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Dormir mal pode fazer você perder os benefícios do exercício para o cérebro

Do VivaBem

19/07/2023 15h05

Você faz atividade física, mas não dorme direito? Cuidado: não dormir o suficiente pode fazer você perder os benefícios que o exercício traz para o seu cérebro.

Isso é o que sugere uma pesquisa publicada na edição de julho da revista científica The Lancet Healthy Longevity. No estudo, a função cognitiva das pessoas que faziam atividade física e dormiam entre seis e oito horas por noite foi melhor à medida que envelheciam do que a função cognitiva de quem dormia menos de seis horas por noite.

Os pesquisadores acompanharam cerca de 9 mil adultos com mais de 50 anos ao longo de uma década. Além de uma avaliação inicial, os participantes passaram por uma entrevista de acompanhamento e testes cognitivos a cada dois anos.

Quais foram os resultados?

As pessoas que apresentavam níveis mais altos de atividade física, mas dormiam por um período de sono curto (menos de seis horas por noite), tiveram uma taxa mais rápida de declínio cognitivo ao longo do tempo.

Já aquelas que tinham níveis altos de atividade física e dormiam por um período ideal (entre seis e oito horas por noite) tinham uma função cognitiva melhor.

O grupo mais ativo fisicamente era mais jovem e mais magro no início, casado ou com parceiro, menos propenso a fumar, beber ou ter depressão ou doença crônica, e tinha níveis mais altos de educação e riqueza do que o grupo menos ativo.

Apesar dessas vantagens, porém, ao fim do período de dez anos, as pessoas altamente ativas na faixa dos 50 e 60 anos que dormiam em média menos de seis horas por noite perderam os benefícios que o exercício proporcionava.

Segundo a pesquisa, elas declinaram mais rapidamente e tiveram os mesmos níveis cognitivos que as pessoas que não se exercitavam.

Qual a relação entre atividade física, sono e declínio cognitivo?

Segundo o estudo, a atividade física pode atuar, por meio de neurotransmissores, como o fator de crescimento semelhante à insulina ou o fator neurotrófico derivado do cérebro para aumentar a plasticidade no hipocampo, melhorando o desempenho da memória.

Já o sono pode influenciar a função cognitiva por meio de seus efeitos na consolidação da memória. "No entanto, a atividade física também pode influenciar o sono, e vice-versa. Esses mecanismos de interação destacam a importância de examinar a atividade física e o sono juntos", conclui o estudo.