Topo

Equilíbrio

Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Sidney Sampaio teria usado remédio para dormir sem orientação; é perigoso?

O ator Sidney Sampaio  - Instagram/@sidneysampaiooficial
O ator Sidney Sampaio Imagem: Instagram/@sidneysampaiooficial

Do VivaBem*, em São Paulo

05/08/2023 17h24

A ex de Sidney Sampaio, ator que foi socorrido na Zona Sul do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (4) após cair da janela de um hotel, afirmou que o episódio aconteceu porque ele teria usado remédio para dormir sem orientação médica. "[Agora], ele está sendo medicado corretamente e passa bem", escreveu a psicóloga no Instagram.

O uso de medicamentos que ajudam a induzir o sono é considerado seguro, desde que seja indicado pelo médico, na dose recomendada e pelo período de tempo adequado. Já a automedicação, como teria feito o ator, pode causar danos graves à saúde e, por isso, não é recomendada pelos especialistas.

Por que tomar remédio para dormir sem indicação pode ser perigoso?

Remédios para dormir podem interagir com outros medicamentos. Por isso, se o paciente já utiliza algum tipo de medicação de uso contínuo, por exemplo, e usa o remédio para insônia sem seguir as orientações de um profissional, corre o risco de os dois fármacos interagirem, o que pode piorar seus efeitos colaterais (veja mais abaixo).

Além disso, tomar o remédio em horários inapropriados, doses incorretas ou numa quantidade abusiva também expõe a pessoa ao risco de efeitos adversos indesejáveis.

Apenas um profissional consegue identificar o tipo de distúrbio do sono do paciente e indicar quais fármacos são adequados para o seu caso.

A automedicação de remédios para induzir ao sono traz diversos efeitos adversos e a pessoa pode usar mais do que deveria e ter intoxicações. Rodrigo Schultz, neurologista, em entrevista ao VivaBem para reportagem publicada em 19/01/2022

Entenda os remédios para insônia

Há diversos remédios prescritos para insônia que ajudam a induzir o sono ou fazem com que a pessoa durma por mais tempo. Os riscos e os benefícios variam de acordo com a classe de medicamento definida pelo especialista do sono ou psiquiatra.

Cada classe de medicação age ligando a receptores cerebrais, aumentando ou diminuindo os seus efeitos, causando sonolência e diminuindo a ansiedade. Existem diversos estudos que atestam a segurança e a eficácia de medicações indutoras do sono.

No entanto, há diversos efeitos colaterais relacionados ao uso de remédios para dormir. O evento indesejado mais frequente é a sonolência durante o dia, além de desatenção, prejuízo na produtividade e risco de acidentes de trabalho e no trânsito.

Além disso, quando há o uso por longos períodos, alguns dos riscos são:

  • Aumento de quedas, principalmente nos idosos;
  • Dependência e abstinência com os hipnóticos (as chamadas drogas-Z), ou seja, a pessoa cria uma tolerância ao medicamento e necessita de doses cada vez mais altas para atingir o efeito desejado;
  • Alucinações e alterações de memória;
  • Sonambulismo, ou seja, quando a pessoa realiza atividades como andar ou comer sem estar completamente acordada;
  • Ganho de peso ou inchaços;
  • Queda da pressão arterial ao se levantar.

Apesar dos perigos apresentados, o uso dessas medicações é considerado seguro e pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes, desde que seja prescrito pelo médico e administrado da maneira correta.

Quem precisa usar remédio para dormir?

Se você tem problemas para pegar no sono ou não dorme adequadamente, o ideal é procurar ajuda profissional o quanto antes. Porém, isso não significa que o especialista prescreverá um medicamento controlado de imediato.

Inicialmente, será preciso identificar se o paciente está com o transtorno de insônia: se há dificuldade para iniciar ou manter o sono, se desperta antes do horário desejado ou sente insatisfação com a qualidade de sono por um período de tempo significativo, com danos à qualidade de vida.

Geralmente, quem sofre com a insônia recebe orientações para mudar a rotina. Segundo especialistas ouvidos pelo VivaBem em matéria sobre o assunto publicada em janeiro do ano passado, antes de indicar o uso de um remédio, a primeira abordagem é incentivar o paciente a mudar seus hábitos e praticar a chamada "higiene do sono".

Dentre as medidas recomendadas para melhorar a qualidade do sono, estão:

  • Atividade física regular;
  • Regularidade nos horários de dormir e acordar;
  • Dieta balanceada com refeições leves próximas ao horário de dormir;
  • Evitar uso de alimentos ou substâncias estimulantes no período do fim da tarde ou à noite como o café;
  • Reduzir exposição luminosa no horário de dormir. É importante evitar o uso de celulares, computadores e televisão no período noturno.

*Com informações de reportagem publicada em 19/01/2022.