Maíra Cardi associa consumo de bolo a diversas doenças; isso é verdade?

Maíra Cardi fez mais uma publicação polêmica nesta quarta-feira (10) pelo Instagram. Ela compartilhou o vídeo de uma receita de bolo de chocolate que relaciona o alimento com diversas doenças.

Na publicação, a ex-BBB lista os ingredientes do bolo e afirma: "O final vai te surpreender". Porém, o resultado que ela aponta é uma série de problemas de saúde, como infarto, inflamação no intestino, insuficiência hepática, osteoporose, entre outras.

Não é bem por aí

Comer um pedaço de bolo não vai fazer com que a pessoa tenha algum desses problemas automaticamente. A alimentação faz parte de um contexto geral, como prática de atividade física, rotina de sono, cuidados com a saúde mental, entre outros.

Aliás, o próprio chocolate ao leite, citado no vídeo de Maíra, pode ser consumido diariamente, segundo especialistas. O chocolate não precisa ser um alimento proibido. Entre indivíduos saudáveis, ele pode compor o cardápio diário, desde que se considere a ingestão de 10 g a 30 g por dia.

Os especialistas afirmam que não existe uma recomendação diária para o consumo dessa delícia. O que conta é a quantidade de açúcar adicionado nesses produtos.

O Ministério da Saúde segue as diretrizes da OMS e sugere que a ingestão de açúcar adicionado não ultrapasse 10% do valor calórico total diário, o equivalente a 200 kcal em uma dieta com 2.000 kcal/dia.

200 kcal equivalem a 50 g de açúcar, que não é o mesmo que 50 g de chocolate. Essa quantidade de açúcar está presente em cerca de 100 g do doce (porção não indicada para consumo diário, pensando em saúde).

Entre as crianças, até os 2 anos de vida, o produto deve ser evitado. Já para crianças acima dessa idade, os limites das quantidades são ainda menores do que os dos adultos, considerando o valor calórico de suas dietas.

Lembre-se: o açúcar presente em alimentos naturais está fora dessa equação.

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Açúcar em excesso pode, sim, fazer mal

Diferente da informação do vídeo compartilhado pela ex-BBB, não é um bolo que vai fazer mal à saúde, mas, sim, o açúcar em excesso, principalmente a longo prazo.

Combinado com hábitos ruins, como sedentarismo e alimentação ruim, pode levar a aumentar o risco de obesidade e diabetes.

O açúcar refinado é um dos principais vilões. Extremamente calórico, ele leva ao aumento do peso e à predisposição de eventos cardiovasculares.

Os açúcares mais prejudiciais e que devem ser reduzidos ou evitados são aqueles encontrados em doces e guloseimas, mas também os embutidos em vários alimentos processados e ultraprocessados.

Eles aparecem com vários nomes, como xarope de milho, dextrose, frutose, maltose, galactose, maltodextrina, sacarose, glicose, suco de cana evaporado, caramelo, xarope de alfarroba, xarope de arroz, melaço, néctar, xarope de agave, extrato de malte, manitol, amido, glucose de milho, açúcar invertido, lactose, xarope de glicose, xarope de malte, entre outros.

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O açúcar de mesa (sacarose) consiste em 50% de glicose e 50% de frutose (isso inclui não somente o açúcar refinado, mas açúcares menos processados, como mascavo e demerara).

Já o xarope de milho, rico em frutose e utilizado pela indústria alimentícia, apresenta, em geral, cerca de 42 a 55% de frutose e o restante de glicose.

Se o açúcar industrializado é o grande vilão, os açúcares naturais também não ficam atrás. Garcez lembra que mascavo, demerara, agave, alfarroba, de coco e mel também são açúcares e, se consumidos em excesso, causam aumento dos perfis inflamatórios no organismo.

Escolha o açúcar certo

Doces não precisam fazer parte do cardápio diário. O açúcar é encontrado naturalmente em frutas, água de coco, mel.

O ideal é que a pessoa consuma doces com moderação e faça uso do açúcar de alimentos naturais.

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Vez ou outra os doces podem ser consumidos, é claro. A ideia é sempre dosar nas quantidades, principalmente quando há muitas opções.

* Com informações de reportagens publicadas em 03/03/2021, 28/08/2021 e 15/02/2023.

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