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Mulheres demoram três vezes mais tempo para dormir quando estão menstruadas

De VivaBem, em São Paulo

13/07/2023 14h30

Você sente dificuldades para dormir quando está menstruada? A insônia pode ter relação com as mudanças hormonais que acontecem no corpo da mulher nesse período, aponta estudo brasileiro apresentado recentemente no Congresso da Sociedade Americana de Medicina do Sono, nos Estados Unidos.

De acordo com a pesquisa, que foi feita pelo Instituto do Sono em parceria com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), durante a menstruação as mulheres podem demorar até três vezes mais tempo para pegar no sono do que na fase posterior ao sangramento.

O estudo avaliou 96 mulheres. Todas responderam a um questionário, passaram por exame de polissonografia (que avalia a qualidade do sono) por uma noite e tiveram amostras de sangue coletadas para investigar seus níveis hormonais e identificar a fase do ciclo em que estavam.

Veja os resultados

Com duração média de 28 dias, o ciclo menstrual é marcado pela variação dos níveis de hormônios femininos —o estrogênio e a progesterona—, que causam alterações na parede do útero (endométrio) e preparam o organismo para uma possível gestação.

Na fase folicular, os níveis de hormônio aumentam até chegar à ovulação, quando há a possibilidade de fecundação. Nessa fase, o estudo mostrou que as mulheres demoraram 7,1 minutos para adormecer.

Já na fase lútea, que se caracteriza pela queda dos níveis hormonais quando o óvulo não é fecundado, as participantes só conseguiram pegar no sono 15,9 minutos depois de deitarem na cama.

Esse número aumentou para 22,3 minutos durante o período da menstruação (sangramento).

Os pesquisadores também avaliaram a eficiência de sono, que é o tempo gasto na cama efetivamente dormindo. Esse porcentual foi de 89,9% nas mulheres na fase folicular, ante 83,7% naquelas na fase lútea e 83% nas participantes que estavam na fase da menstruação.

Por isso, é importante que as pacientes anotem no calendário menstrual os dias que tiveram dificuldade para dormir para o médico verificar se há uma relação com o ciclo. Assim, o médico poderá avaliar o impacto da questão hormonal no sono e prescrever o tratamento com anticoncepcional ou outros medicamentos. Helena Hachul, ginecologista do Instituto do Sono e uma das autoras do estudo, em comunicado à imprensa.

O estudo foi realizado com base no EPISONO (Estudo Epidemiológico do Sono), do Instituto do Sono, com informações compiladas pela biomédica Isabela Antunes Ishikura, para sua tese de doutorado no Departamento de Psicobiologia da Unifesp.