Como aumentar o pênis: o que funciona e o que não funciona?

No caso das cirurgias, de acordo com o CFM (Conselho Federal de Medicina), quando há diagnósticos de micropênis (menos de 7 cm em ereção), os pacientes podem de fato se beneficiar. Há ainda situações em que, logo na infância, recorre-se à hormonioterapia injetável à base de testosterona, que, até a fase da adolescência e combinada ao hormônio do crescimento, pode responder de maneira favorável tanto no aumento do comprimento, como do calibre peniano.

Extensores penianos funcionam?

Em homens com pênis de tamanho normal, não há qualquer recomendação de realizar esses procedimentos. Segundo a Associação Brasileira de Estudos em Medicina e Saúde Sexual, a uretra peniana não permite alongamentos.

Nos pacientes com doença de Peyronie (que consiste em lesão peniana repetida, normalmente durante relação sexual ou atividade física) o extensor pode ser usado isoladamente ou associado a algum outro tratamento, como a cirurgia.

Nesta situação, ele tem o objetivo de promover uma redução da curvatura ou da deformidade peniana, ou ainda restabelecer a perda de tamanho do órgão.

Seu funcionamento consiste em utilizar o mecanismo de tração mecânica para alongar os tecidos tracionados. Embora aparentemente demonstre resultados no comprimento, não há comprovação de ganho em espessura. O procedimento não é invasivo, mas o risco de lesão por trauma local não pode ser desconsiderado.

Técnicas populares para crescimento peniano sem comprovação científica

Existem vários métodos difundidos, principalmente online, mas alguns são potencialmente perigosos. Por isso é importante conhecer como eles funcionam e seus riscos:

1) Jelqing

Essa técnica envolve a aplicação de movimentos de massagem ou tração suave no pênis utilizando as mãos. Entende-se que, ao permitir o aumento da circulação sanguínea no órgão sexual, o pênis é alongado, aumentando a sua capacidade para receber sangue.

Alguns profissionais acreditam que isso pode aumentar o tamanho do órgão ao longo do tempo. No entanto, não há evidências científicas suficientes para comprovar sua eficácia. Ela se divide em três etapas: aquecimento, exercícios e alongamento.

No aquecimento, as opções são:

Depois, nos exercícios:

1. Lubrifique: Antes de iniciar o exercício de jelqing, lubrifique o pênis.

2. Atente-se ao nível de ereção: Acaricie levemente o pênis para aumentar a ereção em até 75%. O órgão precisa estar relaxado, para que seja fácil empurrar o sangue através dele. Não execute jelqing com a ereção completa.

3. Faça o OK-grip: Use o polegar e o dedo indicador para formar a alça OK (para entender, é o símbolo de ok que se faz com as mãos).

4. Comece pela base: Aperte o corpo do pênis com os dedos em alça, sem causar dor, mas com força suficiente para prender o sangue.

5. Mova para cima: Com uma leve pressão, mova o OK lentamente para cima do pênis e pare antes da glande. Cada jelq deve levar de 2 a 3 segundos.

No alongamento:

Para alongar, fazer pequenas massagens circulares no corpo do pênis, utilizando o polegar e o indicador, por até dois minutos.

Cuidados: se a técnica não for aplicada de forma correta, pode ocasionar lesões em pele peniana, dor local, vermelhidão e em alguns casos, até disfunção erétil.

2) Anéis penianos

Esses dispositivos são colocados na base do pênis para ajudar a manter ou prolongar o tempo de ereção. Ou seja, eles não têm o objetivo e não proporcionam o aumento permanente do tamanho do pênis. No entanto, estudos sugerem que pode haver um efeito modesto, com resultados variáveis, sem qualquer segurança e eficácia comprovadas.

Cuidados: apesar de gerar uma ereção mais forte e duradoura, o anel pode ser usado por no máximo 20 minutos.

3) Bombas de vácuo penianas

As bombas de vácuo são dispositivos que utilizam sucção para facilitar ou obter uma ereção. Elas podem ser indicadas para tratamento da disfunção erétil e usá-las pode até deixar o pênis com mais sangue e ereto por um curto período, mas não leva ao aumento persistente do tamanho.

Cuidados: o aparelho deve ser usado apenas com indicação médica e se perceber ferimentos ou dores, interrompa a prática imediatamente. É importante não o associar a outros métodos, como os anéis constritores.

Quais são os riscos dos exercícios para aumentar o pênis?

De acordo com os especialistas, todo movimento com corpo do pênis, como contração e alongamentos, no intuito de aumentar o órgão, precisa obedecer a alguns critérios —como não chegar ao limite da dor e do desconforto.

Mesmo a proposta de aumentar o aporte de sangue no local, que talvez melhore a nutrição e confira certo grau de hipertrofia, pode levar a traumas, com cicatrizações inadequadas, perda de circulação e curvaturas indesejadas do pênis. Isso tende a prejudicar a ereção e uma vida sexual prazerosa.

Procedimentos cirúrgicos para aumento peniano

Até mesmo as cirurgias de aumento são consideradas experimentais, e costumam ser indicadas apenas para homens que possuem micropênis.

A cirurgia focada no comprimento consiste em remover a gordura que fica no pube (logo acima do pênis), o que confere uma impressão de comprimento maior. Neste caso, o ganho pode ser de, aproximadamente, 3 cm. Outra possibilidade é cortar os ligamentos do pênis, deixando o órgão mais solto e pendente, causando a mesma impressão de aumento.

Se o objetivo for aumentar a espessura, existem opções como injetar gordura do próprio corpo no pênis, ou a injeção de ácido hialurônico. Porém, essas técnicas tendem a perder resultado após alguns meses, necessitando de reaplicações.

Cuidados: algumas técnicas e substâncias utilizadas na injeção podem resultar em problemas graves como infecção, necrose, fibrose peniana, entre outros. Por isso, é fundamental discutir qualquer opção com urologistas especializados, que vão apontar a real necessidade de um procedimento desse tipo.

Fontes: Helton Vila Real, médico formado pela Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), pós-graduado em urologia minimamente invasiva pelo Hospital Sírio-Libanês (SP) e urologista do corpo clínico do São Joaquim Hospital e Maternidade l Unimed Franca (SP); João Brunhara, urologista e cirurgião geral pela USP, diretor médico e co-fundador da healthtech Omens; e Marcelo Morickochi, urologista e professor do curso de medicina da Unifran (Universidade de Franca).