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Harmonização em alta: você sabe o tamanho médio do pênis? Quando é pequeno?

Apesar de a média do tamanho do pênis ter crescido nos últimos anos, o tema ainda é delicado - iStock
Apesar de a média do tamanho do pênis ter crescido nos últimos anos, o tema ainda é delicado Imagem: iStock

De VivaBem, em São Paulo

26/07/2023 04h00Atualizada em 26/07/2023 16h50

As preocupações com tamanho do pênis e sua aparência levaram a uma nova tendência surgir em clínicas de estética: a harmonização peniana, um procedimento estético que pode render até 5 centímetros a mais do membro — mas que pode custar até R$ 30 mil.

Mas você sabe quando um pênis é considerado pequeno, ou quando isso pode ser, de fato, um problema? Tire suas principais dúvidas do tema:

Existe um tamanho padrão ou "normal" de pênis?

Um estudo britânico recente, publicado na revista científica de urologia BJU International apontou que, ereto, um pênis mede, em média, 13 cm de comprimento e, em repouso, 9 cm. Já o comprimento médio da circunferência (que indica a espessura do pênis) fica em cerca de 11 cm (quando duro) e 9 cm (mole).

Ao longo de 17 análises foram investigados mais de 15 mil homens. Porém, a maioria caucasiana ou do Oriente Médio. Segundo o mesmo estudo, apenas 2% têm pênis muito pequenos, bem abaixo da média, o que também corresponde aos que têm pênis enormes.

Qual a média de tamanho do pênis brasileiro?

De 12,5 a 14,5 cm de comprimento, em ereção, o que equivale a uma caneta esferográfica sem ponta, por exemplo. Dados de medições (antropometrias) penianas apresentados em congressos da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) mostram que na população masculina brasileira os valores da normalidade para pênis ereto ficam entre 10,5 cm e 17,5 cm.

Quando o pênis é muito grande ou muito pequeno?

Denota-se grande quando acima da medida média e muito grande quando perto, igual ou um pouco além de 20 cm de comprimento, quando ereto. Ainda há pênis desproporcionais, que chegam a 30 cm, 40 cm, como o do ator norte-americano Jonah Falcon, que detém não oficialmente o recorde de maior pênis do mundo há mais de 10 anos e diz sofrer por isso.

Já um pênis pequeno seria um de tamanho inferior a 10 cm ereto.

Em adultos, o micropênis é classificado como um pênis tendo 8 cm ou menos ereto. Essa condição pode vir junto de uma incapacidade testicular de produzir hormônios (hipogonadismo), infertilidade, testículos que não descem para o saco (criptorquidia), características da síndrome de disgenesia testicular. É também um tamanho em que a penetração pode ser prejudicada.

Quanto maior o pênis, maior a dificuldade de ereção? E a inclinação?

A principal causa da disfunção erétil é emocional, mas não é a única. Alguns homens (tendo o pênis muito grande, ou não) com dificuldades de ereção podem ter problemas vasculares, nas artérias, de "enchimento" por sangue do corpo cavernoso, por exemplo. Mas o tamanho avantajado também pode demandar um pouco mais de tempo e excitação para ser levantado.

Os médicos relatam que ereções em pênis longos os aumentam em 47%. Para pênis mais curtos, o crescimento é em cerca de 86%.

No entanto, nem todo pênis se empina. Alguns são naturalmente retos, outros tortos para direita ou para a esquerda (em formato acentuado, de banana, pode se tratar de doença de Peyronie) e há ainda os inclinados para baixo. Se o médico constatar impotência, os tratamentos são direcionados para o fator desencadeante.

Parceiros sexuais preferem os maiores?

A atração sexual é muito pessoal e subjetiva. Por conta do imaginário popular de que pênis grande está associado a homens viris, muitos podem achar que isso é verdade e nutrir a curiosidade —e o desejo— de ver e transar com um. Mas ter um "volumão" nada tem a ver com quem se é de fato, ou bom desempenho na cama. Pode até ser motivo de insatisfações.

Quem é "superdotado" pode ter dificuldades para usar calças justas, dormir de bruços, esconder uma ereção involuntária, usar sunga sem constrangimentos e até lesionar o pênis, se ele "dobrar" sobre si durante o sexo.

O parceiro ou a parceira também pode se sentir "sem ar" ao fazer sexo oral nele e, sem comunicação e cuidados preliminares, corre o risco de ter incômodos e se machucar durante a relação.

