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Jejum intermitente deve ser estilo de vida, não dieta curta, defende médica

Colaboração para o VivaBem

02/08/2023 17h31

O jejum intermitente, prática que alterna períodos de alimentação com períodos de jejum, tem ganhado popularidade nos últimos anos como uma estratégia de saúde e perda de peso. Ele tem sido também objeto de estudo, sendo relacionado à melhoria da sensibilidade à insulina, aumento da longevidade, redução do risco de doenças cardiovasculares e até mesmo a promoção da saúde cerebral.

Entretanto, embora seja considerado um tipo de dieta, a médica endocrinologista Andressa Heimbecher Soares diz que ele deveria ser adotado como um estilo de vida, e não só como método para perder peso. "Quando bem estruturado e adequado para o ritmo de vida do paciente, para o padrão alimentar dele, o jejum é uma estratégia que pode ser adotada com bastante sucesso", diz.

Segundo ela, há diversas modalidades do jejum. O paciente pode ficar 24 horas sem comer ou seguir a versão mais comum, na qual fica 16 horas em jejum e pode se alimentar nas 8 horas restantes. Mas tudo isso, de acordo com a médica, precisa ter acompanhamento médico e nutricional.

"Isso é importante para se definir qual o melhor tempo de jejum, se o paciente tem algum risco de ficar muito tempo em jejum, como hipoglicemia ou cetoacidose, e principalmente se ele não vai abrir um padrão compulsivo durante a janela alimentar", diz a endocrinologista. "Tendo esses cuidados, vale como estilo de vida."

Como abrir jejum

Soares defende que o paciente vai prestar mais atenção à alimentação ao adotar o jejum intermitente, para saber como abrir o jejum da forma correta. De acordo com ela, não pode abrir com excesso de carboidrato, com carboidrato simples, precisa abrir com alimento de índice glicêmico menor.

O jejum não é só pular refeição. As pessoas confundem isso, acham que por não gostarem de tomar café da manhã é só pular, almoçar e jantar. E as pessoas tendem a deixar toda a alimentação numa janela curtinha de tempo. Com isso elas não reduzem o valor calórico, não melhoram a qualidade da alimentação. Andressa Heimbecher Soares, médica endocrinologista

Se feito com qualidade alimentar, há redução de peso, do risco de diabetes, da pressão. "Mas só se a janela alimentar for feita de forma correta", diz.