Estrela de série e técnicas inéditas: quem é o médico que operou Faustão

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Fausto Silva fez um longo agradecimento a todas as pessoas que torceram por sua recuperação depois do transplante de coração.

Pela página "Faustão do meu Coração", criado pela família do apresentador para divulgar a doação de órgãos, ele aproveitou para contar que está se sentindo bem, inclusive andando, além de elogiar o médico responsável pela cirurgia.

Esse [Fábio] Gaiotto é um monstro. Não sinto nada, nenhuma dor. Estou completamente recuperado. Faustão, em vídeo publicado nas redes sociais

Quem é Fábio Gaiotto

Ele é formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1994. No mesmo local, ele concluiu a especialização em cirurgia cardiovascular, doutorado e pós-doutorado.

No currículo, Gaiotto acumula passagem no InCor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da FMUSP, Hospital Israelita Albert Einstein e BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

De acordo com a plataforma Lattes, ele já recebeu mais de 10 prêmios em congressos e eventos médicos desde 1992, como o Prêmio Oswaldo Cruz, em 1993, com "Melhor Trabalho", e "Melhor Tema Livre", do 48º Congresso da SBCCV (Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular), em Porto Alegre, em 2022.

Ele deu entrevista ao "Faustão na Band"

O médico já participou do quadro "Direto com o doutor", no programa "Faustão na Band", em maio de 2022. Ele foi chamado para falar sobre a saúde do coração e tirar dúvidas sobre transplantes cardíacos.

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Ainda no quadro, ele contou que decidiu fazer Medicina por "vocação". "Foi uma intenção minha desde criança. Segui caminho e cheguei lá", falou.

No mesmo programa, a atriz e cantora Cleo mandou uma pergunta sobre "coração artificial", e o médico tirou as dúvidas sobre o tema. "É uma realidade hoje e funciona muito bem, especialmente [quando paciente tem problema] no lado esquerdo (...) É um meio coração artificial", explicou.

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Imagem: Reprodução/Faustão na Band

Ele já participou de série com médicos prestigiados

Gaiotto já participou da série "Confissões Médicas" (Discovery Channel Brasil), que foi ao ar em 2018, na qual prestigiados médicos brasileiros participaram. A ideia era revelar confissões reais dos especialistas.

No episódio na qual o cirurgião participou, ele revelou uma das situações mais marcantes da vida dele: quando operou um homem que tinha os órgãos invertidos.

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O médico iria fazer um transplante quando notou que o coração do paciente era invertido para o lado direito -e o normal seria para o lado esquerdo. Na cena criada para simular o caso, o ator quase desmaia. "Ver tudo ao contrário. Aquilo me deu náusea", contou o cirurgião no programa.

"Estava tudo ao contrário. Como vou fazer esse transplante? Se a cirurgia não dá certo, não tenho segunda chance, eu perco o paciente", disse, no programa.

Além da complexidade do caso, Gaiotto precisava lidar com o tempo: o coração demorou cerca de 3h30 para chegar ao hospital -e o máximo que um coração pode ficar fora do corpo é 4h.

Mas a história teve um final feliz: o médico colocou o coração na mesma região, só que invertido -como uma imagem em um espelho. "Quando terminamos, ele começou a funcionar de forma perfeita", lembrou.

Na literatura médica, o médico só tinha visto uma cirurgia parecida feita com uma criança de 6 anos. Com isso, a técnica realizada por Gaiotto era o primeiro transplante do mundo com um coração invertido feito em adulto.

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Imagem: Reprodução/Discovery Channel
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Fez técnica inédita no mundo: dois corações em um paciente

No final de 2021, um paciente que viveu 45 dias com dois corações atraiu a atenção de todo o país. A técnica, inédita no mundo, foi desenvolvida e realizada no Incor, com participação de Gaiotto.

De acordo com o médico, em entrevista à coluna do Dr. Kalil, o paciente não tinha mais opção de tratamento. "O transplante na posição normal não poderia ser feito por conta da hipertensão pulmonar", explicou.

Com isso, a estratégia foi colocar um novo coração ao lado do antigo para tratar a pressão alta dos pulmões e, depois, fazer a troca dos corações. "É retirar o coração doente e colocar o coração novo", disse.

O procedimento mostrou-se 100% eficiente, tirando-o de uma condição que evoluiria para cuidados paliativos.

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