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Câncer de pescoço e cabeça: pacientes usam canto como forma de reabilitação

Colaboração para o VivaBem

27/07/2023 16h47

Hoje (27) é o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço. Ele é o quinto câncer mais incidente no Brasil e o Inca (Instituto Nacional de Câncer) prevê mais de 39 mil casos novos por ano até 2025.

Com a finalidade de ajudar na recuperação de pacientes que passaram pelo procedimento de retirada da laringe, o Hospital A.C. Camargo criou em 2011 o coral Sua Voz. Mais do que voltar a treinar a fala, no coral as pessoas podem se reabilitar através do canto, com ajuda de fonoaudiólogos.

A aposentada Marcia Genaro integra o coral Sua Voz. Ela conta que em 2017 descobriu o câncer depois de uma rouquidão. Ela passou por vários médicos que não chegaram a nenhuma conclusão, até que consultou um especialista em laringe, que identificou o problema.

"Na época eu não precisei remover toda a laringe, mas depois de um ano o câncer foi reincidente e eu fiquei laringectomizada", conta Marcia, que hoje usa uma prótese no lugar, que a ajuda a se comunicar.

Camila Barcelos, fonoaudióloga titular do A.C. Camargo, explica que o paciente que passa pela laringectomia precisa passar por reabilitação para voltar a falar após o procedimento, já que não possui mais o órgão natural para a produção de voz.

"No caso da Marcia, por exemplo, há uma prótese traqueoesofágica, que é colocada no esôfago e faz com que o ar que venha do pulmão passe para o esôfago e este produza a voz a partir da vibração do esfíncter dele", explica Barcelos.

O coral Sua Voz representa uma grande alegria na vida da Marcia. O processo de retirada da laringe foi muito traumático e ela conta que sentia uma grande ansiedade sobre como seria sua vida depois do procedimento.

"Foi um supertrabalho dos médicos e das fonos que fizeram a reabilitação. Foi um passo de cada vez, de aprender a rir até aprender como me alimentar, e aí veio o convite para o coral. É uma oportunidade de mostrar para quem tem que passar pelo mesmo processo que tem solução, você tem uma vida social normal", diz.