Pênis menores dão menos prazer?

Também é lenda. A maioria das mulheres chega facilmente ao orgasmo por meio da estimulação do clitóris, que tem formato de "bolinha" e fica no alto da vagina, no encontro entre os pequenos lábios. Já o ânus é repleto de terminações nervosas e que implicam em prazer na região externa (margem anal), interna (canal) e no reto (acima do canal, onde está a próstata, o ponto "G" dos homens e, em média, apenas a 10 cm da margem anal).

Além do pênis, também podem ser utilizados dedos, brinquedos eróticos, mas deixando claro que penetração não é tudo. É preciso enxergar a relação no seu todo, o que inclui valorizar preliminares, palavras, beijos e fantasias excitantes, preferências e o respeito aos envolvidos.

Obesos e asiáticos têm pênis pequenos?

No que compete aos homens que estão com sobrepeso, o excesso de gordura localizado na região pubiana pode causar essa impressão (de que o pênis é menor), porque cobre e embute parte do pênis. Com o avanço da idade, pele flácida abdominal também.

Quanto aos asiáticos, não é o que dizem levantamentos. De acordo com o periódico científico International Journal of Impotence Research, na China o comprimento erétil médio é de 12,9 cm. Em Japão e Tailândia, a média, em ordem, é de 13 cm e 13,5 cm aponta o Tokyo Reporter, com base em uma pesquisa conduzida pela fabricante Tenga, de produtos para masturbação.

Negros são sempre "superdotados"?

Não há consenso médico e nada conclusivo. Sites populares de medições afirmam que os pênis de africanos quando eretos ultrapassam os 15 cm, chegando até aos 17 cm. Mas uma pesquisa de 2005 relatou que "não há base científica" para apoiar "superdimensionamentos" desse tipo e outras duas registraram que na Tanzânia e na Nigéria a média dos pênis eretos alcança 13 cm.

Segundo um estudo da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) publicado na revista International Journal of Impotence Research, o comprimento médio do pênis do brasileiro autodeclarado negro é de 16,5 cm enquanto o do brasileiro autodeclarado branco é de 15,8 cm. Ambos acima da média e, concluíram os pesquisadores, satisfeitos com suas genitálias.

Os pênis humanos têm mudado de tamanho?

Um estudo, publicado no periódico The World Journal of Men's Health, apontou que o tamanho do pênis ereto cresceu desde 1942, enquanto o do pênis flácido permaneceu igual. Isso pode ser perigoso e comandado por alterações hormonais — causadas pela exposição a produtos químicos, por exemplo.

A pesquisa reúne dados de 55.761 homens do mundo todo, entre 1942 a 2021. O comprimento ereto aumentou em várias regiões do mundo e em todas as faixas etárias. concluiu o estudo.

  • O comprimento do pênis ereto aumentou 24% nos últimos 29 anos.
  • Isso significa aumento de 12,3 centímetros para 15,2 centímetros em menos de 30 anos.

Michael Eisenberg, urologista da Universidade de Medicina de Stanford (EUA), afirmou que alterações hormonais podem explicar o aumento de tamanho. "Pode haver uma série de fatores em jogo, como exposição a produtos químicos, como pesticidas ou produtos de higiene, interagindo com nossos sistemas hormonais. Esses produtos químicos desreguladores endócrinos existem em nosso ambiente e na nossa dieta."

Mas e a harmonização?

Fontes ouvidas por VivaBem explicaram que utilizam o ácido hialurônico para remodelar o pênis — uma substância específica para ser trabalhada nessa região.

As injeções são feitas no corpo do pênis, com ele flácido. Já os resultados são discutidos individualmente, com cada paciente, e incluem ganho em largura, volume, comprimento e até redução da flacidez da pele, dependendo da quantidade de produto utilizada e de outros tratamentos que podem ser aliados ao ácido aplicado.

Médicos urologistas recomendam cautela com a harmonização peniana, já que ainda há poucos dados sobre os efeitos do procedimento.

Questionado sobre a segurança da harmonização íntima, o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) disse que "atualmente, não possui nenhuma resolução ou normativa sobre esse tema". Já o Conselho Federal de Medicina (CFM) afirmou que "o tema está sendo analisado pela Câmara Técnica de Urologia e até o momento não há diretriz sobre o assunto".