8. Spliff (baseado)

Combinação de tabaco com maconha, o spliff é um tipo de "baseado" mais leve, voltado para quem fuma tabaco e quer se iniciar na maconha ou experimentá-la vez ou outra de maneira discreta, sem chamar atenção, já que a droga é proibida no Brasil.

O perigo: cigarro artesanal de tabaco com maconha pode aumentar os sintomas de dependência, causar alteração da função cognitiva geral e, como não é filtrado, o risco em 30% de morrer de câncer de pulmão.

9. Fumo de corda

Produto à base de folhas de tabaco enroladas, curtidas ao sol e torcidas várias vezes, até formar um rolo, é empregado na confecção de cigarros de palha, mas pode ser consumido mascado em pequenos pedaços ou colocado entre a bochecha e gengiva.

Dessa forma, a nicotina é liberada na mucosa bucal, o que facilita dependência e risco alto de câncer. Pode ainda ser venenoso, se houver metais pesados, resquícios de agrotóxicos e solventes orgânicos.

10. Rapé (pó de fumo seco)

Extraído das folhas de tabaco, o rapé é consumido moído e torrado, assoprado no nariz ou inalado, puro ou com adição de plantas, sementes, raízes e especiarias. É usado por uma série de motivos contraditórios, como busca por sensações prazerosas, status, ou propriedades espirituais e terapêuticas.

Mas, a verdade é que pode causar desde espirros a sintomas curtos, porém muito intensos, como euforia, taquicardia, tremores e diminuição da pressão arterial.

Fontes: Cícero Matsuyama, otorrinolaringologista do Hospital Cema, em São Paulo; Elton Rosso, pneumologista e consultor da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia); João Vicente da Silveira, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês (SP); e Odilton Siqueira de Amaral, pneumologista do Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém (Pará), da Pró-Saúde.