Ela narra desespero após procedimento no bumbum: 'Só 8 ml e fui intubada'
A autônoma Betânia Lima, de 29 anos, queria aumentar o volume dos glúteos e reduzir as celulites quando buscou uma clínica de estética em Goiânia, onde mora, por indicação de uma amiga.
"Conversei com a esteticista e ela me passou confiança, resolvi fazer. Comecei com botox na testa, bigode chinês e olheiras", lembra ela, em entrevista a VivaBem. Depois, a profissional ofereceu um procedimento bioestimulador para modificar o bumbum.
A aplicação feita no fim de junho, porém, terminou de uma forma inesperada: Betânia passou mal, foi internada em um hospital, intubada e agora tenta retomar a vida normal depois do susto. A Polícia Civil de Goiás investiga o caso.
'Foi instantâneo'
Logo após a primeira injeção aplicada pela suposta profissional, Betânia conta que notou que algo não ia bem.
"Foi instantâneo. Ela aplicou só 8 ml, a primeira seringa, e eu já passei mal. Subiu um enjoo, uma pressão na cabeça e comecei a vomitar."
Acordei no dia seguinte no hospital, com a médica me avisando que seria intubada.
Segundo a jovem, ela foi informada que estava tossindo sangue em consequência de uma hemorragia pulmonar.
"Pedi para ver o meu filho antes, mas ela disse que não tinha condições. Fizemos uma videochamada e fiquei três dias intubada", lembra.
Não era a primeira vez que Betânia se submetia a procedimentos estéticos — anteriormente, ela já tinha feito aplicações de enzimas e cirurgias plásticas. Naquela clínica, era uma experiência nova. Ela não imaginava que o local não tinha alvará para funcionamento.
"De início eu estranhei pelo fato de não ter fachada. Mas, entrando na clínica, eu vi que era tudo bem organizadinho. Não cheguei a desconfiar."
'Medo era não poder criar meu filho'
No hospital, ela descreve momentos de muita tensão. "Meu medo era não voltar e não poder criar meu filho. Ou voltar com sequelas graves, não voltar consciente. Tive medo o tempo todo. Pedia a Deus uma chance para criar meu filho."
Betânia recebeu alta no último dia 1º e agora tenta retomar a rotina, "um dia após o outro", com uma recuperação gradativa — no período em que esteve internada, ela perdeu em torno de 10 kg.
"Estou fazendo muitos exames, porque afetou tudo: coração, pulmão, rins. Então, ainda não posso voltar ao trabalho", disse ela. Betânia também não pretende fazer novas modificações corporais. "Traumatizada mesmo. Foi uma quase morte, foi muito difícil."
Ela espera que a justiça seja feita e que cada pessoa envolvida arque com suas responsabilidades. "O prejuízo é muito grande tanto na questão da minha saúde quanto do meu trabalho."
Investigações
A Polícia Civil de Goiás investiga o caso. Segundo a delegada responsável, Emilia Podestà, os laudos da Polícia Científica indicam a presença de nafazolina nos frascos analisados.
Este composto é usado apenas como descongestionante nasal ou solução oftálmica no Brasil.
A Cosmobeauty, marca responsável pelo produto aplicado em Betânia, afirmou que não forneceu nenhuma amostra do "InduMAX Fluido Dermo Bioestimulador" para teste — e negou que a contaminação por nafazolina tenha acontecido em suas instalações.
"As amostras enviadas foram apresentadas pela revendedora local, não foram fornecidas pela marca", afirmou em nota.
A Vigilância Sanitária de Goiás determinou no início deste mês a interdição de todos os lotes dos produtos InduMAX Fluido Coloidal Dermo Ultraconcentrado Tonificante - UP Glúteos e InduMAX Fluido Dermo Bioestimulador e Preenchedor Filler-CA Harmony.
A reportagem tentou contato com a pessoa identificada como a responsável pelos procedimentos feitos em Betânia e pela clínica, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.
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