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'Achei que ia morrer': o que é síndrome que afetou esposa de Frank Aguiar

Mulher de Frank Aguiar contou que achou que fosse morrer - Reprodução/Instagram
Mulher de Frank Aguiar contou que achou que fosse morrer Imagem: Reprodução/Instagram

De VivaBem*, em São Paulo

04/07/2023 10h57

A esposa de Frank Aguiar, Caroline Aguiar, 31, surgiu nas redes sociais nesta segunda-feira (3/7) para mostrar as marcas em sua pele provocadas pela síndrome de Stevens-Johnson, doença rara e grave que pode comprometer até 10% da superfície do corpo.

Caroline contou que passou 10 dias internada na UTI de uma unidade hospitalar para receber tratamento. Na publicação comemorando seus 31 anos e a recuperação do quadro, ela compartilhou imagens de feridas vermelhas e marcas de descamação pelo seu pescoço, boca, costas, tórax e rosto.

"O Stevens-Johnson que eu tive é uma doença rara e grave que queima o corpo. Eu achei que ia morrer", disse ela nos stories em seu perfil no Instagram, acrescentando que as marcas da síndrome agora se reduzem a apenas algumas manchas claras pelo pescoço e mãos.

Entenda a síndrome de Stevens-Johnson

A síndrome é causada por reação grave após uso de medicamentos. Caroline Aguiar não explicou a origem do problema de saúde em seu caso, mas a síndrome de Stevens-Johnson é considerada uma reação grave e rara predominantemente desencadeada por medicamentos.

Entre os remédios que mais causam o problema estão os os anti-inflamatórios não esteroidais, antibióticos e anticonvulsivantes. No entanto, em 1/3 dos casos o agente causador pode não ser identificado.

Síndrome é rara. Dados brasileiros em relação à doença são escassos, mas estima-se que ela ocorra de 1 a 6 em cada um milhão de pessoas durante o ano.

Muitas vezes, a pessoa com SSJ precisa de cuidados intensivos. Além de ser um tratamento demorado —pode levar semanas ou meses para a recuperação completa—, o paciente precisa ser monitorado constantemente, pois também há casos de perda de água do organismo, que leva à desidratação corporal. A síndrome também pode deixar algumas cicatrizes pelo corpo e, em alguns casos, ainda pode ter consequências mais graves, como cegueira, quando atinge os olhos.

Estima-se que 5% das pessoas atingidas chegam a morrer por complicações da síndrome. Por isso, é importante ficar atento a qualquer reação medicamentosa, principalmente se ocorrer descolamento de pele. Nesses casos, é melhor buscar ajuda médica o quanto antes. Egon Daxbacher, dermatologista da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), em reportagem publicada em 23/10/2020.

Quais são os sintomas?

A descamação da pele é a principal característica da síndrome de Stevens-Johnson. Mas, antes das erupções na pele, a pessoa pode ter sintomas leves semelhantes a uma gripe.

Além disso, é comum aparecer febre, cansaço, feridas na região da boca e ardência nos olhos.

Conforme a doença avança, surge uma dor generalizada pela pele e as erupções atingem as mucosas da boca, nariz, olhos e órgãos genitais.

Em seguida, há uma descamação da pele. Após o primeiro uso da medicação, o surgimento das lesões podem ocorrer em uma média de quatro dias a quatro semanas. Os sintomas podem ser muito dolorosos e a aparência pode assustar o paciente.

Essa condição pode comprometer até 10% da superfície do corpo. Quando esse valor ultrapassa os 30%, a doença é chamada de necrólise epidérmica tóxica.

O primeiro passo para o tratamento é tentar descobrir qual o medicamento que causou essa reação. Em alguns casos, os médicos pedem para o paciente interromper todos os medicamentos.

Depois de identificada a síndrome, o tratamento é intravenoso com imunoglobulina IV. Depois, é feito um monitoramento dos sintomas, com soro para hidratar, e também podem dar antibióticos para evitar infecções e medicamentos para dor ou febre. A recuperação pode demorar vários dias e até 30% dos casos são fatais.

*Com informações de reportagens publicadas em 23/10/2020 e 22/04/2023.