Exames clínicos realizados em farmácias servem de triagem, diz patologista

Desde terça-feira (1), farmácias brasileiras têm autorização para realizar uma série de exames de análises clínicas, como de sangue, dengue e infecções sexualmente transmissíveis. Até então, as farmácias só podiam realizar testes de covid-19 e de glicemia.

De acordo com a Anvisa, a nova resolução, que leva em conta a evolução do setor de diagnósticos, assim como dos produtos e instrumentos para diagnóstico, tem como objetivo ampliar o acesso e reforçar o papel dos laboratórios clínicos de estimular a política de qualidade dos exames.

Apesar da decisão, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial alerta para o fato de que os testes rápidos aplicados em farmácia devem funcionar apenas como um tipo de triagem, para sinalizar que há algo de errado. Ou seja, é importante que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos por especialistas.

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Fábio Brazão, médico patologista clínico e presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, afirmou, em entrevista ao VivaBem Hoje desta quinta-feira (3), que após a realização do exame na farmácia, é importante fazer um segundo teste em um hospital ou clínica. "Os laboratórios têm um sistema de gestão de qualidade. Você utiliza equipamentos de última geração, tem uma equipe profissional treinada. Então, há uma grande diferença entre o teste rápido e o teste do laboratório", explicou.

Isso não quer dizer que o teste rápido não seja confiável. O médico patologista pontuou que ambos têm funções diferentes. "São confiáveis desde que a farmácia institua um programa de gestão de qualidade. Afinal, o exame precisa trazer segurança ao paciente. Todo o sistema precisa também ser fiscalizado", disse.

Para Brazão, a decisão ajudará principalmente as pessoas que moram em locais mais remotos. "Para uma campanha em uma cidade de difícil acesso, isso acaba ajudando muito", disse.