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O único tratamento para apneia do sono é o CPAP ou tem outros?

Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

18/07/2023 04h00

O CPAP (Aparelho de Pressão Positiva Contínua) é considerado o tratamento padrão para a síndrome de apneia moderada a grave. O equipamento mantém a via aérea desobstruída por meio da passagem constante de ar a uma certa pressão, com uma máscara (geralmente nasal) que deve ser adaptada ao formato do rosto do paciente.

Mas há outras opções de tratamento para apneia:

Cirurgia: a remoção das amígdalas, ampliação da parte lateral da garganta, remoção de adenoides, correções de desvio do septo nasal ou redução das conchas nasais.

Aparelhos intraorais: placa de acrílico que traz a mandíbula e a língua para frente, aumentando o espaço para o ar passar à noite e evitando a obstrução que gera o ronco e a apneia.

Fonoterapia: aplicação de exercícios orientados pelo fonoaudiólogo para melhorar a estabilidade da musculatura da garganta, para que ela não relaxe em demasia e cause obstrução da passagem do ar enquanto dormimos.

Controle de certas doenças: o tratamento de problemas hormonais ou crônicos, como a rinite alérgica, bem como a substituição de medicamentos, como aqueles utilizados contra insônia, podem ser necessários para evitar a apneia.

Mudanças no estilo de vida: exercícios físicos e dietas são medidas essenciais para quem está acima do peso e sofre de apneia. Parar de fumar, evitar o uso de álcool à noite e de certos medicamentos para dormir, além de se policiar para dormir sempre de lado (e não de barriga para cima) também são orientações importantes.

Como você pode ter percebido, existem diversos tratamentos para a apneia do sono, por isso a escolha da melhor terapia irá depender da gravidade do problema, bem como da idade, doenças associadas (pressão alta, diabetes, arritmia e antecedentes de infarto ou AVC) e da anatomia da via respiratória (boca, língua, dentes, tamanho da amígdala).

Tipos de apneia

Existem dois tipos de apneia do sono: obstrutiva ou central. A apneia obstrutiva do sono, a mais comum, ocorre por conta de um bloqueio da passagem do ar ao nível da garganta, o que impede que o ar chegue adequadamente em nossos pulmões.

Já a apneia central, mais rara, acontece quando nosso cérebro esquece de lembrar que temos que respirar. Nesse caso, não fazemos o esforço para respirar e por isso o ar não vai até o nosso pulmão, mesmo não havendo bloqueio para sua passagem.

Frequentemente, a pessoa que sofre de apneia do sono não percebe que deixa de respirar durante a noite. O relato geralmente vem de quem dorme junto com ela, contando que ela ronca durante a noite, acorda várias vezes e, em alguns momentos, desperta engasgada.

O que normalmente o paciente percebe é que, ao acordar, tem sensação de não ter descansado o suficiente, com dor de cabeça ou com boca seca. Além disso, sente sonolência durante o dia. Outros possíveis sintomas são:

Irritabilidade;

Dificuldades de concentração e de memória;

Queda de rendimento nos estudos ou no trabalho;

Impotência sexual, em alguns casos.

Uma vez que o ronco é detectado e a apneia do sono suspeitada, é importante buscar ajuda médica para o correto diagnóstico, orientação e tratamento.

Fontes: Alexandre Araruna, médico e coordenador do ambulatório do Sono do HULW-UFPB/Ebserh (Hospital Universitário Lauro da Universidade Federal da Paraíba, vinculado a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares); Sérgio Tadeu Almeida, chefe do serviço de otorrinolaringologia do HGF (Hospital Geral de Fortaleza); Wilker Antunes, otorrinolaringologista e professor de otorrinolaringologia na Faculdade Nove de Julho, em São Paulo.

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