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Qual a diferença do Alzheimer para a demência, doença de Maurício Kubrusly

Maurício Kubrusly Imagem: Reprodução/TV Globo

De UOL em São Paulo

24/08/2023 17h00

Durante um especial comemorativo, o "Fantástico" expôs o diagnóstico de demência frontotemporal do renomado jornalista Maurício Kubrusly, de 77 anos. A doença, inclusive, foi a responsável por afastá-lo das telinhas. A DFT guarda semelhanças com o Alzheimer, mas se diferencia por manifestar características particulares, como a afasia e mudanças no comportamento.

Atualmente a demência não possui cura definitiva, contando apenas com tratamento sintomático. Ao contrário do Alzheimer, a DFT não impacta predominantemente a memória, mas sim a personalidade e o comportamento do indivíduo. Além disso, é notável a disparidade de idade de afetados, já que a DFT tende a acometer uma população mais ativa, geralmente entre 45 e 65 anos, enquanto o risco de Alzheimer aumenta após os 65 anos.

Quanto às causas, a origem pode ser genética, embora esta não seja uma regra rígida. No cérebro, há um acúmulo anormal de três proteínas: TAU (a mais prevalente), FUS e TDP-43, o que se revela prejudicial para os neurônios, levando à sua degeneração, atrofia e, consequentemente, aos sintomas da doença.

O diagnóstico, fundamentalmente clínico, é auxiliado por exames de imagem, porém, devido à semelhança de sintomas com condições psiquiátricas como depressão e bipolaridade, o diagnóstico pode ser tardio ou mesmo incorreto.

Quanto ao tratamento, não há medicamentos específicos ou cura direta para a DFT. Os esforços se concentram na gestão dos sintomas manifestados.

O prognóstico é complexo de estimar, pois varia amplamente. Em média, os médicos indicam um período de oito a dez anos para a progressão da doença. Quando associada à Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), a sobrevida é reduzida para um intervalo de três a cinco anos.

Em Resumo:

A DFT compreende um grupo de doenças neurodegenerativas progressivas que afetam o cérebro. Os três subtipos da DFT compartilham a característica comum de atrofia nas áreas frontais e temporais do cérebro. A evolução da doença pode levar a uma transição de um tipo predominante para outro, ou seja, inicialmente apresentando mudanças comportamentais e, posteriormente, dificuldades na fala, ou vice-versa.

Variantes da DFT

Comportamental: Inicialmente, o paciente experimenta alterações emocionais e comportamentais, perdendo a capacidade de inibir comportamentos inadequados e demonstrando indiferença às convenções sociais.

Semântica da Afasia Progressiva Primária: O paciente perde a capacidade de compreender palavras e nomes de objetos, esquecendo o significado de coisas simples como vassouras ou martelos, e passa a produzir uma fala incoerente.

Não Fluente (ou Agramática) da Afasia Progressiva Primária: Dificuldades na expressão verbal, com uma fala "travada", culminando, em estágios avançados, em mutismo.

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