Calor de 40ºC: veja como alta temperatura afeta o corpo e saiba se proteger
A onda de calor extremo que atinge vários estados do Brasil é uma ameaça à saúde. A previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) é de uma piora da situação a partir de sexta-feira (22), com temperaturas que devem passar dos 40ºC em algumas regiões.
Em julho, a ONU já havia alertado que o mundo enfrentaria ondas de calor mais intensas, que continuarão crescendo em intensidade.
Junto com as altas temperaturas está a baixa umidade do ar, num cenário de tempo predominantemente seco e aumento da insolação. Mas o Inmet ressalta que o calor se torna mais crítico com umidade elevada, "pois o organismo humano tem mais dificuldade de regular sua temperatura em situação persistente de calor úmido".
O que acontece com o corpo no calor?
Diante do calor exagerado, o corpo sofre estresse térmico e perde a capacidade de regular e manter a temperatura corporal adequada.
O cenário leva o organismo ao quadro de insolação, que provoca sintomas como tontura, dor de cabeça, náusea, pele quente e seca, respiração rápida e difícil.
Isso ocorre porque o tempo quente também dilata os vasos sanguíneos de forma exagerada, o que abaixa a pressão arterial.
Desidratação é outra consequência devido ao suor excessivo. Em alguns casos, ela ocorre sem que a pessoa sinta sede.
É possível morrer de calor?
Mortes já foram registradas em locais com altas temperaturas porque, de fato, o corpo entra em colapso. No entanto, a temperatura exata em que isso pode acontecer depende de fatores como o ambiente em que a pessoa está, idade e condição geral de saúde.
Em câmaras de exposição, em testes com pessoas jovens e saudáveis, o risco começa quando a temperatura chega aos 42ºC.
Como o calor afeta a saúde?
Olhos: os raios ultravioleta do sol queimam a superfície dos olhos, deixando-os doloridos. Há vermelhidão, a vista pode ficar embaçada ou se perder temporariamente. O tempo quente e seco também interfere no filme lacrimal, deixando os olhos secos.
Pele: exposição prolongada ao sol e calor intenso podem fragilizar a pele, deixando-a mais sensível, irritada e, por consequência, vulnerável à proliferação de fungos. Pessoas com doenças de pele, como lúpus e psoríase, podem sentir um agravo do quadro.
Músculos: a perda de muitos eletrólitos por meio do suor excessivo pode provocar câimbras, contrações musculares fortes, súbitas, involuntárias e dolorosas. A alta temperatura corporal também gera um processo inflamatório sistêmico que causa rabdomiólise, uma degradação do tecido muscular.
Sangue e rins: a rabdomiólise leva à liberação de grande quantidade de mioglobina na corrente sanguínea, uma proteína que prejudica a filtragem do sangue pelos rins e leva à insuficiência renal. Outra consequência é um distúrbio de coagulação sanguínea.
Coração: no calor extremo, o sistema cardiovascular precisa aumentar seus esforços e velocidade de funcionamento para compensar a maior necessidade de energia. Junto com os problemas do suor excessivo, alteração da pressão arterial e prejuízo na coagulação, há um risco maior de infarto.
Atenção a crianças e idosos
Pessoas com problemas de saúde, idosos, gestantes e crianças podem ser mais afetados pelas altas temperaturas, porque o organismo deles demora mais para se adaptar. Pode haver consequências mais graves, como perda da consciência, distúrbios que levam à convulsão e, em casos severos, coma.
Como se proteger do calor
- Ingira pelo menos dois litros de água por dia;
- Use filtro solar com FPS acima de 50 e, se possível, protetor labial com filtro para evitar queimar os lábios;
- Utilize barreiras físicas, como boné, chapéu, óculos de sol e camiseta quando for se expor ao sol;
- Evite práticas intensas de atividades físicas, especialmente em locais abertos;
- Procure ficar em locais ventilados;
- Se possível, não se exponha diretamente ao sol e evite horários em que o sol está mais forte, especialmente próximo ao meio-dia.
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