11 causas da perda de memória de que talvez você não se dê conta
Com o excesso de atividades e informações que recebemos no dia a dia, é comum esquecermos onde colocamos algo, algum item importante que precisávamos no supermercado ou até o horário de tomar um medicamento. No entanto, esses esquecimentos tendem a se intensificar com a idade avançada.
Faz parte do envelhecimento apresentar um declínio (ou déficit) cognitivo —o que não significa necessariamente uma demência.
Muitas vezes, além da questão genética, os hábitos do dia a dia e outras condições de saúde podem prejudicar a memória.
A seguir, veja 11 causas da perda de memória de que você talvez não se dê conta.
1) Dormir pouco
Uma boa noite de sono ajuda o organismo a descansar e a recarregar as energias.
Mas dormir bem e no tempo adequado também é fundamental para a memória, já que é neste momento que ela é consolidada.
Portanto, dormir pouco prejudica a capacidade da pessoa se concentrar e armazenar informações.
Um estudo apontou que indivíduos com problemas no sono —como insônia, apneia, má qualidade e dormir menos de 5h por noite— apresentavam maior risco de desenvolver algum tipo de demência. Isso porque a privação do sono está relacionada com a redução da capacidade do funcionamento dos neurônios, o que provoca lapsos cognitivos.
2) Solidão
Passar muito tempo sozinho também pode aumentar o risco de um declínio cognitivo.
O isolamento social prolongado é bastante comum na terceira idade, pois há maior dificuldade para manter o convívio social, aumento da limitação física para sair de casa e probabilidade maior de perder amigos e familiares.
Por isso, a socialização de idosos é bastante recomendada por profissionais de saúde e uma estratégia para combater as demências. De forma geral, manter diálogos ou realizar atividades e jogos em grupo mantém o cérebro mais afiado e ativo.
3) Traumatismos na cabeça
Quem sofre um traumatismo na cabeça, mesmo que seja leve, pode provocar efeitos duradouros para a memória. Um estudo mostrou que lesões traumáticas na cabeça aumentam o risco de demências, já que o impacto altera a estrutura cerebral.
4) Poluição
Não é novidade que a poluição faz mal para a saúde, principalmente dos pulmões. No entanto, a exposição constante aos poluentes também afeta a memória a longo prazo, causando mudanças estruturais anatômicas e até mesmo uma redução cerebral. Portanto, acredita-se que, em alguns casos, provoque efeitos semelhantes ao Alzheimer.
5) Bebidas alcoólicas e cigarros
O hábito de consumir bebidas alcoólicas e fumar prejudica o organismo como um todo.
No caso do cérebro, o consumo regular de álcool afeta a massa cinzenta, que é uma região importante para o processamento da informação.
Vale destacar que não existe uma quantidade "segura" da bebida e qualquer tipo (cerveja, vinho ou destilado) já proporciona danos cerebrais.
Já o uso do cigarro está associado ao envelhecimento precoce do cérebro e também provoca lesões vasculares no órgão.
De forma geral, ambos são responsáveis por ocasionar alterações nas estruturas cerebrais, o que aumenta o risco de problemas cognitivos.
6) Perda da audição
A deficiência auditiva ou perda parcial da audição traz diversos prejuízos para a saúde, inclusive na memória. As causas exatas ainda não estão totalmente claras —a redução da audição impacta a qualidade de vida das pessoas e afeta as funções diretamente relacionadas à atenção.
Em alguns casos, a perda da audição compromete a socialização e leva ao aumento do isolamento social.
Além disso, quem perde a audição faz com que o cérebro trabalhe mais para compensar a deficiência, restando menos recursos para as funções cognitivas.
7) Problemas cardiovasculares
Um estudo divulgado no Journal of the American College of Cardiology demonstrou que pessoas que tiveram angina (dor no peito) ou ataque cardíaco estavam mais propensas a ter um quadro de declínio cognitivo depois desses problemas cardiovasculares.
A doença cardiovascular afeta o cérebro de maneiras distintas, podendo inclusive interromper o fluxo de oxigênio para o órgão. Além disso, é comum que pessoas após um AVC (acidente vascular cerebral) e infartos fiquem mais deprimidas e se isolem socialmente, o que prejudica a memória.
8) Hipertensão arterial
Conhecida popularmente como "pressão alta", a longo prazo, a condição causa uma atrofia cerebral e aumenta o risco de declínio cognitivo e quadros de demência na velhice. Foi o que apontou um estudo da Universidade da Califórnia (EUA).
De acordo com os pesquisadores, os participantes que tiveram pressão alta ao longo da vida apresentaram um volume cerebral menor. Isso ocorre porque a hipertensão danifica as artérias cerebrais.
9) Sedentarismo
Manter-se ativo durante toda a vida é fundamental para evitar doenças e contribui também com a memória. Pessoas que praticam atividade física regular apresentam maior facilidade no aprendizado, previnem os déficits de memória e cognição relacionados a idade e também melhoram o humor.
O que se sabe até o momento é que o sedentarismo é bastante prejudicial para o cérebro e pode até alterar a sua estrutura e funcionamento. O ideal é praticar cerca de 150 minutos de atividade física por semana para usufruir dos benefícios.
10) Falta de estímulo cerebral
O cérebro é um órgão que precisa ser estimulado constantemente para permanecer ativo e saudável. Para se ter uma ideia, um fator de risco para o Alzheimer é o baixo nível de escolaridade. Geralmente, essas pessoas não executam atividades intelectuais complexas e oferecem pouco estímulo para o cérebro.
De forma resumida, quanto maior a estimulação cerebral, maior a conexão entre os neurônios. Este estímulo retarda o risco de qualquer tipo de demência. Vale a pena investir em leituras, jogos ou fazer exercícios mentais, que são capazes de fortalecer a capacidade cognitiva.
11) Alimentação inadequada
O que você coloca (ou colocou por muito tempo) no prato afeta sua memória. Para funcionar adequadamente, o cérebro gasta bastante energia e consumir poucos nutrientes atrapalha a sua eficiência.
É fundamental consumir itens com propriedades antioxidantes, antiinflamatórias, além de proteínas, minerais, vitaminas e ômega 3.
Por outro lado, é importante evitar fast food, alimentos gordurosos, com muito sal ou açúcar e carboidratos refinados.
Fontes: Elisa de Paula França Resende, neurologista do Hospital das Clínicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais); Marco Túlio Mourão, médico de família e comunidade, geriatra e professor da UFC (Universidade Federal do Ceará); e Leonardo Valente, neurologista e professor do curso de medicina da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).
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