É normal sentir dor durante ou após o sexo? Veja o que pode causar
Às vezes, pode acontecer de o sexo estar ligado a dor e desconfortos, seja em mulheres ou homens. Existem mulheres que relatam sentir pequenas cólicas no baixo ventre quando têm orgasmo durante o sexo com penetração. Será que isso é normal?
O ponto mais importante é ressaltar que sentir dores fortes durante o ato sexual não é normal. Um leve desconforto ou uma pequena cólica podem até acontecer durante o orgasmo, afinal a vagina se expande para acomodar o pênis durante a penetração, e sua musculatura, assim como a do assoalho pélvico, costuma se contrair durante o ápice do prazer.
Além disso, alguns tipos de penetração mais profundas em certas posições podem causar desconforto, como quando a mulher fica de quatro.
O que a dor na barriga durante o sexo pode significar?
Sentir dores no pé da barriga durante ou no final do sexo pode ser sinal de algo não está bem nessa região do baixo ventre, que normalmente abriga uma série de órgãos, como útero, bexiga, intestino, entre outros. Veja quais são os quadros de que o médico costuma suspeitar:
- Endometriose
- Doença inflamatória pélvica (DIP)
- Cistite e infecção urinária
- Síndrome do Intestino Irritável (SII)
- Entre outros
Endometriose
Quando a cantora Anitta veio a público falar sobre sua endometriose, comentou que um dos sintomas que sentia era justamente a dor após a relação sexual. A endometriose é um quadro em que o tecido endometrial se espalha em locais fora da parede do útero, o que ocasiona sangramentos e inflamações nessas regiões.
Muitas vezes ela forma nódulos nos ligamentos do útero, perto da vagina, e se o pênis encosta ou mesmo bate neles, será doloroso para a mulher durante o sexo.
Você pode desconfiar da endometriose quando apresenta outros sintomas, como:
- Dores mais fortes no período menstrual;
- Cólicas muito fortes durante a menstruação;
- Dores ao evacuar ou urinar;
- Cansaço;
- Inchaço abdominal.
Caso você esteja desconfiada de ter esse quadro, deve procurar um ginecologista e descrever seus sintomas, para que ele investigue melhor a situação.
Doença inflamatória pélvica (DIP)
Esse quadro ocorre, como o nome já diz, quando há uma inflamação na região do baixo ventre e pelve. A DIP é causada por bactérias sexualmente transmissíveis que entram no organismo pela vagina e se instalam no útero, tubas e ovários.
No entanto, vale ressaltar que a mulher com essa doença vai sentir dor na região não só após o sexo, como quase que o tempo todo. Além disso, por ser uma inflamação bacteriana, também causa sintomas como febre e mal-estar, então talvez ela não esteja muito disposta para o sexo durante a apresentação desse quadro.
Cistite e infecção urinária
A cistite e a infecção urinária costumam afetar a bexiga e a uretra, causando dores na região do baixo ventre, que podem se intensificar durante o sexo vaginal, com o movimento do pênis próximo.
Basicamente, o que difere a cistite de uma infecção urinária é a região em que está acometida pela doença. Na prática, as cistites se caracterizam pela inflamação da bexiga. Já a infecção urinária pode acometer todo o sistema urinário, desde os rins até a uretra.
Normalmente, além dessa dor no ato sexual, você estará sentindo também:
- Vontade de urinar mais frequente, porém quantidades pequenas de líquido;
- Ardor ao fazer xixi;
- Sangue na urina.
Se você desconfia estar com infecção urinária ou cistite, não adianta apenas se medicar com Pyridium: é importante buscar um médico para o uso correto de antibióticos para o tratamento definitivo do quadro.
Síndrome do intestino irritável (SII)
A síndrome do intestino irritável é um quadro que não tem uma causa conhecida e costuma causar dor, distensão abdominal, muitos gases, sensação de evacuação incompleta e períodos de alternância entre diarreia e dificuldade para evacuar.
É mais incomum, mas uma pessoa com SII pode sentir desconfortos durante o sexo também, já que o abdome fica inflamado.
Outros quadros
Mas essas não são as únicas situações que podem causar dor durante o ato sexual. Infecções sexualmente transmissíveis, como a clamídia, também podem provocar esse tipo de dor, por causarem inflamação na região pélvica.
Além disso, a prisão de ventre também pode provocar esse tipo de desconforto em algumas posições que acabam pressionando mais o intestino, como a de quatro.
E outras dores após o sexo, são normais?
Como já falamos, dor durante e após o sexo nunca é normal. Dores na vagina ou vulva podem significar alguns tipos de problema como:
- Baixa lubrificação, que pode ocorrer devido a menopausa, baixa excitação, entre outros fatores, e significa que a fricção do pênis com a vagina durante o ato sexual está machucando a parte interna do órgão sexual;
- Infecções vaginais, como candidíase, que precisam ser investigadas e tratadas;
- Vaginismo, que é a contração da musculatura vaginal durante o sexo, que pode até mesmo impedi-lo e traz muito sofrimento para a mulher, mas pode ser tratada.
Homens também podem sentir dor após o sexo?
Sim, os homens podem apresentar dores após o sexo que devem ser investigadas. Elas podem estar relacionadas a quadros como:
- Doenças inflamatórias ou infecciosas do pênis;
- Uretrite, que é a infecção da uretra;
- ISTs como clamídia e gonorreia;
- Falta de lubrificação, que pode machucar algum ponto do pênis;
- Varizes escrotais.
São diversas as causas e pedem a investigação de um urologista. Ou seja, não importa o gênero: se sentiu dor durante ou após o ato sexual, é sempre importante buscar um especialista.
Fontes: Carolina Ambrogini, ginecologista, obstetra e sexóloga, coordenadora do Projeto Afrodite, ambulatório de sexualidade feminina na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e uma das coordenadoras da pós-graduação em sexualidade humana do Cetrus (SP); Karen Rocha De Pauw, ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana pelo HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); e Luciano Curuci, ginecologista e acupunturista, presidente do CMAeSP (Colégio Médico de Acupuntura de São Paulo), membro do Departamento de Acupuntura da SBED (Sociedade Brasileira de Estudos da Dor) e médico preceptor da ginecologia e obstetrícia da Uninove.
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