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Ex-BBB esquece antidepressivo e entra em crise; por que é perigoso?

Do VivaBem

31/07/2023 15h53

A advogada e ex-BBB Gizelly Bicalho compartilhou nas redes sociais que sentiu os sintomas da depressão voltarem depois de esquecer seus remédios durante uma viagem.

Os antidepressivos não causam dependência, porém, diante de uma interrupção abrupta da medicação, o corpo pode sofrer a chamada "síndrome de descontinuação", como explicou o psiquiatra Fernando Fernandes em entrevista ao VivaBem Hoje, nesta segunda-feira (31).

"Cessar abruptamente o remédio pode causar desconforto fisiológico, ou seja, a pessoa pode sentir a falta aguda do remédio. Alguns pacientes sentem os efeitos no mesmo dia. Outros, depois de um ou dois dias", afirmou o coordenador do programa de tratamento de depressão da USP e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria.

O tratamento da depressão não deve ser descontinuado sem orientação médica. Além da síndrome de descontinuação, o médico alerta que a pessoa pode sentir os sintomas da doença voltarem, logo nos primeiros dias após a interrupção ou até meses depois.

O tratamento para depressão e para os transtornos ansiosos tem um tempo preconizado. Se a gente descontinua a medicação antes desse tempo, aumentam as chances de os sintomas voltarem. Fernando Fernandes, psiquiatra

Dicas para não esquecer o remédio quando for viajar

Leve comprimidos a mais. Seja em uma viagem nacional ou internacional, levar uma quantidade de remédio a mais do que você irá precisar enquanto está fora de casa diminui o risco de ficar sem o antidepressivo se algum imprevisto acontecer, como um voo atrasado.

Coloque os comprimidos na mala de mão. Se houver algum extravio ou problema com a mala que foi despachada, os remédios estarão com você.

Leve a receita médica junto com os remédios. Isso evita problemas no caso de alguma vistoria no aeroporto.

Veja o que fazer se tiver esquecido o antidepressivo

Se você esquecer o antidepressivo durante uma viagem, a recomendação do psiquiatra é recorrer à telemedicina: entre em contato com o seu médico ou outro psiquiatra que possa enviar a receita por via remota, assim será possível adquirir o medicamento no lugar em que você estiver.

É possível ter alta do tratamento da depressão?

O psiquiatra é quem avalia se o paciente pode ou não interromper o uso dos antidepressivos. Segundo Fernandes, metade das pessoas tem depressão uma única vez na vida, recebe o tratamento, tem alta e não volta a conviver com o transtorno. A outra metade pode ter depressão mais de uma vez.

"Existe uma história natural do tratamento da depressão, que leva em média de seis a nove meses. Depois disso, a pessoa pode ter alta. Se os sintomas voltarem, ela retorna para ver se é necessário usá-los novamente", explica Fernandes.

Em algumas situações, o tratamento pode ser prolongado, como no caso de pessoas que já tiveram mais de três episódios depressivos e no caso de idosos.

"Há casos em que a pessoa tem alta e felizmente a depressão não volta, mas em alguns casos pode ser que a doença volte. A boa notícia é que em ambos os casos o tratamento é eficaz."