Queimaduras, infecções, atrito, glúten: conheça 10 causas de bolhas

2. Atrito repetitivo

Calçados novos e apertados podem causar no calcanhar e dedos do pé bolhas de fricção, ou seja, desprendimentos da aderência entre as camadas da pele. Mas toda parte frágil do corpo está sujeita, como virilha, dobras e mucosas, por exemplo. Como o líquido dentro da bolha é protetivo, o mais indicado é aliviar a pressão local, já que a bolha some sozinha em alguns dias.

3. Dermatite por contato

O contato direto com substâncias químicas, como sabonete, talco, perfume, ou até mesmo com tecidos sintéticos, pode gerar na pele inflamação e surgimento de bolhas. Portanto, deve-se evitar o contato com o fator desencadeante da alergia, higienizar o local com água fria e sabão neutro e consultar um dermatologista para obter diagnóstico e tratamento adequados.

4. Dermatite atópica

Nessa dermatite, a inflamação tende a ser crônica e associada a uma pele muito seca, que se coçada intensamente pode desencadear bolhas d'água e feridas. Devido a esse ressecamento, a base do tratamento consiste em usar emolientes ou hidratantes e evitar tudo que piore o quadro, como estresse, alimentos alergênicos e aeroalérgenos: ácaros, fungos, pelos de animais.

5. Disidrose

Ou eczema disidrótico, é uma doença de pele que atinge pés e mãos, causando neles bolhas que coçam bastante, embora não contagiosas. Suas causas incluem exposição ao calor, suor excessivo a desordens psicoemocionais. Por isso, seu tratamento se baseia em controlar os gatilhos e uso de medicações tópicas para amenizar incômodos, como coceira e descamação.

6. Micose

Também conhecida como Tinea pedis, ou frieira, pode levar ao aparecimento de bolhas que coçam e atingem os pés, entre dedos, sola ou laterais. Os sintomas requerem ida ao médico, que pode receitar medicamentos antifúngicos para serem aplicados na região afetada como pomada, ou tomados por via oral. Manter os pés secos ainda ajuda a prevenir essa condição.

7. Doenças genéticas

A epidermólise bolhosa, por exemplo, é uma doença genética hereditária que leva à formação de bolhas dolorosas na pele, após fricção ou trauma pequeno, em qualquer parte do corpo, sobretudo nas de maior atrito. Por não ter cura, seu tratamento é voltado para o alívio da dor e para evitar o agravamento das lesões e até uma desnutrição, caso as bolhas atinjam a boca.

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8. Infecções virais

Síndrome mão-pé-boca (SMPB), catapora (varicela) e herpes podem se manifestar como bolhas isoladas ou agrupadas sobre a pele ou mucosas e que, quando se rompem, são altamente contagiosas. O manejo dessas doenças é feito com medidas de prevenção, suporte e controle, o que inclui vacinação, limpeza local, uso de antivirais, analgésicos, compressas e afastamento.

9. Picadas de insetos

Se houver reação alérgica sobreposta à picada, principalmente alguma muito dolorosa, como de mutuca, formiga, pode se formar uma bolha sobre ela. Nesse caso, deve-se aplicar uma bolsa fria sobre o local para aliviar o inchaço e, para controlar a coceira, pomada com anti-histamínico ou corticoide. Se ocorrer reação alérgica, é necessário procurar um pronto-socorro.

10. Sensibilidade ao glúten

O glúten presente em produtos de trigo, centeio e cevada faz com que o sistema imunológico ataque a pele, favorecendo a chamada dermatite herpetiforme, cujos sintomas incluem bolhas avermelhadas e que coçam muito e inchaços parecidos com urticária. Para inativar o problema, é preciso usar antibióticos, fazer monitoramento médico e cortar o glúten da dieta.

Fontes: Jordanna Maria Pereira Bergamasco, ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto Cohen, ambos em São Paulo; Maria Clara Dultra, dermatologista do Hospital São Rafael, da Rede D'Or, em Salvador; Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra da AAP (Academia Americana de Pediatria); e Pedro Pita, cirurgião plástico do Hospital Esperança Recife.