Quanto tempo dura imunidade depois de diferentes tipos de infecção?
Quando o sistema imunológico está saudável, infecções acabam controladas ou eliminadas do organismo e as células de defesa aprendem sobre como agir caso elas retornem. Esse treinamento, por assim dizer, pode vir com contágios, ou com vacinações —com a vantagem de essas últimas não submeterem ninguém a complicações e risco de morte.
Mas, por quanto tempo dura a imunidade? A resposta para essa pergunta varia de acordo com o tipo de infecção, a interação do agente com o organismo, a velocidade com que se circulam novas variantes e as características de cada indivíduo. Sem falar no cumprimento, ou não, de uma série de medidas preventivas: se vacinar, higienizar mãos e alimentos, usar camisinha etc.
A seguir, saiba quais infecções podem nos atingir várias vezes e de quanto em quanto tempo:
Covid-19
Com o surgimento e a disseminação das novas variantes, especialmente as sublinhagens da ômicron, as reinfecções se tornaram muito mais comuns. A "validade" da imunidade pós-covid mais aceita entre os especialistas hoje varia entre três meses a cinco anos.
Porém, em alguns casos raros, os intervalos de um quadro para outro podem ser se de dias a algumas semanas.
Influenza (gripe)
Assim como o coronavírus, o vírus da gripe sofre mutações constantes e o tempo de imunidade também é variável. O período convencional dele é de até duas semanas. Já no caso de quem toma a vacina contra os três ou quatro vírus de maior circulação, a cobertura dura, geralmente, de seis a 12 meses. O pico máximo de anticorpos ocorre após quatro a seis semanas.
Conjuntivite
Existem as virais, bacterianas e alérgicas, mas, em geral, ter entre duas a três infecções da conjuntiva (a membrana externa do globo ocular e da pálpebra interior) ao ano já é muito. Nesses casos, é preciso investigar a razão de tantos episódios em um curto intervalo.
Em se tratando das virais, pode ter a ver com baixa imunidade e alta agressividade do agente.
Otite
Ter apenas uma infecção de ouvido ao ano não aponta para um quadro de baixa imunidade, mas é preciso atenção, ainda mais em se tratando de crianças. Nelas, quatro ou mais otites em um ano já indicam a possibilidade de uma imunodeficiência. No adulto bastam duas otites ou mais em um ano. É necessário avaliar ainda a presença de outras infecções, alergias e sinusites.
Amigdalite
Infecções nas amígdalas (dois órgãos que ficam no fundo da garganta e integram o sistema de defesa do organismo) podem ter origem viral (rinovírus, adenovírus, influenza) ou bacteriana (Streptococcus pyogenes). Quanto à sua ocorrência, é possível ter de cinco a sete infecções no espaço de um ano; quatro episódios ao ano por dois anos consecutivos, ou três por ano em três anos consecutivos.
Infecção urinária
Causadas principalmente pela Escherichia coli, bactéria presente no intestino, são classificadas como uretrites (na uretra), cistites (bexiga) e pielonefrite (rins). Quando ocorrem mais de duas vezes em um período de seis meses ou mais de três vezes em menos de um ano, a condição é considerada como uma infecção urinária de repetição, sendo muito mais comum nas mulheres.
Infecção intestinal
Normalmente é transmitida por contato com alguém infectado ou por alimentos ou água contaminados. É estimado que toda pessoa saudável tenha pelo menos um episódio, com diarreia aguda, a cada 18 meses. Enquanto a aguda é autolimitada e dura uma semana ou menos, a crônica ultrapassa quatro semanas, ou tem três diarreias nos últimos três meses.
Herpes
Essa infecção viral não tem cura e, depois de infectados, os pacientes podem ter crises recorrentes ao longo da vida, embora o retorno dos sintomas varie muito de pessoa para pessoa. Enquanto alguns indivíduos têm uma ou outra crise por ano, há outros que têm cerca de duas a três crises por mês, geralmente associadas à baixa imunidade ou a doenças graves.
Candidíase
Infecção causada pelo fungo Candida albicans, que se aloja comumente na área genital, provocando coceira, secreção e inflamação local, pode se repetir até quatro ou mais vezes em um ano, se não combatida adequadamente. Nesses casos, o tratamento é feito por um período longo, de até seis meses, geralmente com a associação de antibióticos orais e intravaginais.
Sífilis
É uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) causada pela bactéria Treponema pallidum e que não confere imunidade permanente, ou seja, toda vez que a pessoa entrar em contato com o agente etiológico, pode ter a doença novamente. O tratamento da sífilis é realizado com antibióticos e envolve ainda os parceiros sexuais, para se quebrar sua cadeia de transmissão.
Fontes: Alessandro Farias, infectologista do Hospital Português, em Salvador (BA); Ana Paula Canto, especialista em oftalmologia pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia); Cristiane Pacheco, médica pela UFAM (Universidade Federal do Amazonas) e ginecologista-obstetra; Érica Azevedo, especialista em alergia e imunologia pela Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia); e Pedro Augusto Vieira, otorrinolaringologista do Hospital Cema (SP).
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