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Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Por que diagnóstico de autismo, mesmo tardio como de Sabatella, importa

Letícia Sabatella disse que foi diagnosticada com grau leve de autismo Imagem: Reprodução
Giacomo Vicenzo e Giacomo Vicenzo

De VivaBem, em São Paulo*

08/09/2023 15h47Atualizada em 12/09/2023 08h58

Descobrir-se dentro do TEA (Transtorno do Espectro Autista) tem sido cada vez mais em comum em adultos. O diagnóstico, ainda que na fase "madura" da vida, ajuda a tornar a vida mais leve, fazendo com que pessoas que viveram anos se sentindo diferentes e deslocadas, entendam a sua condição.

Esse foi o caso de Letícia Sabatella, que aos 52 anos disse recentemente que foi diagnosticada com um grau leve de TEA. Ela compartilhou a informação durante uma participação no podcast Papagaio Falante.

A atriz descobriu estar dentro do TEA com a ajuda de uma psiquiatra e neurologista. Sabatella mencionou que escolher o teatro e a arte foi uma forma de lidar com sua hipersensibilidade e visão única das coisas, que são características desse diagnóstico.

Ela descreveu sua condição como ativa e passiva ao mesmo tempo, trazendo uma sensação de ingenuidade em sua percepção da realidade.

A atriz não menciona, mas provavelmente o quadro "leve" a que se refere deve ser autismo grau de suporte nível 1. Para entender, o autismo é classificado em 3 níveis de suporte:

  • Nível 1: popularmente conhecido como "leve", quando o indivíduo precisa de pouco suporte.
  • Nível 2: o nível "moderado", cujo grau de suporte necessário é razoável.
  • Nível 3: conhecido como autismo severo, quando o indivíduo necessita de muito suporte.

Mas o que leva ao diagnóstico tardio?

O diagnóstico tardio de autismo é frequentemente causado pela falta de acesso a informações, ao sistema de saúde e por dificuldades emocionais ou financeiras dos pais.

Além disso, a resistência ao diagnóstico e o estigma associado às condições neurodivergentes podem impedir que algumas crianças sejam avaliadas.

Geralmente, os diagnósticos tardios estão relacionados a casos leves de autismo, em que as pessoas conseguem levar uma vida autônoma e funcional.

Muitas vezes, esses indivíduos conseguem "disfarçar" sua condição e só procuram ajuda quando alguém questiona aspectos de seu comportamento social.

Quais características indicam o autismo?

As características típicas do autismo em adultos incluem:

  • Dificuldade em reconhecer emoções;
  • Desafios na interação social;
  • Alta sensibilidade sensorial;
  • Rigidez mental e dificuldade em compreender pistas sociais;
  • Adultos autistas frequentemente enfrentam problemas na socialização e na interpretação de comunicações não verbais;
  • Hiperfoco no trabalho;
  • Aversão a mudanças na rotina;
  • Hipersensibilidade a estímulos sensoriais, como ruídos altos, também são sinais comuns.

Além desses indícios, o autismo em adultos é frequentemente associado a comorbidades psicológicas, como ansiedade, depressão, TDAH, TOC e irritabilidade emocional, bem como a problemas fisiológicos, como distúrbios gastrointestinais, distúrbios do sono, epilepsia e dificuldades motoras.

Por que o diagnóstico de autismo em adultos é importante?

Após o diagnóstico, o paciente é encaminhado a especialistas que podem auxiliá-lo na superação de suas limitações. Sem o suporte apropriado, essas limitações podem se tornar mais inflexíveis, resultando em um processo mais lento de melhoria dos sintomas em adultos.

Além disso, o diagnóstico pode oferecer uma melhor compreensão e abordagem para comorbidades psicológicas ou neurológicas.

A ausência de um diagnóstico de autismo e a falta de suporte adequado podem levar a dificuldades sociais e acadêmicas, frequentemente desencadeando outros transtornos, como ansiedade e depressão, devido à sensação de ser diferente ou sofrer bullying.

O diagnóstico muitas vezes proporciona alívio, permitindo que a pessoa compreenda melhor suas dificuldades em áreas como relacionamentos e interações sociais. Além disso, evita o uso de terapias inadequadas e potencialmente prejudiciais.

Reconhecer o autismo ajuda a pessoa a se conhecer melhor, a entender suas limitações e a se conectar com outros que compartilham experiências semelhantes, promovendo inclusão e autoconhecimento.

*Com informações de reportagem publicada em 26/11/2022.

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